Robô humanoide é o novo equipamento do pentágono

Por , em 29.04.2014

Assim como as armas de espionagem que não existem só no cinema, a tecnologia que estamos acostumados a ver nas telonas está pouco a pouco tomando conta da vida real. A grande inspiração para o grande avanço de que vamos falar aqui hoje é o clássico blockbuster “O Exterminador do Futuro”.

Durante a semana passada, o Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, pode conferir de perto, em primeira mão, o último experimento desenvolvido pelos pesquisadores do Pentágono: um robô humanoide que se assemelha ao Exterminador do Futuro de Hollywood.

Mas, ao contrário da versão cinematográfica, o robô Atlas, como é chamado, não foi construído para ser uma máquina de guerra. Pelo contrário; segundo as autoridades norte-americanas, o Atlas foi concebido para ser uma máquina humanitária, que teria como função resgatar vítimas em situações de perigo, como sob escombros após um desastre natural.

Competição

O Atlas tem 1,87 m e é um dos participantes de uma competição da DARPA (Defense Advanced Research Projects AgencyAgência de Projetos de Pesquisa em Defesa Aplicada dos Estados Unidos) destinada a produzir uma máquina salva-vidas humanoide. A competição, que vai exigir que os robôs criados tenham a habilidade de navegar em terrenos acidentados e entrar em edifícios, foi criada após o terremoto no Japão e as contínuas catástrofes causadas por tsunamis. Nessas ocasiões, a impotência humana e da tecnologia existente para resgatar feridos e salvar vidas ficaram ainda mais evidentes. Por isso, as autoridades pretendem colocar um ponto final nessa história, e começar um novo capítulo no que diz respeito à salvar vidas.

Brad Tousley, chefe da DARPA, disse a Hagel que Hollywood criou expectativas irreais a respeito do que robôs podem fazer. Construir humanoides que podem subir escadas, abrir portas e carregar objetos requer feitos assustadoramente incríveis de engenharia e ciência da computação. Em outras palavras: não é tão simples quanto parece.

Veteranos de guerra

Os cientistas também mostraram à Hagel a mais recente tecnologia para próteses, incluindo uma mão mecânica que responde a impulsos do cérebro e um braço controlado por movimentos do pé. Fred Downs, um veterano de guerra ferido em combate, que já trabalhou com Hagel na década de 1980, teve a oportunidade de demonstrar um dos dispositivos. “É a primeira vez em 45 anos, desde o Vietnã, que eu sou capaz de usar minha mão esquerda”, declarou Downs, que perdeu seu membro na explosão de uma mina terrestre durante a guerra.

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Ele controlou o dispositivo usando dois acelerômetros presos a seus pés. Assim, teve a oportunidade até de apertar a mão de Hagel.

Justin Sanchez, médico e gerente de programa da DARPA que trabalha com próteses e tecnologias relacionadas ao cérebro, mostrou ao Secretário Hagel um vídeo de um paciente cujo cérebro tinha recebido o implante de um sensor, permitindo-o controlar um braço mecânico com seus próprios pensamentos. A mão e o braço mecânicos respondem a impulsos cerebrais, e os referidos sensores seriam ligados para permitir que os dedos enviem sensações para o cérebro.

Segundo as autoridades, esse sistema de feedback tátil deverá ser operacional muito bem breve, dentro de alguns meses.

Robô humanóide é feito por baixo dos panos

Toda essa preocupação humanitária é muito comovente e impressionante. Mas, se tem uma coisa que os filmes de Hollywood também nos ensinaram, é que onde há muito investimento em tecnologia, há geralmente um interesse militar escondido.

O presidente dos EUA, Barack Obama, inclusive já disse que o exército do país está construindo um Homem de Ferro. Então, fica a pergunta: o que está por trás desse “robô salva-vidas”? Nós ainda não sabemos, mas podemos ter boas dicas.

Os repórteres que estavam na coletiva de imprensa em que os gerentes da DARPA apresentaram o robô Atlas e outras tecnologias foram convidados a se retirarem após as três primeiras apresentações, porque as autoridades norte-americanas temiam que segredos militares fossem revelados. Além disso, um oficial de defesa dos EUA falou anonimamente que Hagel recebeu uma atualização sobre o chamado “PLANO X”, um projeto de guerra cibernética. Trata-se de um sistema que permitiria ligar os controladores aéreos táticos usando tablets, que seria menos dependente de sistemas de navegação global.

Ou seja: vem coisa grande por aí.[Phys]

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