Os novos gatos de Schroedinger podem estar vivos e mortos em dois lugares ao mesmo tempo

Por , em 1.06.2016

Provavelmente, você já conhece o paradoxo do gato de Schroedinger. Caso não conheça, pode conferir nosso artigo sobre ele aqui.

Em resumo, ele fala sobre um gato hipotético dentro de uma caixa, que está ao mesmo tempo morto e vivo, até você abri-la e “descobrir” a verdade.

Agora, físicos da Universidade de Yale, nos EUA, encontraram uma maneira de fazer um gato quântico estar vivo e morto ao mesmo tempo, em duas caixas de uma vez. (Claro que não estamos falando de um gato real, mas sim de um experimento chamado de “estado do gato”.)

A evolução do gato de Schroedinger

Durante décadas, o gato de Schroedinger foi apenas um experimento de pensamento.

Porém, em 2005, físicos do Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos EUA criaram com sucesso um “estado do gato de Schroedinger” em laboratório, usando seis átomos em simultâneo “spin up” e “spin down” (pense nisso como um relógio girando no sentido horário e anti-horário ao mesmo tempo).

Depois disso, outros físicos replicaram o experimento e criaram seus próprios estados do gato, usando partículas como fótons.

Agora, os físicos Yale adicionaram mais uma reviravolta ao paradoxo: eles criaram não apenas fótons em uma superposição de estados, como estes fótons também estão emaranhados quanticamente, o que significa que a mudança do estado de um vai alterar o estado do outro, mesmo que eles estejam separados.

O novo experimento

Para criar o estado, os cientistas construíram uma pequena câmara com duas cavidades separadas feitas de alumínio. Os fótons de micro-ondas se debatiam ao redor das cavidades, e a equipe conseguiu conectá-los com um átomo supercondutor.

O resultado: dois “gatos” feitos de luz de micro-ondas vivos e mortos em duas caixas diferentes ao mesmo tempo.

Na prática: computação quântica

Esta pesquisa tem implicações para a computação quântica.

Ao contrário de um computador tradicional, com bits representando 0 e 1, um computador quântico armazena informações em “qubits”, que podem estar em dois estados ao mesmo tempo, tanto 0 quanto 1, assim como o gato de Schroedinger está vivo e morto ao mesmo tempo.

Mas essa é uma situação muito delicada. A informação quântica deve ser blindada de todo o ruído externo no ambiente circundante. A menor interferência pode atrapalhar o sistema de forma que a superposição é perdida.

“Estados do gato” são de interesse para pesquisadores porque poderiam ser muito úteis para armazenar informação quântica com eficácia. Ser capaz de criar estados de gato em duas caixas diferentes é “o primeiro passo para a operação lógica entre dois bits quânticos”, que também permite a correção de erro importante para a computação quântica, conforme explica um dos coautores do estudo, Robert Schoelkopf.

O artigo foi publicado na revista Science. [Gizmodo]

4 comentários

  • Roberto Tamashiro:

    Observe o arco-íris, ele se curva por que as sete cores tem velocidades diferentes.

    • Cesar Grossmann:

      Dentro da água.

  • Roberto Tamashiro:

    E mais fácil de entender a natureza quântica aceitando que existe luzes mais rápidos que ha luz einstêniana e nossa natureza multidimensiona

    • Cesar Grossmann:

      “Aceitando”, como em “acreditando sem questionar, e sem provas”?

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