O maior dinossauro brasileiro é descoberto depois de 60 anos guardado em um armário

Por , em 11.10.2016

Pesquisadores descreveram o maior dinossauro já encontrado no Brasil, depois de analisar um conjunto de fósseis que tinham ficado guardados em um armário por 60 anos.

O dinossauro, nomeado Austroposeidon magnificus, alcançava 25 metros de comprimento e viveu cerca de 66 milhões de anos atrás.

Tudo o que resta da besta agora são algumas das suas vértebras do pescoço, suficientes para concluir que ele era um membro dos titanossauros, que inclui alguns dos maiores animais que já existiram.

A descrição oficial da espécie foi publicada na revista PLoS One. Os ossos estão agora em exposição no Museu de Ciências da Terra, no Rio de Janeiro, junto com uma interpretação artística de tamanho real do animal.

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Demora

A descoberta do fóssil aconteceu na década de 50, pelo paleontólogo Llewellyn Ivor Price, em Presidente Prudente, no interior de São Paulo.

Price faleceu em 1980 e não chegou a ver sua descoberta reconhecida. Os fósseis ficaram parados em um depósito no Museu de Ciências da Terra por décadas.

Os pesquisadores admitem que 60 anos é um tempo bastante longo para as vértebras passarem sem serem estudadas ou descritas, mas afirmam que isso não é muito surpreendente, considerando que existem tão poucos especialistas no assunto trabalhando no país – e em 1953 havia ainda menos.

Simplificando, não tinha equipe para examinar completamente cada fóssil escavado, e assim a besta brasileira foi logo esquecida.

O que restou

Quando uma criatura tão grande quanto o Austroposeidon magnificus morria, outros dinossauros provavelmente faziam a festa.

O espécime recém-descoberto teria atraído carnívoros de todos os arredores, não muito diferente do que acontece hoje quando grandes herbívoros morrem na savana africana.

“Quando esses animais morrem, é uma enorme nova fonte de carne”, disse o diretor do museu, Diógenes de Almeida Campos, à Associated Press. “Então todos os caçadores, os carnívoros, comeram esta criatura. A primeira coisa que comeram foi a cabeça, porque o cérebro devia ser saboroso. Eles também quebraram os ossos longos para chegar à medula. Depois, vieram os animais menores. Besouros, aranhas e formigas acabaram com o que sobrou e, quando havia apenas ossos, as bactérias vieram. Finalmente, os restos afundaram na lagoa”.

É por isso que só temos poucas vértebras remanescentes do gigante. Outros ossos que podem ter sobrevivido provavelmente se espalharam por conta de predadores ou quando afundaram. [IFLS, G1]

3 comentários

  • Dinho01:

    A matéria deveria ter explicado como e por que esses ossos foram parar nesse armário.

    • Cesar Grossmann:

      Um cientista encontrou os fósseis e coletou os mesmos, enviando para o museu, onde ele ficou aguardando que algum outro cientista estudasse o mesmo. Tem muitas descobertas paleontológicas aguardando para serem feitas em gavetas e armários de museu.

  • Paulo Felix:

    Até os dinossauros estão saindo do armário…

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