10 objetos bizarros que você não sabia que estão em nosso sistema solar

Por , em 17.03.2015

Com 4.826 planetas confirmados, alguns candidatos na fila e a descoberta de um gigante de gás com um sistema colossal de 160 anéis, pode até parecer que sabemos alguma coisa sobre o que habita nosso sistema solar. Mas o universo é realmente imenso e tem um passatempo curioso: gosta de nos confundir.

10. Orcus E Vanth

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Todos nós já ouvimos falar sobre Plutão, especialmente após ele ter sido rebaixado de planeta a planeta anão em 2006, e da sonda New Horizons ter dado notícias sobre sua superfície. Mas você já ouviu falar no que é por vezes citado como “anti-Plutão”?

90482 Orcus é um objeto do cinturão de Kuiper com quase exatamente o mesmo período orbital, inclinação e distância do sol que Plutão.

Não apenas as suas órbitas são quase idênticas, como ambos têm luas que são muito grandes em relação ao seu tamanho. A lua de Plutão, chamada Caronte, é a metade do tamanho de Plutão, e Vanth (a lua de Orcus) foi estimada em um terço do tamanho deste planeta.

O nome “Orcus” foi escolhido porque é o equivalente etrusco para o romano “Pluto”. A superfície de Orcus é coberta com gelo de água cristalina e, possivelmente, amônia congelada, o que indica que algum tipo de atividade geológica e criovulcanismo pode ter ocorrido ali em algum momento do passado. Se a presença de amônia for realmente confirmada, Orcus poderia ajudar os cientistas a compreender a formação de outros objetos trans-netunianos.

9. 90 Antíope

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O número do nome “90 Antíope” significa que ele foi o 90º asteroide descoberto, apesar de que, na verdade, essa é uma questão para debate. Este objeto raro está orbitando dentro do cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter e é um sistema binário (também conhecido como “asteroide duplo”).

Então, Antíope é tecnicamente o 90º e 91º asteroides descobertos.

Quando descoberto pela primeira vez, Antíope foi deixado de lado, porque achava-se que ele não era diferente de outros inúmeros pequenos objetos que orbitam dentro do cinturão de asteroides. No entanto, em 2000, o telescópio terrestre “Keck II” de 10 metros, estabelecido no Havaí, observou que a grande mancha singular vista por telescópios mais antigos era na verdade dois corpos menores que orbitam um ao lado outro.

Cada um deles tem aproximadamente 86 km de diâmetro e seus centros estão separados por uma distância de apenas 171 km. A melhor maneira de imaginar o que parece é pensar em duas bolas de boliche mantidas juntas por pedaço de corda. É bizarro mesmo.

8. Hexágono de Saturno


Nós todos sabemos sobre Saturno e seus anéis, mas você já ouviu falar sobre os seus padrões de nuvens? No início de 1980, a missão Voyager fez uma descoberta surpreendente e sem precedentes, que foi confirmada por uma outra visita da sonda Cassini. Englobando todo o pólo norte de Saturno está uma tempestade hexagonal gigante com os lados mais longos do que o diâmetro da Terra. E essa tempestade já dura mais de 30 anos!

Spookily, como é chamado o hexágono, não se move com o resto das nuvens do planeta, e uma vez que possui um elevado grau de precisão geométrica, inúmeras teorias conspiratórias surgiram sobre o assunto. (Felizmente, a maioria deles não são apocalípticas.)

Embora o fenômeno ainda não seja totalmente explicado, os cientistas têm várias ideias que ajudam a explicar exatamente o que está acontecendo, que envolvem “dinâmica de fluidos”. Experimentos em laboratório já mostraram que em um fluido em que o centro está girando mais rápido do que os lados exteriores, começa se criar turbulência nas bordas. Em altas velocidades suficientes, formas poligonais começam a aparecer. Uma vez que os ventos no hexágono foram cronometrados em 322 quilômetros por hora, lados nítidos estão se formando. E enquanto isso soa como uma explicação científica bastante convincente, alguns ainda estão convencidos de que é, naturalmente, uma abertura para outra dimensão.

7. Haumea

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Antes de ser nomeado oficialmente, o 136.108 Haumea era conhecido como “Papai Noel” por ter sido descoberto em 28 de dezembro de 2004. Esse apelido até que cabe super bem, porque Haumea é um planeta anão bastante “talentoso” e único. Os cientistas inicialmente acharam difícil fazer medições de Haumea por causa de sua rotação extremamente rápida, que inclusive é mais rápida do que qualquer rotação de outro corpo conhecido no sistema solar. Um dia de Haumea tem apenas 3,9 horas de duração.

A rotação em si não causa tantos problemas assim, mas o fato é que Haumea tem uma forma que não é parecida com a de qualquer outro planeta. Devido à sua composição de rocha e gelo e sua baixa gravidade, a imensa força centrífuga que atua nesse planeta anão tem esticado sua superfície, que é conhecida como uma “elipsoide escalena”. Isso significa que a distância entre seus polos é 996 km, mas seu maior eixo tem um colossal comprimento de 1.960 km.

Haumea não só possui algumas das propriedades de rotação mais interessantes conhecidas no universo, como também tem duas luas, Hi’iaka e Namaka. Nada mal para algo com apenas 6% da massa da nossa lua.

6. Pan E Atlas

Estas duas luas de Saturno são as mais próximas de sua casa-mãe. O que as tornatão especiais é o fato de que parecem ter copiado os anéis de Saturno, assumindo uma forma bizarra.

Pan, que é conhecida como a “lua pastora”, tem o seu nome em homenagem ao Deus dos pastores, enquanto Atlas foi nomeada em homenagem a Titan, que “segurou o céu em seus ombros”, uma vez que suporta os anéis de Saturno.

Atlas, a mais achatada entre as duas, tem apenas 19 km de polo a polo, e 46 km em toda a sua cintura. Os equadores alongados destas luas não podem ser explicados da mesma maneira como Haumea, uma vez que não giram com rapidez suficiente para inchar. A rotação rápida dessas luas também cria um alongamento uniforme, e elas definitivamente não são regulares.

Depois de muitas simulações de computador, a Universidade de Paris encontrou a resposta: discos de acreção. Conforme o disco de detritos gira, as bordas da estrutura achatam. Durante a formação das luas de Saturno, discos de acreção feitos de pó dos anéis de Saturno se formaram em torno das pequenas luas e eventualmente se acumularam em seus equadores.

5. 2008 KV42

2008kv42
Por que tantos objetos astronômicos têm nomes irritantes como este? Felizmente, este cometa foi apelidado de “Drac”. Sim, em homenagem ao Conde Drácula.

Drac foi o primeiro objeto trans-netuniano descoberto a orbitar em torno do sol na direção contrária de todos os outros corpos do sistema solar, embora tenha feito isso muito lentamente, e levado 306 anos para completar uma volta. Apesar de dar uma volta em torno do astro rei, Drac nunca fica mais perto do que cerca de 20 vezes a distância do sol à Terra – o que estranhamente corresponde à órbita de Urano.

Isto significa que o cometa poderia ser o elo perdido entre objetos como o cometa Halley e outros detritos que vagam para além de Plutão, ajudando a explicar a sua formação, que é atualmente um mistério para a ciência.

Existem muitas ideias para tentar explicar por que a órbita de Drac é tão diferente de quase todas as outras. Uma das perspectivas mais interessantes é que ele pode não ter se formado juntamente com o nosso sistema solar, caso contrário orbitaria na mesma direção, como todo o resto.

É inteiramente possível que o cometa possa ter ficado preso em nosso sistema solar a partir do espaço interestelar, proporcionando-nos com uma quantidade sem precedentes de informações sobre o cosmos.

4. Triton

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Triton representa 99% de toda a massa conhecida por orbitar em Netuno. É como se todo o gás do gigante fosse condensado em uma lua. Como mostrado pela sonda Voyager 2 em 1989, Triton é raro entre as luas conhecidas na medida em que é geologicamente ativo: sua superfície é cheia de vulcões, mas eles não expelem cinzas e lava quando entram em erupção, como os da Terra. Ao invés disso, eles expelem água e amônia.

Sendo apenas um pouco menor do que a nossa lua, Triton é a única grande lua no sistema solar a orbitar para trás. Com a pressão do ar na superfície 50.000 vezes menor do que na Terra, você não poderia jamais empinar uma pipa em Triton, por exemplo. No entanto, incrivelmente e contra todas as expectativas, a sonda Voyager 2 fotografou nuvens voando a poucos quilômetros acima da superfície.

Para finalizar suas estranhezas, Triton é um dos objetos mais reflexivos conhecidos pela ciência, refletindo de 60 a 95% de toda a luz que o atinge. Para você ter uma ideia de como isso é incrível, a nossa lua, que é capaz de lançar sombras sobre a Terra à noite, reflete apenas 11% da luz que recebe.

3. O anel extra de Saturno

Saturn's Largest Ring
Nós mencionamos Saturno algumas vezes até agora porque ele é um lugar incrivelmente interessante mesmo. Enquanto o planeta é conhecido por seu sistema de anéis desde muito tempo, só recentemente foi descoberto o quão longe esses anéis se estendem pelo o espaço.

Por exemplo, só em 2009 se descobriu um enorme anel que corresponde à banda mais distante e maior do planeta. O anel está inclinado a 27 graus a partir dos anéis principais e começa a uma distância de cerca de 128 vezes o raio do planeta a partir da sua superfície, se estendendo 207 vezes o seu raio espaço a dentro. Não é à toa que demoraram tanto para encontrá-lo. Na verdade, a maior dificuldade deve ter sido entender que esse objeto bizarro faz parte do conjunto de anéis de saturno – já que ele está tão longe dos coleguinhas.

Para deixar ainda mais difícil…

Ele é tão difuso que só pode ser detectado em infravermelho, e essa pode ser a razão por trás da sua lua de dois tons, chamada Lapetus.

A lua de Saturno conhecida como Phoebe orbita dentro do anel e com a mesma inclinação, por isso é muito provável que seja a culpada. Eu explico melhor: a poeira se dispersa de Phoebe e em Iapetus, que orbita no limite deste novo anel colossal. Toda vez que Iapetus passa através dele, a matéria se recolhe em seu equador. Depois de centenas de milhares de anos, essa matéria parece ter se consolidado, criando a aparência impressionante da lua. Agora é só uma questão de saber se ela é preta com listras brancas ou branca com listras pretas.

2. Luas siamesas

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As luas Janus e Epimeteu são conhecidas como as “luas siamesas” porque compartilham a mesma órbita e são separadas por apenas 50 km – o que é menos do que o raio das próprias luas e, em se tratando de universo, é uma distância ridícula de pequena.

Devido a isso, elas estão presas em uma espécie de tango gravitacional que faz com que literalmente troquem de lugar a cada quatro anos. Apesar do seu complexo relacionamento, elas nunca vão colidir uma com a outra.

Originalmente, os cientistas ficaram intrigados porque os dados que tinham não correspondiam às suas expectativas da lua chamada “Janus”. Em 1978, 12 anos após a descoberta de sua órbita comum, percebemos que o que achávamos ser uma só lua era na verdade duas. Isto foi confirmado pelo voo rasante da sonda espacial Voyager em 1980. Curiosamente, um leve anel de poeira está presente na região de suas órbitas. Isso sugere que as duas luas foram uma vez um único corpo maior que, desde então, foi quebrado e está deixando para trás vestígios.

1. Cruithne

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Depois de dar uma olhada em alguns dos objetos bizarros que temos perambulando pelo espaço, vamos voltar para casa com a Terra e discutir um assunto que divide opiniões: a segunda lua do nosso planeta.

Desde 1846, os astrônomos estão à procura de uma segunda lua para a Terra. Frederic Petit foi o primeiro a afirmar que tinha encontrado uma. Ele propôs que ela dava volta na Terra em menos de três horas, e passava a apenas 11 quilômetros acima da superfície do nosso planeta. Depois disso, muitos outros astrônomos têm afirmado encontrar uma segunda lua, todos sem sucesso.

No entanto, há uma exceção estranha. 3753 Cruithne é um asteroide alienígena que orbita o sol em 364 dias, com ressonância perfeita à da Terra. Isto significa que, por um curto período de tempo a cada ano, o asteroide de 5 km é parte do sistema terrestre.

Ele atinge o seu ponto mais próximo da Terra a cada mês de novembro. Tecnicamente, não conta como uma lua, uma vez que deixa a órbita da Terra. Mas ainda é bom pensar que a cada ano, um objeto estranho vem nos visitar. Que seja bem-vindo. [Listverse]

9 comentários

  • Raquel Adrien:

    Ainda tem muito que se descobrir a respeito do universo.Mas o que me intriga,é que onde termina o sistema solar?Ha uma medição para isso?

    • Cesar Grossmann:

      Existem várias propostas para determinar o limite do Sistema Solar, um deles seria até onde o vento solar atinge, se não me falha a memória.

  • Jefferson Soares:

    e marte extinção gostaria de ajuda por favor!!!!!

  • Jefferson Soares:

    porque as vezes olhando a formação dos 4 planetas e as teorias de formação parece que mercúrio é a formação Vênus evolução terra o ideal

  • Jefferson Soares:

    Alguem poderia me informar se Vênus poderia ser um estagio que a terra passou na sua formação ou é um resultado da extinção de um planeta?

    • Cesar Grossmann:

      Não existe “extinção de um planeta”, e a Terra não passou por nenhum estágio semelhante a Vênus, até onde eu sei.

  • Tiago Boganha:

    “Com 4.826 planetas confirmados…”
    acho que fiquei perdido nessa parte, alguém para explicar?

    • thunderlord:

      Também fiquei intrigado, mas devem ter se referido aos exoplanetas, mas é muito estranho colocar um número tão preciso.

    • Cesar Grossmann:

      Na verdade, é sobre o Cosmos esta parte. Sabemos tanto sobre o Cosmos, daria para imaginar que o Sistema Solar não tem surpresas. #SQN

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