Parece inacreditável, mas este rosto tem 700 anos de idade

Por , em 24.03.2017

O rosto de um britânico que morreu há aproximadamente 700 anos foi reconstruído por arqueólogos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

O homem medieval foi enterrado junto com centenas de outros em um cemitério que agora fica embaixo do edifício Old School Divinity, da Faculdade St. John’s, na Universidade de Cambridge.

Ao estudar seus restos mortais e refazer seus traços faciais e histórico biológico, os pesquisadores esperam compreender a vida de pessoas pobres e anônimas do século XIII.

A vida dos homens comuns

A maioria dos esqueletos encontrados neste cemitério são de adultos pobres. Seus enterros ocorreram entre os séculos XIII e XV, quando o cemitério foi anexado a um hospital e fundação de caridade para os pobres e doentes.

“A maioria dos registros históricos [da época] são de pessoas bem de vida e especialmente suas transações financeiras e jurídicas”, disse o pesquisador principal do estudo, John Robb, professor de arqueologia da Universidade de Cambridge, em um comunicado. “Quanto menos dinheiro e propriedade você tivesse, menos provável seria que alguém escrevesse alguma coisa sobre você. Então, esqueletos como esse são nossa chance de aprender sobre como os pobres e comuns viviam”.

Informações no esqueleto

Os cientistas estudaram o esqueleto do homem, apelidado de Contexto 958, em detalhes.

Ao medir seus ossos pélvicos, os arqueólogos concluíram que ele tinha mais de 40 anos quando morreu. A mandíbula, as maçãs do rosto e o crânio também ajudaram os pesquisadores a estimar sua estrutura facial. Por fim, sua espinha dorsal revelou que ele provavelmente realizava trabalho braçal, o que levou a hérnia de vértebras e possível dor crônica nas costas.

“Uma característica interessante é que ele tinha uma dieta relativamente rica em carne ou peixe, o que pode sugerir que ele fazia parte de um comércio ou trabalho que lhe deu mais acesso a esses alimentos do que uma pessoa pobre teria normalmente”, disse Robb.

Enquanto a equipe não foi capaz de dizer exatamente qual era sua profissão, ou o que finalmente levou à sua morte, as pistas esqueléticas sugerem que o Contexto 958 foi um trabalhador manual ou artesão de algum tipo.

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Evidência de trauma contundente que deixou uma pequena lesão na parte de trás da cabeça do homem, bem como cárie dentária em múltiplos molares, também fornecem pistas de que o Contexto 958 provavelmente teve uma vida difícil.

Eventualmente, a equipe espera comparar a biografia deste indivíduo com outros esqueletos enterrados ao lado dele, assim como os restos de outros esqueletos em variados cemitérios de Cambridge, da mesma época.

Tais comparações podem ajudar a humanizar os cidadãos medievais, e contar suas experiências de vida e histórias. [LiveScience]

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