Por que a pesquisa no Brasil não cresce na proporção das duplas sertanejas?

Por , em 22.02.2013

Nada contra as duplas sertanejas. Nem contra outros tipos de música, foi apenas uma comparação irônica, mas com fundamento.

Quando se trata de pesquisa no Brasil, é notável a falta de interesse dos alunos em participar. Quando participam, a dificuldade que a maioria dos pesquisadores iniciantes demonstra é enorme. Quando um aluno está prestes a entrar para a universidade, ele sequer sabe o que é Mestrado. A não ser que ele venha sendo influenciado pela família a saber.

Se tratando da realidade do País, onde muitos, desde a adolescência, tiveram que trabalhar para ajudar a família — ou trabalhar enquanto faziam a universidade — se tornar um pesquisador parece quase impossível ou impensável.

Se nosso País se preocupasse mais em estimular o gosto pela pesquisa, ao invés de investir milhões em shows de inauguração de projetos e eventos, talvez, as famílias Brasileiras não estivessem tão fadadas à realidade de sempre. Infelizmente, se não tiver pai e mãe para apoiar financeiramente, não se estuda aqui. Os de cima sempre subirão, e os de baixo sempre descerão…

Tendo em vista que somente aqueles dotados de poder financeiro poderão sair da Universidade prontos para o Mestrado e para o Doutorado. Não é preciso ser riquíssimo para poder estudar e se tornar um pesquisador, mas é preciso ao menos, estímulo. Ninguém consegue estudar algo que exige tanta dedicação e esforço, sem estímulo. Falo por experiência própria. E, é claro, que pais e mães, atolados em dívidas, e problemas similares, nunca estimularão seus filhos a estudarem algo que os parece inalcançável.

É triste ver que milhões de reais são dados as cantoras baianas, que sequer pensam em Mestrado enquanto aqueles que pensam em se dedicar à pesquisa, ou se dedicam a ela, tem muitas vezes que passar o mês sem cinco reais para o sorvete.

[box type=”shadow”]Quer fazer mestrado? Sabe como deve fazer para entrar em contato com um orientador? Aposto que está tão inseguro quanto um parque de diversão sem alvará de licença. Com a melhor das intenções, deixo à disposição de todos os interessados um material que os orientará basicamente em relação a esta necessidade.[/box]

38 comentários

  • Fernanda Marinho:

    Agradeço pelos comentários. Eles serão sempre bem-vindos, e as críticas, quando bem dispostas, serão mais ainda.
    Cuidarei da minha labirintite em relação aos links em breve…

    Um abraço a todos.

  • Jonatas:

    A comparação com as futilidades é considerável, mas não é um problema do Brasil, é de toda a humanidade – a Europa, os EUA e os ditos desenvolvidos também dão o mesmo destaque e investimentos bilionários aos esportes e aos modismos, porque é o que as pessoas gostam, é o que rende financeiramente, estádios cheios pra ver futebol, eventos vazios para ver ciência.
    O que está insuficiente no Brasil é a iniciativa do estudante e o incentivo do sistema educacional, mais a segunda parte, já que esta é o alicerce da primeira.
    Já dizia um professor:
    Antigamente, as provas tinham questões a serem pensadas e respondidas, mas recentemente sugiram as múltiplas escolhas, que permitem a um incapaz sortudo que só chutou tirar uma nota melhor que a de um estudioso esforçado que errou um único algorismo em seu cálculo – o suficiente pra marcar uma alternativa errada, isso é justo?
    A palestra do professor Pier mostra como todo o sistema educacional brasileiro está errado, valoriza notas em lugar do conhecimento, e não ensina a já comprovada arte do verdadeiro aprendizado, aprender a ser um estudante de verdade, em lugar de um aluno, na verdade, aprender a usar o cérebro.
    Quando o Brasil tiver salas de aula com estudantes de verdade, desde as séries iniciais, aí a iniciativa científica será uma consequência, sem sombra de dúvidas.

    • Jonatas:

      http://www.conjur.com.br/2001-dez-10/analfabeto_passa_vestibular_direito_rj

  • Eduardo Madeira:

    As pessoas criam dilemas onde não existem. Na Espanha existem matança de touros, no japão as pessoas são viciadas em animes, nos EUA as pessoas são fanáticas por diversos esportes, boa parte da Europa é quase tão fanática por Futebol quanto aqui.

    A ciência, de modo mais amplo possível, pode conviver tranquilamente mesmo com os tipos mais inúteis da cultura. Sou de família de classe C, ganhei uma bolsa 100% de Eng. Mecânica esse ano, raramente as pessoas tiveram que dizer o que eu tenho que fazer, e é assim que as pessoas deveriam pensar sobre a maioria das coisas, também não estou dizendo pra pensar sobre tudo por conta própria, apenas para ser mais cético.

  • Branca Letícia:

    Por que esse populacho ignorante e desdentado aceita qualquer lixo tóxico produzido pela mídia, e ainda criticam os que tem bom gosto musical.

    A música devia ser feita pra quem tem bom gosto, e não pra gentinha que não sabe o que é música de verdade.

  • Rafael Andrette:

    A questão é bem complexa e com múltiplos fatores sociais e econômicos.

    Tentar realizar uma carreira acadêmica precisa, sim, de apoio e pode se tornar um grande motivo de arrependimento. Não é só questão de ser mal remunerado (pensando apenas no viés econômico, muitas pesquisas de diversas áreas representam investimentos que aplicados renderiam diversas vezes mais) mas a própria estrutura acadêmica atual que é retrograda e tende a “implodir”.

    Gastei oito anos em mestrado e doutorado na área biológica, sem registro na carteira pela natureza do financiamento de bolsa, sendo que boa parte desse período foi gasto nos tramites burocráticos entre escrever projetos, respostas de avaliadores, correções, etc. Um processo extremamente moroso e desesperador, pois se trabalha muito para ter algum financiamento.

    O pior de tudo é a falta de perspectiva do profissional com Doutorado, ele simplesmente´e ignorado por empresas, os que desenvolvem trabalhos visando contratação normalmente executam trabalhos técnicos e se tornam um profissional especializado. As universidades não absorvem esses profissionais formados, criando uma competição que exige um currículos extremos, só alcançado por quem pode investir muito tempo e recursos para uma formação de “qualidade”. As universidades particulares investem apenas em seus próprios alunos, dando um retorno para profissionais que se especializam dentro de vagas pré formatadas.

    Onde está o papel social do profissional que pesquisa, procura realizar algo “inédito” (como exige uma tese) e encontra as poucas vagas apenas relacionadas a especializações em equipamentos e técnicas (mitas delas ficaram ultrapassadas em 10 anos).

    Um bolsista tem muito mais chances de fazer seu projeto em pesquisas de “moda”, procurando aplicar dentro de investigações bem conhecidas para o retorno certo, impedindo o papel real de inovação para novos rumos de pesquisa e pensamento.

    A investigação na área biológica (como meu caso) exige um amplo financiamento de recursos laboratoriais e material consumível, que muitas vezes não temos no país, exigindo uma imensa burocracia e custo, para realizar algo básico, não sendo incomum alguém que espera meses para um produto base na pesquisa. Para “minimizar” esse problema, os Docentes e orientadores visam colocar seus alunos em variações de pesquisas bem conhecidas, aumentando a chance de retorno e investimento, realizando “mais do mesmo”.

    A politica de mérito acadêmico, baseada na publicação de artigos, apresenta um efeito planificador, onde o número e não a qualidade importa. Isso só da margem para que se aumente, intencionalmente, o número de fraudes, tornando todos os envolvidos em “maquinas de gerar artigos”, não há qualidade, há pouco espaço para a criatividade na pesquisa em si e uma imensa queda de qualidade, visando aumento de números. No final o país aumentou seu numero de Doutores formados, sem aumento da produção cientifica e acadêmica na sua qualidade e inovação.

    O que adianta formar esses profissionais se, na maioria dos casos, eles não encontram mercado de trabalho e nem são valorizados na sua formação diferenciada?

    O estimulo para cursos e pesquisa via pós Stricto Senso virou uma formação deformada e mal elabora de de profissionais técnico-especialistas, em um mundo onde a diversidade cientifica e tecnológica cruza as fronteiras dos saberes, a especialização extremista e enfase nos saberes técnicos, só revela o último patamar da educação pobre desse país.

    Mais do que uma falha drástica de valores, é um entrava ao desenvolvimento geral, desperdiçando o maior investimento possível no profissional de inovação.

    • Rafael Andrette:

      O texto ficou cheio de erros de digitação e vírgulas mal colocadas… É um tema que desperta minha revolta pessoal, expressando na falta de edição. Pena o site não dar a opção de editar.

    • aguiarubra:

      Parabéns pela lucidez e pela honestidade.

      O que vc diz é muito parecido com o que ouvi numa palestra do incompreendido lógico-matemático Newton C. A. da Costa, que ao criar a Lógica Paraconsistente ganhou perseguidores invejosos de seu trabalho e sofreu tanto que teve que se exilar para continuar suas pesquisas.

      Eu acrescentaria “coragem” a quem quiser estudar visando elevar seus conhecimentos acadêmicos, pois além de níveis “permitidos” vai ficando muito difícil, como vc bem demonstrou em seu comentário.

  • SergioK:

    Acho que tanto aqui como em qualquer lugar o pedquisador não ganha muito. O que o motiva é, acredito eu, a possibilidade de fazer algo que ainda não foi feito e ser reconhecido por isso. Em outros países, a criação (projetos de ciências) existe desde muito cedo. Aqui as pessoas nem sabem do que são capazes. Também não costumamos enaltecer os nossos heróis cientistas. Em outros países, basta descobrir ou inventar qualquer bobagem e o nome fica registrado para sempre. Alguém sabe o nome de algum brasileiro envolvido nas descobertas com células tronco por exemplo? A gente sabe a instituição onde ele trabalha e só. Podia começar por aí.

  • Allan Igor:

    Falou tudo!

  • Daniel Silvério:

    Porém, concordo com o Marcelo Ribeiro. O cenário está mudando, mesmo que lentamente em alguns aspectos, como a nossa cultura. No entanto a internet vem ajudando muitas pessoas a sairem da ultimamente tão falada “alienação”. é um começo… espero que logo as pessoas melhorem sua forma de pensar.

  • Daniel Silvério:

    A questão é que o próprio governo quer que as pessoas simples continuem pensando que é impossível que uma pessoa “normal” se torne um cientista, um filósofo ou qualquer outra coisa. E além do mais, a falta de estímulo vem desde o ensino fundamental, que nem preciso falar que precisa de investimentos muito maiores que o que tem atualmente (e o estado tem condições sim!). Ele quer isso pra poder continuar comprando votos com bolsa família e pra poder continuar cobrando quanto imposto quiser e fazer o que quiser com ele. É uma realidade muito triste a do nosso país.
    E outro fator muito importante é a falta de vontade da população. e que falta! No entanto, não se vê tanta falta de vontade de se mobilizar quando o assunto é novela, futebol ou duplas sertanejas…

  • neutrino:

    Temos uma questão cultural que acompanha nosso país desde os primórdios da colonização.

    A inteligência é pouco valorizada por aqui.

    Mas quando se faz um trabalho sério, as coisas podem funcionar.

    Não sei como anda a petrobrás, mas dizem que é uma empresa que
    é exemplo em pesquisa na área de petróleo.

    A Embraer também extrapolou.

    Dizem que existem algumas pesquisas também com células tronco.

    Se eu tivesse uns bilhões de dólares iria investir em pesquisa na fabricação de baterias e motores movidos a eletricidade.

  • O-lado-escuro:

    Abraços…Ai sábadão e eu estudando..Poderia muito estar sei lá em um club..Ou assistindo televisão 😛 …Tchau

  • O-lado-escuro:

    Pois é,mas falta também um pouco de interesse da população,pois eu venho de família humilde e pobre,porem nunca deixei de estudar,pretendo além dessa minha graduação de Engenharia civil pretendo fazer matemática e física,logo fazer mestrado,doutorado e PhD em física…E todas as dificuldades que tive e tenho na min ha vida nunca me atrapalhou em nada…vivo lutando,e mais uma coisa as bolsas hoje em dia para iniciação cientifica estão bem generosas…Mas sim falta muito isentivo do governo,porem se alguém quer algo ainda mais em um pais capitalista..Nem os céus é o limite…O limite como digo tende ao infinito…

    • Fernanda Marinho:

      Concordo em partes com você “o lado escuro”.
      As bolsas de mestrado estão em torno de 1500,00 reais. E isso para mim não é generosidade, em vista da quantia que é gasta em vão com muitas futilidades neste País.
      E concordo quando diz que conta a força de vontade. Sem dúvidas, sem força de vontade não se vai a lugar algum.
      Um abraço.

    • John Cetico:

      O problema com a população, em sua maioria pobre, também passa pela falta de conhecimento das oportunidades.
      .
      Vivem assistindo novelas e achando que a vida é só comer e dormir e pronto. Por isso que a “coisa não anda” no Brasil.
      .
      Mas vejo que quem procura acha e muitos (embora poucos ainda) estão buscando se especializar em mestrados e doutorados.
      .
      Só o futuro dirá o avanço que o nosso país terá.

  • aguiarubra:

    Essa questão é cultural, ou seja, faz parte das bases de nossa civilização. Estamos no século XXI, mas o povo ainda carrega o legado da escravidão em seu inconsciente coletivo, onde a educação é “coisa inútil para nobres e burguêses” andarem se exibindo por aí.

    E isso não vai mudar nos próximos 500 anos, não? É preciso cair na real: apenas poucos conseguem, pq. é do interesse (político!) de nossas elites que seja assim. Nossa elite sempre controlou os partidos. Não foi a toa que João Goulart foi eliminado do poder.

    A Revolução de 1964 representou a vitória dessas elites contra o povo simples que vivia como camponeses, que após 30 anos de relativo progresso, estavam por conquistar seus espaços.
    Vide: “O Dia que durou 21 anos” http://www.youtube.com/watch?v=QICwXnpvFZs e ‘EDUCAÇÃO NA DITADURA: A MARCA DA REPRESSÃO’ parte 1 http://www.youtube.com/watch?v=YqDgaGNDads e parte 2 http://www.youtube.com/watch?v=C6m7EYMZ27A

    O resultado é isso que sofre-se hoje no Brasil: atraso geral para que alguns sejam a “6ª potência econômica mundial”. MAS ISSO É O DE SEMPRE!!! Vide “Poder Político e Atraso Educacional no Brasil, 1930-1964 – Fipe” https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=6&cad=rja&ved=0CGoQFjAF&url=http%3A%2F%2Fwww.fipe.org.br%2Fpublicacoes%2Fdownloads%2Fbif%2F2010%2F4_16-20-kang.pdf&ei=9_MoUZHDLYvm8QTYhoHAAw&usg=AFQjCNFTryfDpB-1p3W4yAwhhyTlFwfOOw&bvm=bv.42768644,d.eWU
    “Reforma Capanema” https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&ved=0CEsQFjAD&url=http%3A%2F%2Fpt.shvoong.com%2Fsocial-sciences%2Feducation%2F1708941-reformas-capanemas-aspectos-positivos-negativos%2F&ei=VPIoUc-VMI-o9gSW0oHYAg&usg=AFQjCNFSbisqh1chzW27mzLgEusAoJFmaw&bvm=bv.42768644,d.eWU e também “O ENSINO SECUNDÁRIO NA PRIMEIRA REPÚBLICA. A EDUCAÇÃO NO BRASIL ATÉ 1930” https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&ved=0CEYQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.dcoi.org%2F03d%2Fsine-data%2C_AA_VV%2C_Primeira_Republica._A_Educacao_No_Brasil_Ate_1930%2C_PT.pdf&ei=9_MoUZHDLYvm8QTYhoHAAw&usg=AFQjCNFf7a-HqRcH-cnxlBds01zNIfw-UQ&bvm=bv.42768644,d.eWU

    Ao povo, pão (do Bolsa Família: vide o documentário criado por José Padilha “Garapa 2007” no youtube, que já está “sumindo” da internet http://www.youtube.com/watch?v=8oTVI4giyrM ) e o circo das telenovelas da Globo, do BBB (que “ensina” o telespectador a “pensar” como o Pedro Bial pensa), carnaval, futebol e malandragem.

    • Fernanda Marinho:

      Aguiarubra, obrigada pelo seu comentário. Mas tenho uma dica, é melhor ser mais breve, objetivo e direto…este monte de links que você jogou deu um pouco de “labirintite”.

    • aguiarubra:

      Coloquei estes links pq., a luz da história da educação no Brasil, não há soluções a curto e médio prazo para certas constatações que vc apresentou em várias frases nesteartigo.

      E, seguindo sua dica, não vou apontá-las aqui pq. ficará muito grande.

      Em resumo, seu artigo é muito elitista para ser útil ao comum dos brasileiros e brasileiras!

      Se duvida, verifique nos links! Entenderá que as informações contidas lá são até superficiais, pois o “buraco” é mais embaixo, ou seja, nas próximas décadas, o mundo todo será “glob-abrasileirado” na educação! Claro, não vou indicar mais links, pois aí vc precisaria de um médico para cuidar de sua labirintite.

      Mas posso indicar uma pequena “fresta” desse problema, que é o livro “Vida e morte do grande sistema escolar americano” de Diane Ravitch, ex-secretária-adjunta de Educação dos EUA.

      No Estadão, há: “Nota mais alta não é educação melhor”
      No Scielo: “Vida e morte do grande sistema escolar americano: como os testes padronizados e o modelo de mercado ameaçam a educação”.

      Mas isso é um petisco! Não vou aprofundar mais esse assunto, pois teria que apontar também a inutilidade e da brutalidade mental de se fazer teses de doutorado aqui no Brasil…ou de quanto os orientadores são “especialistas” em torturar seus orientandos, não só no Brasil, como no mundo!!!

    • aguiarubra:

      Mlink Seap

      P.: “…Pesquise mais,…”
      Resp: para mim, a UNIVESP TV e o SCIELO são mais do que suficientes para dispensar seu conselho discutível de quem tem preguiça em ler.

      P.: “…podem acusar os militares de um monte de coisas, mas na área de educação e pesquisas o período foi muito positivo,…”

      Resp.: agora não é mais positivo pq. saimos da ditadura?…Afff…

      P.: “…tínhamos claramente um projeto de país e incentivos em áreas chaves,…”

      Resp.: ao tempo de João Goulart, sim, TINHAMOS…

      P.: “…só como exemplo, biocombustíveis no mínimo 20 anos antes de qualquer país, xisto, 3 maior industria de armas, fabricas de chips, pesquisa aeroespacial (pelo plano dos militares já teríamos…”

      Resp.: TERÍAMOS…

      P.:”…lançado um astronauta faz tempo), Embraer, e por ai vai…”

      Resp.: vai, não, ficou tudo nos sonhos da classe média e da elite financeira que pensou parar a ascensão do brasileiro na conquista de seus direitos de cidadão através do golpe de estado de 1964, mas foram traidos pela direita linha dura do exército que causou o êxodo de trabalhadores sem o menor preparo para as metrópoles, com o objetivo explícito de explorar-lhes a mão de obra com salários vis, que mal dava para o sustento próprio!

      P.: “…Naquela época, realmente eramos o país do futuro, até bem parecido com a China de hoje…”

      Resp.: infelizmente, para gente com sua mentalidade, os fatos de hoje não são consequencia de tudo o que veio antes. Como disse George Santayana: “…Aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo…”. Taí vc falando em China de hoje, se esquecendo que a desculpinha para o golpe de estado era prevenir o Brasil de se tornar um pais comunista (e ameaçar os EUA, que chegou a enviar porta-aviões e fragatas para apoiar os militares que deram o golpe). E vc, em sua cegueira, vem a confirmar a impressão que tiveram os golpistas quando descobriram, depois de algum tempo, que a ditadura seguia muito de perto o planos quinquenais da ditadura stalinista, o que, de fato, fez o brasileiro conhecer o que era um pais governado por imposições estatais russas.

      P.: “…Hoje em dia, após 20 anos de governos pseudomocráticos, o slogan mudou para pais sem futuro…”

      Resp.: e como vc não liga os fatos de hoje como a consequencia de 500 anos de colonização predatória, fica aí embasbacado e “inventa” que tudo é culpa do “agora”.

      Aliás, é assim mesmo que vivemos aqui, nesse país: nas esperanças de que tudo se resolverá no futuro, pois sempre somos frustradas no presente. E no saudosismo do tempo de abrantes, quando “…Naquela época, realmente eramos o país do futuro…”.

      Vc, por exemplo, é o representante fiel dessa alienação toda.

      Para vc e iguais a vc, um versinho medieval que veio bem a calhar:

      VADE RETRO SATANA

      Afasta-te, Satanás
      Nunca me tente com coisas vãs
      Aquilo que me ofereces é mau
      Bebas teu próprio veneno

      https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CDEQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FVade_retro_Satana&ei=_qIrUcugLIa69QTHwIHYCg&usg=AFQjCNGawskdIo2i5QS_3cxkqwelmtqOYQ&bvm=bv.42768644,d.eWU

  • PAULO ROSAS MOREIRA:

    Detesto música sertaneja, é o que nós temos de pior em termos de ritmo musical.Depois de havermos evoluído com a Bossa Nova, que contaminou o mundo todo; regredimos. Por quê será? Eu tenho minhas suspeitas!
    Precisamos investir em pesquisas, maciçamente. Sempre que puder, grite, incentive, manifeste-se a favor desses programas, afinal, nós brasileiros, somos os maiores interessados.

  • Cesar Pinheiro:

    por outro lado, e eu digo isso como funcionário público que sou, existe uma relação atávica com todas as iniciativas do governo, para o bem ou para o mal, de se autopromoverem buscando, “indemocraticamente, se perpetuar no poder.

  • Amadeus E:

    Isso é verdade, esse ano(curso o terceiro ano do ensino médio e pretendo fazer faculdade, ano que vem, de fisica ou ciencia da computação e ja estou cursando tecnico de informatica, pelo menos na minha escola lançaram um “clube de ciencias” onde professores de fiscia e quimica de faculdades irão vim para coordenar pesquisas e estudos, claro que não no nivel de grandes institutos pelo nosso infimo conhecimento nas areas da fisica/quimica. Mas são projetos deslocados, se todas as escolas tivesse um clube assim com certeza seria bem visto, não no começo, na minha sala só eu e um amigo se interessaram, mas, não é algo ruim, o resto do pessoal da turma eu sei que metade não faram faculdade e outra metado tentara mas não move um dedo para estudos, então, sobra mais vagas para eu haha. Mas, o brasil é esse, bilhões em estadios de futbol, apoio ao carnaval, mas a estudos é quase nenhum. Um dia desses vi que uma bolsa para mestrado esta em torno de R$ 2400,00, isso é um cumulo, se deveria pagar o mesmo valor recebido por um engenheiro, advogado, porque sem nossos esforços, o mundo que o engenheiro trabalha não existiria, nem a sua profissão na engenharia, ja que ela esta intimamente ligada a fisica. Mas, esse é o brasil.

  • Gödel Téssera:

    A última Scientific American foca bem neste ponto indo um pouco mais além, sobre a questão do estímulo à início da vida científica do aluno, há interesses bastante escusos por parte das universidades públicas para que isso não aconteça.

  • Vera Lúcia Chiaratti:

    Eu nunca tinha lido nada escrito por você, Fernanda, aliás, nem sabia que você existia. Mas já sou fã desde agora. Parabéns pelo texto. Continue a escrever essas verdades e eu vou compartilhar sempre com o máximo de pessoas que eu puder. Quem sabe um dia alguém resolve se importar…

    • Fernanda Marinho:

      Fico feliz que tenha gostado Vera. Realmente eu não existia. (rsrs) Este artigo foi o meu primeiro aqui no hiperciência.

      Um grande abraço.

  • Lucas Noetzold:

    Fatos como esse sempre me levam a pensar em algo mais complicado que não envolve apenas educação mas também tudo o que a política engloba (isto é tudo). Uma forma de garantir melhor gerenciamento de recursos e da população em si é decentralizar ao máximo o poder (fazendo governos menores e com maior poder sobre sua região), mas isto tem uma consequência grave: sempre vai haver aqueles que governam corruptamente. Outra forma e centralizar ao máximo gerando um governo para todo o país muito forte, mas isto também tem seus problemas: torna o gerenciamento muito mais difícil e basta um mal-intencionado no poder para dar tudo errado (e virar uma ditadura por exemplo).
    Olhando assim não consigo ver uma forma de “salvar todo mundo”, e isso me tira alguns sonhos…

  • Fernanda Marinho:

    Realmente, falta apoio ao que podemos chamar de “início da vida científica do aluno”, que é a iniciação científica. Muitas Universidades nem se dão ao “trabalho” de divulgar as bolsas de iniciação, muito menos irão incentivar seus alunos. Mas existem casos e casos. O primeiro quesito para se tornar um pesquisador, acredito que seja a força de vontade, o segundo o impulso, como disse no artigo, o estimulo conta muito nas horas de dificuldade. E, o financeiro, já que ninguém vai conseguir sobreviver só com a força de vontade, infelizmente.

  • Murilo Mazzolo:

    As vezes acho que uma opção de +1 ou Curtir nas matérias faz falta…. Ainda mais aqui no Hype.
    Matéria simples e direta, e condis 100% com a infeliz realidade desse nosso Pais…

  • Lucas Lins:

    O País não incentiva e isso é muito claro… todavia, parte da culpa é nossa… Carnaval, Futebol e vida fácil é o que interessa. Infelizmente, o Brasil produz excelentes pesquisadores que, para poder ter algum investimento, precisam ir produzir pesquisas FORA do País. É o Brasil, mais uma vez, exportando suas riquezas e pagando CARO pelas patentes…

  • Marcelo Ribeiro:

    Nos últimos anos eu vi que o estímulo à pesquisa aumentou muito no país. Milhares de bolsas que não existiam foram criadas para manter nossos talentos aqui e estimular futuros cientistas.

    Conheço alguém que fez curso superior com bolsa de estudos privada ainda na era FHC e virou pesquisadora no início da era Lula. Conseguiu fazer mestrado, doutorado e um pós-doutorado. Tudo com bolsas do governo (CAPES, CNPQ).

    Mas tenho que concordar que não vejo ninguém estimulando os jovens a fazerem iniciação científica, nem mesmo muitos professores parecem fazê-lo. Não há uma cultura de estímulo ao senso crítico e ao pensamento científico e é isto que o HypeScience quer ajudar a mudar.

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