O Reino Unido ligou seu reator de fusão, e ele pode gerar energia até o ano que vem

Por , em 2.05.2017

O mais novo reator de fusão do Reino Unido, o ST40, foi ligado na semana passada e já conseguiu atingir o “primeiro plasma”.

Isso significa que gerou com êxito plasma eletricamente carregado dentro de seu núcleo.

No entanto, ainda há um longo caminho a ser percorrido: o objetivo é que o reator aqueça esse plasma até 100 milhões de graus Celsius – o limiar de “fusão”, no qual os átomos de hidrogênio podem começar a se fundir em hélio, liberando energia limpa no processo – somente em 2018.

A promessa

A fusão nuclear é o processo que alimenta o nosso sol. Se atingíssemos a mesma coisa aqui na Terra, isso nos permitiria aproveitar uma fonte ilimitada de energia limpa que quase não produz carbono.

Ao contrário da fissão nuclear, que é conseguida nos atuais reatores nucleares, a fusão nuclear envolve a fusão de átomos, não sua divisão, e produz principalmente hélio como produto residual.

Apesar de promissora, no entanto, não tem sido nada fácil alcançá-la, ou torná-la prática.

“Hoje é um dia importante para o desenvolvimento da energia de fusão no Reino Unido e no mundo”, disse David Kingham, CEO da Tokamak Energy, a empresa por trás do ST40. “Estamos apresentando o primeiro dispositivo de fusão de classe mundial projetado, construído e operado por uma empresa privada. O ST40 é uma máquina que irá mostrar que temperaturas de fusão – 100 milhões de graus – são possíveis em reatores compactos e econômicos. Isso permitirá que a energia de fusão seja alcançada em anos e não décadas”.

Os avanços

O processo envolve o uso de ímãs de alta potência para controlar o plasma em temperaturas altíssimas por tempo suficiente para gerar quantidades úteis de eletricidade. Como você pode imaginar, isso está longe de ser simples.

Mas temos visto grandes vitórias recentemente. Por exemplo, cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts quebraram o recorde de pressão plasmática em outubro do ano passado. Em dezembro, pesquisadores sul-coreanos se tornaram os primeiros a sustentar plasma de até 300 milhões de graus Celsius por 70 segundos. E, por fim, na Alemanha, um novo tipo de reator de fusão chamado Wendelstein 7-X stellerator foi capaz de controlar plasma com sucesso.

Mas ainda não fomos capazes de reunir todas essas peças do quebra-cabeça para encontrar uma forma acessível de gerar plasma às temperaturas necessárias para a fusão ocorrer e ser aproveitada por tempo suficiente para gerar energia.

ST40

O ST40 é um reator tokamak, um tipo que usa bobinas magnéticas de alta potência para controlar um núcleo de plasma em uma estrutura toroidal.

Os pesquisadores ainda precisam testar um conjunto completo dessas bobinas magnéticas dentro do ST40. Mais tarde este ano, a empresa Tokamak Energy deve usá-las para gerar plasma a temperaturas de 15 milhões de graus Celsius.

Em 2018, a equipe espera alcançar o limiar de 100 milhões de graus Celsius, e o objetivo final é fornecer energia de fusão limpa para todo o Reino Unido até 2030.

Vamos todos esperar – e torcer – para que eles realmente realizem essa façanha. [ScienceAlert]

3 comentários

  • Laucinélio Gomes de Resende:

    Quando será que irão criar ou desenvolver a energia mental, para melhorar os relacionamentos interpessoais
    da maior parte dos seres vivos?

    • Cesar Grossmann:

      Que energia mental, Laucinélio?

  • Michael Kohlass:

    Apesar de promissores os avanços, falta uma solução cientificamente eficiente para controlar os fluxos de turbulência da radiatividade.

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