O que você faz para que não sentem ao seu lado no ônibus?

Por , em 5.08.2012

Quando algum desconhecido senta ao seu lado em um ônibus ou metrô, você se sente desconfortável com a situação ou simplesmente não se importa? Se você se enquadra na primeira opção, não está sozinho: todos os dias, milhares de pessoas evitam sentar ao lado de desconhecidos e desenvolvem várias táticas para evitar que um estranho se sente no banco ao lado.

Nas grandes cidades, o comportamento antissocial de algumas pessoas fica claro no interior do transporte público. Colocar bolsas no banco vago para que ninguém possa se sentar e evitar papos longos durante o trajeto são algumas práticas comuns.

Mas por que isso acontece? Para tentar entender esse fenômeno social das grandes cidades, a pesquisadora Esther Kim, da Universidade Yale, nos Estados Unidos, fez milhares de viagens de ônibus ao longo de três anos.

A partir de observação e conversas com passageiros, Kim descobriu e listou as táticas mais comuns que as pessoas utilizam para evitar que outras sentem ao lado delas:

  • Evitar contato visual com outras pessoas;
  • Colocar a bolsa, casaco ou mochila no assento vago;
  • Fingir que está dormindo;
  • Se inclinar contra a janela e esticar as pernas no assento vazio;
  • Sentar no assento do corredor e ouvir música com fones de ouvido para fingir que não consegue ouvir pessoas pedindo passagem para sentar no banco da janela;
  • Se tudo isso falhar, algumas pessoas ainda relataram que mentem dizendo que o banco vazio já está “reservado” para alguém.

Kim acha esse comportamento cada vez mais antissocial preocupante. As pessoas parecem buscar viver dentro de uma bolha. “Nos comportamos de várias maneiras para evitar companhia, fingimos estar ocupados, verificamos telefones, vasculhamos bolsas ou fingimos estar dormindo”, disse.

Alguma das estratégias para evitar companhia te soou familiar? Você evita sentar ao lado de outras pessoas no ônibus? Compartilhe suas experiências! [LiveScience/ScienceDaily]

20 comentários

  • Nêssa Oviedo:

    Eu realmente não me importo nem um pouco com alguém sentando ao meu lado no ônibus, ué vou fazer oquê?, por isso o nome já diz, ´´transporte público´´ se eu quiser individualidade eu compro um carro, as pessoas hoje em dia se isolam demais, e depois reclamam por serem solitárias.

  • Saprugo:

    Por que diabos eu, indo para o serviço as 05:40 da manhã, ou voltando 20:00 (ambos os trajetos com mais de 2 horas de duração) teria que me sentir bem ao lado de um estranho(a)??? Eu procuro logo aqueles assentos individuais atrás do motorista, aí a possibilidade de alguém me encher o saco é zero, e se ele estiver ocupado e algum(a) mala sentar do meu lado, eu finjo dormir ou viro para a janela mesmo!! Não gosto de futebol e esportes em geral (na verdade não gosto de acompanhar, torcer ou assistir, pois praticar gosto de vários), praia, calor, cerveja, samba, carnaval, funk, forró, balada, sertanojo universitário, política, facebook, que são assuntos de 99,99% da população brasileira, então prefiro nem arriscar dar continuidade a uma conversa com um estranho, seja no ônibus ou onde for, pois é certeza de eu me aborrecer, ademais, cada um se comporta do jeito que melhor lhe aprouver, do jeito que se sentir melhor, não sou obrigado a acompanhar o padrão de ninguém, se esse padrão não for do meu gosto! Para mim, nada mais certo do que o ditado: “antes só do que mal acompanhado”!!

  • Wallace Augusto:

    Isso também ocorre no exterior?

    • Moyses Zane:

      Acredito que mais do que no Brasil onde o povo é mais hospitaleiro

  • Rafael2:

    O duro é que essas pessoas tendem a sair no prejuízo em uma dinâmica de grupo ou entrevista; há o agravante que, no Brasil, há medidas de incentivo para o uso do transporte individual e vedam-se os olhos ao coletivo (nem a questão ambiental agrada tal ideia), e as pessoas que dependem deste último sentem-se marginalizadas, logo, há mais tendência de tal comportamento ocorrer.

  • Felipe Batista:

    fingir que to dormindo? kkk Eu durmo mesmo. Mas eu também não gosto de me comunicar com desconhecidos assim. Eu geralmente uso fones de ouvido, e evito contato visual.

  • Jonatas:

    Honestamente não entendo porque procurar uma razão pra isso, há várias motivações que levam uma pessoa a querer se isolar dessa forma e de outras, a maior mesmo é o stress em que todo mundo vive nessas cidades e ônibus lotados. Sei de trabalhadores que pegam dois ou três ônibus e acabam cansando mais na ida e volta pra casa do que no serviço em si.
    Saudades dos tempos do interior: compadres que se cumprimentavam ao cruzar dez vezes por dia na rua, crianças saudáveis que corriam no campo, comiam frutas direto nas árvores e usavam a criatividade para brincar em vez de se enfurnarem em casa na frente de videogames… Nem gripe matava, se curava na base do xarope caseiro de agrião e mel.
    Não é preciso ser Nostradamus para ter previsto o futuro de hoje, e de amanhã se as coisas continuarem assim: população agressiva, estressada e urbanizada, campos sem mais pequenas famílias e chácaras, mas só grandes produtores e fazendas cheias de pesticidas. Meu desejo profundo como ser humano seria uma reforma de consciência, um resgate de antigos valores, pura verdade: um êxodo urbano.
    Embora seja uma distante esperança, eu deixaria uma dica: conversem, interajam com as pessoas, não é um esforço, é um benefício. Em especial com os idosos, idosos são o máximo. Outro dia conversei tanto com uma senhora de idade que nem lembrei de perguntar seu nome. Ela viveu um monte e me contou coisas incríveis da opressão militar, do modo de vida do passado, dos primeiros momentos da construção dessa cidade, da Universidade e da Base Aérea. A quem goste de história, não há oportunidade melhor.

    • Saprugo:

      Até entendo sua boa intenção de tentar compartilhar algo que é bom para você, pois não é um esforço interagir com pessoas estranhas para quem gosta, mas não esqueça que cada um é realmente um universo diferente, e o que pode ser o máximo para você pode ser uma tortura para mim, e vice versa, então por que uma pessoa que não gosta de conversar com estranhos seguiria sua dica? Guardadas as devidas proporções, é como um chinês me falar para comer insetos por que ele acha delicioso, ou um índio da etnia Sateré-Mawé ficar estupefato por eu não ter usado um par de luvas de formigas-bala (Praponera Clavata) na minha adolescência. Quem gosta de conversar com estranhos deve procurar quem gosta também (dá para saber pela reação do interlocutor às primeiras palavras), e se perceber que a pessoa não gosta, simplesmente deixe-a em paz, isso faz parte daquele discurso politicamente correto de “respeitar as diferenças”.

  • ¯(°_o)/¯:

    Quanto mais conheço os ‘humanos’ mais admiro os Animais!

  • Fábio Lima Malheiros:

    Toda vez que vejo gente assim faço questão de sentar do lado. Uma coisa é não gostar que sentem do seu lado, outra é dificultar a vida de quem não tem nada haver com seus problemas.

  • Clara Telis:

    Eu finjo que estou dormindo mesmo ,e sempre olho para o outro lado e não me arrependo 🙂

  • Elizabeth:

    Estratégia para evitar companhia? Que coisa deprimente!
    Acho que isso valeria se estivermos em veículo de nossa propriedade. Em um transporte público todos tem o mesmo direito de sentar-se, ninguém pode tomar posse de 2 assentos deixando outras pessoas de pé.
    Quem não suporta companhia que vá de bicicleta, caminhe ou vá em seu próprio carro.

  • Willian Molinari:

    Æ!!

    Já usei todas as dicas acima, mas no fim das contas alguem vai sentar lá (pelo menos aqui em São Paulo) porque o onibus sempre estará lotado, então quando esse for um dos ultimos assentos vagos alguem vai pedir licença e sentar. Isso não é um grande problema, acho que só é melhor ter mais espaço, por isso que as pessoas tendem a ocupar os dois lugares.

    Há braços

  • ROC:

    Creio que o problema não pode ser resumido em comportamento antissocial por parte de quem tem esse tipo de atitude. Acho que o que ocorre é medo ou receio de ser roubado, ter que aturar pessoas com atitudes estranhas, medo de contágio com diversos tipos de doenças, pedintes, vendedores, etc. Acho estranho a pesquisadora analisar e criticar o comportamento sem analisar as causas. Esse tipo de atitude é normal em cidades grandes e não somente em ônibus e metrô. Andando na rua temos exatamente a mesma atitude.

  • Judete Soares de Andrade:

    “Mas por que isso acontece? Para tentar entender esse fenômeno social das grandes cidades, a pesquisadora Esther Kim, da Universidade Yale, nos Estados Unidos, fez milhares de viagens de ônibus ao longo de três anos.”
    E daí? Por que o comportamento antissocial acontece? Isso é o que deveria ter sido explicado. Concordo com o Paulo Brito que faltou conteúdo. Pasmem, ela gastou três longos anos para “descobrir” algo que até uma criança sabe sem fazer “milhares de viagens”. O que está acontecendo?

  • Mateus:

    Essa matéria vem de encontro com algo que me chamou muita atenção em uma conversa que tive com uma colega de faculdade no semestre passado. O relato dela foi mais ou menos o seguinte: uma situação onde um homem, supostamente um tarado, havia sentado ao lado dela no ônibus. Até aí, nada a ver com o assunto, né? Mas o que mais me chamou a atenção na época, e que vem a concordar com a pesquisa foi a próxima colocação que ela fez: havendo muitos lugares vagos, “uma pessoa normal sentaria sozinha”. Essa noção de uma pessoa normal é algo que vem de um discurso social. Então, o que isso nos diz? Nos chama a atenção para um movimento cada vez mais intenso que a nossa sociedade tem mostrado em direção à evitação social. Bom, nós já temos propagandas exibidas na TV sobre sites de relacionamento, o que indica que estes tem tido bastante aderência do público. Ou seja, aparentemente a nossa sociedade parece cada vez mais temerosa deste contato com o outro. Como fatores de influência aqui podemos ter alguns como o próprio movimento capitalista, a cultura do narcisismo, entre outros. É um campo bem grande e oferece uma grande oportunidade de pesquisa. 😉

    • Saprugo:

      O que você está comentando sobre as pessoas em relação a estranhos, acontece com outros primatas superiores que vivem em sociedade. Eles tendem a formar bandos, baseados em parentes consanguíneos (família) e membros de outros grupos que foram aceitos (amigos). Se um bando encontra com outro, geralmente haverá desconforto e conflitos. Com o homem acontece algo semelhante, com a família e amigos sendo o “bando”, a diferença é que você é obrigado a conviver em espaços públicos com esses membros de outros “bandos”, e já não há mais (pelo menos na maioria dos casos) o conflito, pois há leis que regem essa interação, com punições à sua transgressão, mas persiste o desconforto, potencializado pelo fato do homem raciocinar e saber que no meio desses “estranhos” pode se esconder um psicopata ou bandido, então realmente considero normal esse comportamento, só não seria se todos os homens fossem incapazes de fazer mal aos seus semelhantes, mas isso nunca ocorrerá.

  • Brian Carvalho:

    se não tiver outro lugar pra sentar e a pessoa estiver usando uma dessas “taticas”, ou a pessoa cede a passagem e a utilização do banco na boa, ou eu ganho passagem na força.

  • Paulo Brito:

    Tá faltando um pouco de conteúdo mais trabalhado no Hype Science. Todo mundo que já pegou ônibus ou metrô já sabe o que essa pesquisadora “chegou à conclusão”. A pesquisa ficou por isso mesmo? Ela só andou de ônibus pra entrevistar e descobrir coisas que ela mesma descobriria sem entrevistar ninguém? Jura que foi só isto mesmo?

  • Raul Gonçalves de Oliveira:

    Uma coisa que eu sempre faço,como se fosse automático, é fechar a cara,fazer aquela cara de uma pessoa que odeia tudo e todos e que está planejando algo ruim.
    Isso já virou costume.

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