Para ter um sono melhor, basta mentir para si mesmo

Por , em 28.01.2014

Uma nova pesquisa descobriu que, só de pensar que você teve uma boa noite de sono, seu cérebro pode funcionar melhor.

Você provavelmente está ciente do “efeito placebo”, quando uma pílula de qualquer espécie pode fazer uma pessoa se sentir melhor, mesmo que não contenha nenhum ingrediente ativo.

Esse efeito não funciona só com cápsulas de gel e sintomas de doenças. É possível obter “exercício físico placebo” e até mesmo “sono placebo”.

Em um estudo da Faculdade Colorado (EUA), pesquisadores deram a participantes uma breve palestra sobre como dormir bem melhora a função cognitiva. Eles também disseram que, durante uma noite de sono normal, cerca de 20 a 25% do sono é REM, o tipo que mais ajuda o cérebro, e que os indivíduos que gastam menos de 20% do seu tempo no sono REM tendem a ter um desempenho pior em testes de aprendizagem e memória, enquanto os que gastam mais de 25% do seu tempo no sono REM tendem a ter um melhor desempenho. Tudo isso é mentira (exceto a parte de que uma boa noite de sono faz bem para o cérebro).

Os participantes foram informados de que uma nova técnica – que na verdade não existe – podia medir sua qualidade de sono por meio de sensores que checam seu pulso, frequência cardíaca e frequência de ondas cerebrais. Os pesquisadores então anexaram os sensores nos participantes, que foram solicitados mais tarde a classificar o quão bem eles haviam dormido na noite anterior, em uma escala de 1 a 10.

No dia seguinte, os cientistas disseram a alguns dos participantes que eles tiveram 16,2% de sono REM, enquanto outros foram informados de que tiveram 28,7% de sono REM. Isso também era mentira.

Depois, os participantes fizeram um teste simples chamado Teste Auditivo Compassado de Adição Seriada (PASAT, na sigla em inglês), que avaliou sua atenção auditiva e velocidade de processamento, habilidades mais afetadas pela privação do sono.

Os participantes que pensaram que haviam tido sono abaixo da qualidade média tiveram um desempenho significativamente pior no PASAT. Um experimento de acompanhamento que incluiu outros três testes cognitivos confirmou amplamente os resultados iniciais. Além disso, o desempenho dos participantes que pensaram ter sono com qualidade acima da média em testes de fluência verbal foi superior.

Ou seja, simplesmente pensar que você teve um sono melhor faz com que seu cérebro trabalhe melhor.

“Nesses experimentos, o funcionamento cognitivo parece ter sido mediado pela informação placebo, uma vez que era dependente da qualidade do sono atribuída aos participantes, ao contrário da qualidade autorrelatada real de seu sono”, explicam as pesquisadoras Christina Draganich e Kristi Erdal. [Smithsonian, Telegraph]

5 comentários

  • Aline Cruz:

    me digam que estou emagrecendo….kkk

  • Aline Cruz:

    Por favor, me digam que estou emagrecendo!!! kkkkkkkkkkkkkkkk…

  • Adelso Brito:

    Matéria com uma boa dose de sofisma.

  • Alex Correa:

    Nesse teste os participantes realmente tiveram um efeito placebo, pois não sabiam qual era a real situação de seu sono e acreditaram no que os pesquisadores disseram.

    No título e penúltimo paragrafo da a entender que o ato de mentir pra si leva a pessoa a ter o mesmo efeito conseguido nas pesquisas. Mas não é isso que a pesquisa afirma. Ela diz que depois de todo um trabalho passando dados fictícios, utilizando uma falsa técnica e com resultados inventados, apenas para influenciar os participantes, faz com que eles acreditem nos resultados.

    Acredito que foi uma conclusão precipitada já que o efeito placebo vem de outra pessoa mentindo para o participante e não do mesmo mentindo pra si.

    Mas não custa nada tentar, vai que funciona.
    Começo hoje meu tratamento! haha

  • Eglitz:

    Se mentirem para mim, e, se,eu não saber que estão mentindo pode ser que tenha um efeito diferente da situação em que eu estivesse sabendo que estão mentindo. Me parece que seja assim que temos o efeito placebo. No caso, se eu sei que não tive uma noite boa de sono e tentar convencer-me que é diferente não sei onde se encaixa isso, e acho que seja bem difícil de acontecer.

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