O mistério do aspirador de pó gigante no fim do universo conhecido

Por , em 16.07.2013

Não importa o quão longe você vá no universo, você deve se sentir em casa, porque ele é praticamente o mesmo em todos os locais possíveis. Devido a isso, os cientistas acreditam que as leis da física não mudam e que o que encontramos em nossa vizinhança galáctica também podemos encontrar bilhões de anos-luz de distância. Esta teoria homogênea é chamada de princípio de Copérnico, e é um axioma sobre o qual grande parte do nosso conhecimento científico sobre o universo é construído.

Só que essa teoria pode estar errada.

Nos últimos anos, ao analisar a luz de galáxias distantes, pesquisadores foram capazes de dizer a velocidade relativa e a direção em que esses objetos se moviam. O estranho é que, ao invés de seguir seu caminho como a maioria das coisas no universo, alguns desses aglomerados galácticos distantes pareciam estar presos em uma espécie de corrente, acelerando a velocidades inimagináveis (cerca de 3,22 milhões de quilômetros por hora) ao longo de um trecho específico.

Cientistas chamaram esse fenômeno de “fluxo escuro”, porque não sabiam o que o estava causando.

[box]Fluxo escuro (“dark flow”, no original em inglês) é um termo que descreve um possível componente astrofísico não aleatório de uma velocidade peculiar de aglomerados de galáxias. A medida da velocidade é a soma da velocidade prevista pela lei de Hubble com uma possível e inexplicável velocidade “escura” que flui numa direção comum. Os dados mais recentes do satélite Planck não mostram nenhuma evidência de “fluxo escuro”.[/box]

Para a gravidade estar agindo sobre esses grupos da maneira que parece estar, teria que ter algo maciço no final do caminho. Por maciço, queremos dizer algo potencialmente muito maior do que qualquer coisa que já observada no universo conhecido, algo grande o suficiente para “sugar” aglomerados galácticos como poeira sugada por um aspirador de pó.

Mas se há algo lá fora tão grande assim, por que não podemos observá-lo? A resposta é que tal estrutura se encontra fora dos limites do universo observável, que tem um raio de cerca de 45,7 bilhões de anos-luz.

Isso significa que, dos quase 14 bilhões de anos que o universo existe, a luz do outro lado do universo conhecido não teve tempo suficiente de alcançar nossos telescópios.

Então, o que poderia ser? Existem diversas hipóteses. Uma atribui o fenômeno a algum tipo de matéria exótica ainda não conceituada que afeta a física de formas estranhas. Alguns até sugeriram que um universo vizinho poderia estar causando o “puxão” que suga os aglomerados.

No entanto, o que quer que seja, não se encaixa com a ideia de uniformidade universal. Se existem estruturas supermassivas desconhecidas em outras partes do universo, porque não há nenhuma perto de nós?

De qualquer maneira, devemos ser gratos de que não há, porque com uma atração tão forte como a que foi detectada, nossa vizinhança galáctica provavelmente se tornaria espaguete celeste e seria sugada para o esquecimento. [EnvironmentalGrafitti]

10 comentários

  • Marcel Nunes:

    Acredito na teoria dos multiversos (infinitos universos). O nosso é só mais um, nessa infinidade. Estamos na infancia da pesquisa,

  • Julio Barone Neto:

    yin yang

  • RenysKenys:

    O universo é infinito, já não faz diferença a ideia de números para medir as distâncias longínquas, ou a nossa noção do que é grande ou pequeno.

  • Daum Comm:

    Eu tenho minhas próprias concepções de universo:

    1 – [universo] O universo nunca nasceu e nem morrerá, ele apenas passa por ciclos de expansão e contração culminando em ‘Big Bangs’; assim, a matéria condensada num ponto minúsculo explode, o universo se expande e os átomos se formam e se tornam complexos, a vida surge por acidente, como uma ‘doença no corpo cósmico’ um câncer, então o universo, ‘doentente’, busca eliminá-la (mais de 99,999% do universo é um ambiente hostil à vida, portanto a vida não é uma dádiva do universo)… buracos negros devoram a matéria cósmica, processo este inerente à existência do universo, sabendo-se que o conjunto energia-matéria é finito (pois nada se cria nem se perde, se transforma no trânsito entre energia e matéria) os buracos negros por fim irão sugar tudo e impor a completa escuridão em um momento futuro, restarão apenas buracos negros que sugarão uns aos outros, sempre os mais fortes devorando os mais fracos até que por fim reste apenas um, e seguindo seu propósito físico deverá sugar a sí mesmo, numa auto-devoração e auto-compressão extremamente violentos, processo que desestruturará a energia-matéria ao seu estado mais elementar de todos… este evento encontrará seus limites físicos e a força produzida causará o colápso deste monúsculo grão produzindo assim um novo “Big Bang’; e o ciclo recomeça, um evento cíclico ao qual estamos presos e não sobrevivemos para obsbervar ‘de fora’, portanto não há início nem fim para o universo.

    2 – [infinito] acredito que as camadas mais profundas das partículas subatômicas estejam conectadas às camadas mais distantes do cosmos, talvez isso explique a propriedade de ‘infinito’ do universo; assim, numa viagem hipotética, se a espaçonave hiper rápida tomasse uma direção qualquer aos confins do universo onde se encontram as galáxias mais distantes e continuasse a viajar para além delas, sempre indo cada vez mais distante, provavelmente iria alcançar/surgir nas camadas mais profundas de uma partícula subatômica qualquer, esta existindo em algum lugar do universo que a espaçonave deixou para trás. Bizzarro!

    • Luís Tony Correia:

      Eu já pensei nisso também de Ciclos com os buracos negros sugando tudo e uns aos outros e criar um big bang. Primeira vez que eu leio alguma coisa assim, rs. Existe algum post sobre isso?

    • Daum Comm:

      Luís… Post eu não sei. O curioso é que formulei essa teoria quando eu tinha vinte e poucos anos; eventualmente descobri depois que há décadas alguns cosmologistas já debatiam tal conceito, e deram o nome de ‘Teoria do Universo Oscilante’ ou algo parecido. Busque e encontrará. Abraços!

    • Marcel Nunes:

      Dawn… legal suas conclusões próprias. Mas a teoria do universo oscilante já era pregado na TV nos anos 80 pelo Carl Sagan nos Cosmos.

  • Cesar Pinheiro:

    chamem o Fred Hoyle urgentemente…

  • Du Silva:

    é pelo jeito o nosso universo pode ser apenas um grão de areia em uma praia,ou não,pelo jeito vamos ter ter q esperar ainda decadas,centenas,milenios ou nunca saberemos………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..como somos pequenos

  • Thiago Corrêa:

    Já sabia que isso um dia poderia ser descoberto, e eu já estou dizendo isso a muito tempo! O que acontece é que hoje em dia muitas pessoas, inclusive muitos cientistas acreditam que esse universo observável(o que está ao nosso alcance de vista) é o tudo, quando na verdade é uma infinitésima minúscula parte do tudo que é infinito.

    Talvez esse “algo gigantesco” que está atraindo as nossas galáxias seja apenas um outro aglomerado de bilhões de galáxias igual a este no qual nós estamos situados, porém ele só está muito distante. Hoje a maioria acredita que as leis da física são homogeneas em todas as galáxias deste universo observável, mas talvez essas leis possam ser homogeneas também nos outros aglomerados de bilhões de galáxias que estão fora do nosso alcance de vista(fora do nosso universo observável).

Deixe seu comentário!