Por que não devemos acreditar na ciência?

Por , em 8.09.2013

Nesses dias recebi um e-mail de nosso colaborador, aqui no Hypescience, o Engenheiro Eletricista Cesar Grosmann, contendo o link do artigo “Why I don’t believe in science…and students shouldn’t either” de  Adam Blankenbicker. Artigo esse  que aborda o delicado tema de filosofia da Ciência, algo que poderia ser resumido na pergunta indiscreta que usei aí em cima, como título dessa matéria.

Nosso colega Blankenbicker do Smithsonian National Museum of Natural History traz mais uma vez à pauta um tema já reiterado em fóruns de discussão de ciência e tecnologia, inclusive aqui no Hypescience, porém que não perde seu frescor e também sua importância.

Para uma resposta bem cuidada a esse questionamento vale à pena lembrar que, por uma questão puramente conceitual, o verbo crer não deve ser aplicado ao conhecimento científico por ser textualmente excludente.

O que isso quer significar?

Quando eu creio em algo, estou assumindo uma fé incondicional (geralmente dentro do campo da religião).

Logo, estou admitindo uma verdade que não precisa de nenhuma evidência que a corrobore.

Por si só a conjugação desse verbo, exclui o conceito científico.

Esse conceito submetido ao mais rigoroso dos métodos, que exige evidências para que possa ser admitido como plausível.

Além de ficar patente que o conceito científico pode (e deve) ser questionado.

– Coisa que não se admite no campo da fé, já que se sustenta com argumentos de autoridade e que são, portanto, inquestionáveis.

Por exemplo:

Para a religião praticada no Antigo Egito o Íbis era considerado um animal sagrado, relacionado diretamente ao deus Thot, senhor do tempo e da sabedoria.

Íbis-sagrado (ave identificada com o deus Thot)

Íbis-sagrado (ave identificada com o deus Thot)

Os praticantes de tal religião, não exigiam nenhuma prova que atestasse essa relação entre a ave e a divindade.

Apenas acreditavam com fervor em sua natureza sagrada e na importância vital de todas as suas práticas ritualísticas.

Em contrapartida, nenhum cientista que mereça esse título, afirma que acredita nos conceitos científicos que defende.

Em minha área de atuação, por exemplo, não há necessidade de se acreditar que a água é constituída por hidrogênio e oxigênio, na proporção H2O.

Existem diversas evidências que corroboram tal afirmação e a maioria delas envolvem experimentos em laboratório, que são classificadas como evidências práticas, atestadas pela exatidão matemática dessas manipulações (que são categorizadas como evidências teóricas).

Nenhum estudante de Química precisa acreditar na água como H2O. Se a dúvida surgir e/ou persistir basta realizar em laboratório processos de síntese da água (ou sua decomposição) para comprovar que tal pressuposto é científico.

Sei que alguns leitores (principalmente aqueles que não entenderam o artigo) vão me bombardear com afirmações do tipo “a ciência é a nova religião do Mustafá” ou que o “cientista nega deus ou Deus ou os deuses ou os Deuses” ou vão me acusar de cético (como se isso fosse alguma ofensa) ou incitar a prática de um ceticismo ao contrário (defender a benzedura e desprestigiar a medicina, por exemplo) como se o fato de desenvolver o espírito crítico e exigir evidências para aceitar uma afirmação fantástica como verdadeira, fosse o princípio da danação do espírito e a sua consequente condenação à expiação eterna nos porões dos infernos (qualquer um deles).

A minha única resposta é apresentar mais uma vez a definição de ciência (sem querer com isso atacar anjos ou demônios):

Ciência é o conjunto do conhecimento humano, socialmente adquirido, historicamente acumulado que admite falseabilidade e exige comprovação pela experimentação e/ou pela apresentação de evidências fundamentadas na lógica, na objetividade e na razão;

E reiterar que nada disso tem a ver com crença, fé ou religião.

Em suma:

Por que não devemos acreditar na ciência?

Ora, por que não precisamos.

Simples assim!

 

-o-

[Imagem 01: Uteart ]

[Imagem 02: Íbis-sagrado – Wikimedia Commons]

[Leia os outros artigos de Mustafá Ali Kanso]

 

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Seus contos “Herdeiros dos Ventos” e “Uma carta para Guinevere” foram, em 2010, tópicos de abordagem literária do tema “Love and its Disorders” no “4th International Congress of Fundamental Psychopathology.”

Foi premiado com o primeiro lugar no Concurso Nacional de Contos da Scarium Megazine (Rio de Janeiro, 2004) pelo conto Propriedade Intelectual e com o sexto lugar pelo conto Singularis Verita.

 

 

85 comentários

  • serico115:

    Apenas para dizer que, em minha óptica de ver, o artigo prima pela forma como apresenta uma postura, equilibrada, sensata e muito bem delineada.
    Claro e evidente , que esta dialética jamais poderá vir a ter um final, ou melhor, vai ter quando os humanos se extinguirem da face da Terra. Até lá, estou convicto que a investigação científica continuará a dar passos no sentido do progresso científico, enquanto na área de religiões e crenças, talvez não vão muito para além do que tentarem suportar-se no que tem sido dito e defendido através dos tempos, pelos que a essas teses se acham ligados ou dependentes e nelas acreditam piamente. Nada contra quem assim pensa, até porque é uma questão de respeito pelo valor que representa a liberdade de pensamento e expressão.

  • aguiarubra:

    BOVIDI

    Ok, acabei de enviá-lo a vc!

  • aguiarubra:

    P.: “…bovidi / 15.09.2013
    aguiarubra,
    Terrorista talvez não. Com certeza um grande chato que deve ter incomodado muita gente com essa mania de metafísica num site ‘científico’.

    Comentário: rsrsrsrsrsrsrs…Quem disse que a inquisição acabou não vive no mundo real. Faço o download de “A Nova Inquisição: Racionalismo Irracional e a Fortaleza da Ciência”, de Robert Anton Wilson, ed. Madras https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CEAQFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.scribd.com%2Fdoc%2F55805595%2FA-Nova-Inquisicao-Racionalismo-Irracional-e-a-Fortaleza-da-Ciencia&ei=Xow3UsOdBJC89QTnp4DoAQ&usg=AFQjCNH-dPm5Oht6DlnlLYAuoDe5JffPNA&sig2=Mn_d8b2GvKDPzTX6_HYYTw&bvm=bv.52164340,d.eWU Aproveite, antes que desapareça!

    P.: “…Saúde…”

    Comentário: tenha muita saúde!!!

  • pmahrs:

    Os que se autointitulam intelectuais, politizados e conscientes só consideram assim quem concordar 100% com eles sem questionar; os outros vão sempre rotular de burro, alienado, conformado e analfabeto, mas em gestão pública, política, economia de governo e religião nem intelectuais de Harvard entram em consenso.( Me refiro somente aos que se “autointitulam” e “rotulam”)

    • Atila Velo:

      Seria muito triste um mundo com todos pensando e acreditando nas mesmas coisas, de forma homogênea. O conhecimento ficaria estagnado e perderíamos muitas oportunidades de debater, aprender, gerar novos pontos de vista e darmos muitas risadas!

  • Arthur Ribeiro:

    Muito bom o artigo! Concordo plenamente e sempre digo isso. Ciência não é questão de crença. Ciência é fato.
    Digo isso principalmente para alguns crentes fervorosos. Não que não se deve crer em sua religião (se você tiver). Mas não aguento os religiosos que “não creem” na ciência. Cegos!

  • aguiarubra:

    bovidi / 14.09.2013

    P.: “…aguiarubra,
    (…) Acontece que o hypescience simplesmente não aceita mais os posts daquele e já passei por vários outros apelidos. Acho que vou me fixar nesse. Esteja em paz…”

    Comentário: então tem censura à vc por aqui? Isso é uma grande surpresa prá mim! Será que o Hypescience o considera um terrorista?

    P.; “…Opa!!! Nada a ver com epitáfio. kkkk…”
    Comentário: jamais!!!

  • aguiarubra:

    Atila Velo / 13.09.2013

    P.: “…Meu argumento era, resumidamente, que a ciência atual em seus diversos campos exatos e humanos são todos oriundos da Filosofia, cujos primeiros registros históricos importantes são da Grécia antiga. Em última instância, sim, a Filosofia foi uma consequência da Religião – do questionamento dela…”

    Comentário: ok, não posso discordar de vc, em termos gerais. Pois, EM TERMOS GERAIS, VALE o que escreveu Auguste Comte sobre a Lei dos 3 Estados: o estado ‘teológico’ ou ‘fictício’, o estado ‘metafísico’ ou ‘abstrato’ e o estado ‘científico’ ou ‘positivo’.

    Mas a realidade dos fatos veio a mostrar que a própria Ciência tem sido “ponte” para tipos novos de Religiões “da” Ciência.

    No tempo de Comte, ele mesmo demonstrou (apesar de não querer) que, estabelecido o Estado Cientifico Positivista, ele mesmo criou uma “Igreja da Humanidade”, nos moldes da ICAR, endeusando a Razão como uma deusa que dá a certos “escolhidos” (os cientistas) o “dom” da “sabedoria suprema”!

    Hoje em dia, ateus como Alan de Botton querem repetir o mesmo fenômeno, criando “templos à Ciência” na Inglaterra!

    Ora, no Estado Científico “…ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais abstratas, de ordem inteiramente positiva, em que se deixa de lado o absoluto (que é inacessível) e busca-se o relativo. A partir disso, atividade pacífica e industrial torna-se preponderante, com as diversas nações colaborando entre si…” (verbete Auguste Comte na wikipédia).

    Bom, o fato dos homens “positivos” terem deixado de lado “O Absoluto”, por ser inacessivel, não os impediu de substituir no lugar a tal “ordem inteiramente positiva” que diziam haver, cobiçando alcançarem a posição de “Demônios de Laplace”, um mito derrubado por Kurt Gödel no começo do século XX (ou seja, a linguagem matemática, crucial à Ciência, não pode sustentar uma teoria tão completa do Universo que tudo possa ser “positivado” como Comte imaginou!)

    O fato dos cientistas terem deixado de lado O Absoluto, por ser inacessível, deixou os cientistas “aleijados” da comunidade de cidadãos religiosos, que trataram de continuar, tranquilamente, perscutando “O Absoluto”: é interessante saber que o Espiritismo de Kardec surgiu bem nessa época “positivista” de Comte e vários cientistas (alguns prêmios Nobel como Charles Richet e Mme. Curie) não se preocuparam muito com o que Auguste Comte tinha a lhes dizer sobre “estudos ocultistas”!!!

    Continuando pela História Contemporânea, “…A partir disso, atividade IMPERIALISTA e industrial torna-se preponderante, com as diversas nações GUERREANDO entre si…” por duas ocasiões durante o século XX.

    E a mais poderosa dessas nações foi a Alemanha Nazista, uma nação dominada por místicismo medieval do tipo mais selvagem! Nela surgiu uma Ciência completamente diferente da que havia até então (vide a obra de Jacques Bergier, físico nuclear e “maquis” durante a WWII “O DESPERTAR DOS MÁGICOS): quase inventaram as bombas atômicas e tinham mísseis que se tornaram o único modelo no mundo que levou os EUA e a URSS ao espaço sideral.

    Hitler, por incrível que pareça, demonstrou cruelmente o quanto a Religião impulsionou a técnica e a Ciência! Por sorte nossa, foram cientistas judeus que conseguiram superar Werner Heisenberg (Nobel de Física de 1932 – diretor do Projeto de Energia Nuclear Alemão entre 1942 e 1945) e demonstraram ao governo americano a necessidade de realizar o Projeto Manhattan em paralelo com os nazistas.

    Hoje, quando se diz “Tecno-Ciência”, se “esquece” de se agradecer aos cultuadores da Sociedade Vril (como Adolf Hitler, Heinrich Himmler, Rudolf Hess e outros), algo que deve ter feito Auguste Comte se remexer no túmulo!!!

    Nota-se que o ciclo Religião-Filosofia-Ciência vem se repetindo ao longa da História e não é na nossa época contemporânea que isso vai se acabar!

  • Atila Velo:

    aguiarubra, obrigado por complementar. Realmente, os egípcios tiveram papel muito importante no que convencionou-se chamar de Ciência posteriormente – e não podemos esquecer dos chineses e vedas!

    Concordo que àquele tempo era tênue a linha que separava conclusões racionais de conclusões intuitivas ou tradicionais (herdadas, passadas por gerações – e dogmáticas). Entretanto foi com Parmênides e Heráclito que as explicações fundamentadas em deidades começaram a dar lugar às novas teorias menos fantásticas, que nos séculos seguintes foram rompendo de vez com a religião e se tornando cada vez mais positivistas.

    Talvez eu tenha soado preconceituoso: a metafísica e hipóteses menos lógicas também têm espaço importante tanto na história do conhecimento humano como contribuem muito até os dias de hoje. É justamente a inquietude e discordância dos cientistas que impede a estagnação do saber!

    Meu argumento era, resumidamente, que a ciência atual em seus diversos campos exatos e humanos são todos oriundos da Filosofia, cujos primeiros registros históricos importantes são da Grécia antiga. Em última instância, sim, a Filosofia foi uma consequência da Religião – do questionamento dela.

  • Joao Paulo:

    Acreditar ou não em deus ou na ciência, não tornará ambos inexistentes assim como rejeitar ou lutar contra ou a favor, o fato é que qualquer tramo ou luta contra algo que sobrepõe ao nosso poder de autoridade, é em vão.

    • pmahrs:

      De fato não faz falta nenhuma para ciência se religiosos acreditarem num criador em outro “plano” ou dimen-são. À luz da razão, lógica peculiar de cientistas não há o porque de alguns terem ódio disto, a não ser que se creia na teoria de vidas passadas. Para as leis naturais universais não faz diferença nenhuma termos ou não consciência delas, a terra sempre girou em torno do sol mesmo quando ninguém sabia disto ou se negava. Se houverem leis espirituais, todos nós estaremos sujeitos a elas mesmo que as ignoremos. Ao contrário da menti-ra, a verdade não necessita que se acredite nela ela autoexiste por si só e é imutável. Óbvio que a bíblia foi escrita numa linguagem compreensível para povos de milhares de anos atrás e tinha que usar de meios figura-tivos. Por que acreditar no “E faça se a Luz” mesmo numa interpretação literal, é mais difícil de acreditar do que num “ponto com todo espaço e energia tão concentrado neste ponto que tinha dimensão “nenhuma” “na-da” não chegava a existir (singularidade) e de repente aparece o universo com toda a massa e energia que conhecemos até agora? Olhe o ponto que deu origem ao Big Bang dentro destas aspas a seguir, “ “ Era isto mesmo segundo a ciência, nada, nem os pixes da tela ou os materiais dela. Não era um ponto flutuando no vácuo como vemos figurativamente em ilustrações; não existia o vácuo; não existia um ponto, nem o tempo, nem o espaço vazio, sem pensamento, nem imaginação era um nada absoluto onde nem o nada existia. Imagina o que é isto. Tente imaginar que você nunca existiu.

  • pmahrs:

    Como as ciências, religiões também avançaram dentro do possível de acordo com o desenvolvimento geral de cada época; Assim como o átomo sempre teve partes menores e não sabíamos. Especulo que “Deus” também é imutável, ele não mudou no novo testamento e nem em outras crenças, só não sabemos tudo definitivamente ainda. Ou será que só quando se descobriu é que átomos passaram a ter núcleo, elétrons, prótons e nêutrons e depois estes passaram a terem quarks e recentemente os quarks se dividiram em bóson de higgs. Deus sempre foi o mesmo mudou sim o que se ensinava sobre ele e segundo a tradição, Cristo veio trazer este ensinamento e fazer a evolução da crença errada num Deus cruel que precisa que morra ou mate por ele. Há muitos conceitos errados e muito o que aprender. A ciência não precisam que todos entendam as super cordas. Mas Deus não teria propósito se fosse só para conhecimento de um grupo seleto com capacidades especiais ou treinadas. Deus é para ser em todos ou consciente coletivo, mas assim como nem todos são cientistas para entender tudo, nem todos são monges. Ainda estamos avançando entre tropeços. No passado muitos segmentos erraram; militares, generais, médicos, cientistas e até nossos tataravós fazendeiros, mas os de hoje não têm culpa. Não foram os romanos de hoje que jogavam cristãos aos leões, e nem todos alemães fizeram câmaras de gás, principalmente os que nasceram hoje; não dá para odiá-los por isto, seria irracional do ponto de vista científico. As guerras eram mais Reis, imperadores e senhores e ditadores em busca de escravos, tesouros, territórios, supremacia e rotas; usavam a fé para motivar povos e soldados que mal sabiam ler o nome, mas queriam mesmo é poder e riqueza.

    • pmahrs:

      Além de vários cientistas terem estudados em escolas católicas, muitos Padres também eram cientistas, matemáticos e adeptos da lógica e deram colaboração importantes as ciências.

      Como o “Pai da Genética” o monge agostiniano Gregor Johann Mendel que era botânico e meteorologista e deixou trabalhos clássicos.

      E o padre católico Georges Lemaître que era, astrônomo e físico belga. Poucos sabem que famosa teoria ele propôs.

      Até Santo cientista tem, São Alberto Magno, além de padre precursor famosos da ciência moderna e vários trabalhos em física, lógica, metafísica, biologia e psicologia e o primeiro a defender a convivência entre ciência e religião. Além de seu discípulo Tomas de Aquino e centenas de outros monges cientistas.

  • Renan Altair Nardi:

    Ciência é a consciência tomar ciência dos cosmos e seu funcionamento. (desculpem-me – k.k.k.)
    Por isso não é preciso crer que a tomada de ciência seja verdadeira. É que nosso entendimento, nossos sentidos, inclusive a mente, ao que parece, abarcam muito pouco.

  • aguiarubra:

    Atila Velo

    Você citou Pitágoras, o fundador de uma escola de mistérios onde a ideia de número influenciou a Matemática até os dias de hoje?

    Pitágoras pregaga que o Cosmos era regido por relações matemáticas. Mas ele era um místico, antes de filósofo e matemático. Essa visão mística é que foi a base daquilo que chamamos de Ciência, que teve Isaac Newton como seu último mago.

    E a Ciência contemporânea está ainda tão impregnada de “newtonianismo” que recusa-se a reconhecer “leis” da Natureza que sejam consequência da Teoria da Relatividade ou da Mecânica Quântica!

    O que faltou no seu comentário (e vou opinar que é simples falta de conhecimento) é que todo o nosso conhecimento ocidental contemporâneo teve nas civilizações da Mesopotâmia e do Egito (civilizações profundamente teocráticas) a sua base principal, sendo a Filosofia grega uma mera depositária do que lá se cultivou (um exemplo: o Teorema de Pitágoras foi, antes de tudo, uma criação mesopotâmica, 1000 anos antes de Pitágoras ter nascido!!!!).

  • Evandro Oliveira:

    Mustafá que post interessante e ao mesmo tempo provocante.

    Filosofia da Ciência é um campo tão interessante, intrigante, pena que tão pouco abordado pelas escolas e a mídia. Mesmo na faculdade, apenas tive 2 disciplinas (isso que é um curso de exatas) que abordaram tal. E apenas uma delas foi mais a fundo, analisando obras de Popper e Kuhn que dispensão apresentação.

    Mas a argumentação usada está mais próxima de Wittgeinstein, de se usar um “jogo de palavras” para dizer que ‘crer’ é uma palavra ausente, sem significado e sentido no campo da Ciência. É uma expressão que buscou se usar como se ela extinguisse essa questão. (sim, próximo a uma falácia).

    Há outro autor, que quanto a este tema é imprescíndivel sua leitura. É a obra “Observação e Interpretação” de Norwood Russell Hanson. O qual mostra com exemplos claríssimos a necessidade imprescindivel e que naturalmente ocorre de crença, fé (sim, metafisica pura e simples) no processo mais básico da metodologia cientifica: Ao ver e interpretá-lo. As próprias crenças com qual um instrumento ou observador olha um objeto, por si, cria uma interpretação subjetiva.

    Outros autores também trataram de outro aspecto importante que é a crença em si da produção cientifica. Para podermos avançar na Ciencia, temos que acreditar (sim, crer e com fé) que os passos anteriores foram dados certos. Simplesmente porque não temos como rever toda a produção cientifica já feita (nem com mil vidas conseguiriamos) e isso não atestarai que nossa revisão estaria 100%. Mas isso é plenamente necessário nso próximos passos, para o trabalho e pensar atual: Precisamos confiar, crer, (sem provas), no trabalho de outros cientistas. E, para dificultar ainda mais essa crença, nos últimos tempos foram feitos alguns trabalhos e pesquisas que demonstraram um alarmante resultado de que uma quantidade enorme da produção cientifica feita fora forçada (principalmente adulterando os dados das pesquisas) entre outras conclusões além do que a pesquisa mostra. Além, de muitas delas, estarem simplesmente erradas.

    Gosto da definição de um Fisico que certamente definil Ciencia como: “Um conjunto de conhecimentos que para um determinado conjunto de dados e expectativas funciona.”

    Ou seja, diferente de alguns Positivistas, tambem consideram que mesmo a astrologia empregada pelos pais da astronomia, era Ciencia pura, dentro do contexto, dados e expectativas que eles tinham.

    ………..

    Mas acredito que houve um equivico ou esteriótipo ao se falar de religião. Colocando que em Religião não há lógica, nem razão, nem ‘evidencias’, nem analise de observações etc.

    Para Sócrates, o nosso olhar para o mundo, é o olhar para o fundo de uma caverna onde desfilam sombras. É um olhar religioso por si, no qual criamos, inventamos nossas palavras, modelos, entendimetnos para descrever tais sombras. E nisso, inclui todo o conjunto do que se chama Ciencia, assim como todos os saberes. A libertação ocorre quando a pessoa se convence de que Tudo o que Sei é que NADA Sei.

    Com a Religião acontece o mesmo. A priori há os teólogos, que estudam e questionam o todo. A História é recheada de grandes pensadores que analisaram e questionaram brutalmente suas crenças religiosas com os mesmso principios do método cientifico até, as vezes, até mesmo com a ideologia do Naturalismo (como são os modernos teólogos ateus: há muitos deles nas diversas universidades que estudam as diferentes ideologias com a maior de toda frieza buscando compreender seu pensamento, e alguns, o fazem com intuito de refutá-las). Mas na História há muitos pensadores que não há como não deixar de citar:
    – Sócrates
    – Platão
    – Agostinho
    – Galileu
    – Lutero
    – Newton
    – Chesterton (a extraordinária obra ‘Ortodoxia’)
    – C.S. Lewis (‘A Abolição do Homem’, ‘Cristianismo Puro e Simples’)

    Em Matemática existe um tópico extraordinário que todos deveriam estudar e compreender: Teoria dos Conjuntos.
    Todos os pensamentos, ciencias, ideologias, e a própria Matemática em si são fundamentadas numa essencial Teoria dos Conjuntos – inclusive ideologias religiosas.

    Em ‘uma’ das partes quando se estrutura a Teoria dos Conjuntos há a Lógica. Existem centenas de tipos de lógica. A usada pela Matemática é a Grega da Não-Contradição e Não-Redundancia e mais um detalhe que fugiu agora; mas há oturas, também há a Lógica Grega apelidada de Sofistica que é bem diferente.

    A Lógica Cristã usa fundamentalmente os mesmos principios da Lógica usual da Matemática. Provinda de Plantão. Tanto que muitos autores, como Nietzche que ataca a fé cristã a descreve sendo como a ‘filha mais absurda do platonismo grego’.

    E assim, usando a mesma estrutura lógica, a mesma razão, pensamento, critica, analise, observações, interpretações. Aplicando a lógica. Se construiu e se constrói o pensamento religioso-cristão ao longo dos séculos. Apenas se trabalha com um conjunto diferente de informações. E os resultados são um conjunto diferente também. E que estão num continuo processo.

    Podemos não gostar dos conjunto de resultados de X ou dos conjutnos iniciais trabalhados de Y. Mas isso não quer dizer, que não há todo um pensamento, processos, lógica, exercicio da razão, faz da Religião como algo totalmente ocioso, sem pensamento, sem razão, sem pensar. Vale lembrar que os pais do método cientifico usado pela ciencia até hoje foram e eram cristãos; empregaram a mesma lógica usada na teologia para a ciência. A única diferença apra a Ciencia Moderna (assim chamada) ocorreu no Iluminismo quando se atribuiu a Lógica do Método Cientifica (a mesma da teologia cristã) um Conjunto que é a ideologia Naturalista (IN) como sendo uma condição de “Se e somente se”; ou seja, uma relação de A com B implicando em C ocorre se, e somente se, C pertence a IN.

    Na Ciencia existem exemplos até mesmo equivalentes de fé cristã. Como está sendo por décadas a chamada Matéria Escura e Energia Escura. É puramente analogo em consistencia lógica-matemática.

    Por fim, a própria Bíblia expõe o Método e Lógica ser usado. Ela diz para “Examinar as Escrituras” [examinar], ela diz para “comparar um negócio aqui e outro ali” [comparar], CLAMA/ROGA para que o nosso pensamento, nosso entendimento, crenças e agir religioso seja “racional” (Romanos 12).

    Um grande abraço.
    E um grande obrigado pela atenção.

    Evandro

  • aguiarubra:

    EduG

    P.: “…Um exemplo é a hipótese do aquecimento global antrópico (causado pelo CO2) que nunca foi científicamente comprovada mas é aceita como fato polític… digo, científico irrefutável. Isso graças às autoridades cientific… digo, políticas, que incorporam a autoridade da ciência e falam em nome dela…”

    Comentário: sabe, camarada, eu acho que fiquei maluco, pois as noticias da TV fizeram-me acreditar que os EUA. a CHINA e o BRASIL, através de seus políticos, não tão nem aí pro IPCC e fazem o possível para desacreditá-los “cientificamente”!

    Sabotam constantemente os acordos sobre o clima e, na minha alienação profunda, iludí-me com a ideia de que eles estão CONTRA QUALQUER INICIATIVA INDUSTRIAL de mundança de matriz energética (no Brasil, há essa estória de pré-sal, derrubada da floresta amazônica, etc.).

    Lendo seu comentário, acho que consegui colocar meus “neurônicos” no lugar.

    Muito obrigado pelo seu sábio esclarecimento!

  • Diogo Ronnau:

    A ciência humana é uma coisa boa sim, pena que esta bem ultrapassada… Quero dizer em todos os sentidos, afinal, a gente ainda acha que energia elétrica é uma boa fonte de força. De qualquer forma parabéns pelo artigo, foi uma leitura interessante.

  • Igor.R:

    As pessoas estão respondendo em textos gigantes, sinceramente, eu não tenho paciencia para ler!

    O que custa simplificar um raciocínio sem ser tão prolixo? O mais imediato possivel? # Ficadica pro pessoal.

    Mas voltando ao assunto do tópico, eu acredito que são universos distintos, não há como misturar religião e crença, nem compará-los um com o outro.

    E tambem acho um erro bastante cometido em julgar crenças, assim crentes julgarem a ciência como deturpada pela própria crença.

    Acredito que existam coisas lógicas e mundanas, coisas que a ciência comprova, de fato. Mas ao mesmo tempo existem vários outros “buracos” e vazios que a ciência talvez não consiga explicar, por exemplo a autopoiese.

    • pmahrs:

      Desculpe! A prolixidade é um truque para que boa parte das pessoas entendam. De fato é muito chato para pessoas inteligentes. Em literatura de poesia e ficção é muito bom aliteração, floridos linguísticos e português perfeito e bonito. Realmente eu não tomo muitos cuidados e revejo por que não é uma leitura de prazer. Mas este assunto é cheio de pontas soltas.

    • Atila Velo:

      Nem todo texto longo é prolixo; às vezes são ricos e enxugá-los roubaria-lhes o valor.

  • Cosme Aristides:

    O conhecimento científico é verdadeiro? Não. O que não significa que seja falso. Pretende ser plausível, o máximo que for capaz. Não se apresenta como verdade, se expressa por probabilidades. Portando, seu primeiro pecado capital é a probabilidade.

    O conhecimento científico é indubitável? Não. O que não o leva a ser duvidoso. Prima por ser dubitável, sendo inseparável do questionamento, o qual não o deixa se estagnar no dogmatismo. Portando, seu segundo pecado capital é a dúvida.

    O conhecimento científico é perfeito? Não. Mas isso não quer dizer que seja malfeito. Por ser imperfeito, é plenamente perfectível e, por ser uma obra aberta e inacabada, está sempre pronto para reformular-se. Portando, seu terceiro pecado capital é a imperfeição.

    O conhecimento científico é definitivo? Não. Mas nem por isso é indeciso. O seu parecer é decisivo e não hesita, sabendo que seu risco de errar foi minimizado, dentro das circunstâncias, mas que não foi eliminado completamente. Portando, seu quarto pecado capital é a contingência.

    O conhecimento científico é provado? Não. Mas muito menos é inválido. Observação e experimentação fazem dele a representação da realidade mais provável criada até hoje. Mesmo assim, não pode fazer afirmações categóricas sobre ela. Portando, seu quinto pecado capital é a refutabilidade.

    O conhecimento científico é descoberta? Não. Mas nada tem de ilusório. Inventa modelos que tentam reproduzir, com êxito progressivo, o funcionamento da natureza; o que não evidencia serem descrições fiéis de como ela realmente é. Portando, seu sexto pecado capital é a invenção.

    O conhecimento científico é certo? Não. Mas também não é errado. Tem um nível de incerteza que sempre está se esforçando por tornar o menor possível. Portando, seu sétimo pecado capital é a incerteza.

    https://www.facebook.com/notes/cosme-aristides/os-limites-da-ci%C3%AAncia/513823741969714

  • RodrigoLara:

    O universo e suas leis físicas são subordinadas ao universo mental, tudo é mental por que a consciência que se pode ter de qualquer coisa que seja é só percepção, a ciência não consegue reproduzir uma consciência em laboratório, mas usa a própria consciência pra medir seus feitos científicos, ou seja, o que você usa pra medir não pode ser medido, logo qualquer ciência é limitada pela consciência do cientista!!
    Não há como experienciar um universo sem estar mentalmente nele, e o próprio ato de observa-lo faz com que ele se crie!!
    Assim como no experimento da dupla fenda em que o fato de se ter um observador afeta no resultado do experimento!!

  • Atila Velo:

    Minha melhor suposição, pelo contrário, é de que a ciência “atual” nasceu de outra ciência (humana), a Filosofia, na Grécia Antiga.

    Sabe: Demócrito, Pitágoras, Hipócrates e cia.?

  • pmahrs:

    Alguns dizem que odeia a igreja por que estudaram e sabem o que ela já fez, mas parece que estudou só isto ou lhes sonegaram boa parte. “Homens” Cristãos erraram, todos nós sabemos, mas antes disto cristãos tam-bém foram perseguidos e mortos por séculos e das formas mais cruéis e sádicas possíveis; parece que professores não falaram isto aos seus inteligentes alunos. Mas a maioria das guerras no mundo não foram por causa de religiões e algumas atribuídas a religiões por fundamentalistas ateus, nada mais eram do que em nome de Reis, Reinos e líderes em busca de feudos, rotas, territórios, tesouros, minérios especiarias e poder político; e usavam a religião para motivar soldados e povos que mal sabiam ler e interpretar as escrituras sem ajuda de um líder que tinha o poder de o acusar de blasfema e o decapitava se questionasse. Mas mesmo assim os erros foram de homens e não dos princípios deixado pelos apóstolos que sempre pregaram a paz, amor e tolerância mesmo ao inimigo e até na hora da morte. É só ler o novo testamento e ver. Além disto não da para continuar a condenar eternamente religiosos atuais por erros dos que já morreram e nem baseado no discernimento e compreensão de hoje julgar o passado. Se não teremos que odiar eternamente cientistas por causa de armas nucleares e outras modernas. Muitos monges também morreram pobres cuidando de abandonados e doentes que não tinham como pagar ou se arriscando dando refúgio e fuga a perseguidos. Mesmo as guerras de hoje, só pobres coitados enganados pensam que é por Maomé, mas se matando por líderes querendo controlar riquezas do petróleo.

    • Atila Velo:

      Gostei de muito do que escreveu em outros comentários, mas creio que foi infeliz nesse: você começou criticando a generalização pejorativa dos cristãos e terminou generalizando pejorativamente os islâmicos.

      Quem vive se matando por petróleo, acreditando que são paladinos da liberdade, são os soldados norte-americanos. Os jihadistas são uma minoria, assim como cristãos extremistas a la Anders Behring Breivik.

    • pmahrs:

      Talvez eu não me expressei bem. Os soldados americanos, a maioria, sabem bem que estão lutando por interesses políticos e comerciais de seu país (petróleo)ou até supostamente contra tiranias e abusos de ditadores, e não para defender um Deus; assim também boa parte dos soldados convencionais muçulmanos. Alguns líderes em busca de voluntários para serem “mártires” matando em atentados os convencem a acreditarem que isto é vontade divina e que assim serão recompensado com vinho de sabores e prazeres sem limites com 20 virgens. Imagina isto na cabeça de jovens ingênuos e reprimidos de 15 anos, numa sociedade onde quase tudo relacionado a sexo e prazer é proibido. Mas todos religiosos não têm culpa de erros de alguns ou que se passam por religiosos mas querem é poder e usam de mentirem e muito menos um suposto Deus, teria culpa de mentirem sobre ele por interesses.

  • pmahrs:

    Eu acredito que existe buraco negro, quarks, bóson de higgs, deformação do espaço tempo, que nada ultrapassa a velocidade da luz (apesar de já haver controvérsia) e que o acelerador de partículas não é uma fraude, mas nunca exige prova nenhuma disto e é óbvio que eu não as entenderia. Então sou tolo por acreditar sem entender as provas? (Independente disto, na verdade sou mesmo) Ou posso considerar que sei plenamente, e não é apenas “acreditar” se eu ver escrito em revistas, livros ou cientistas falarem na TV que se baseiam em evidências e experimentos considerados válidos em consenso entre eles e assim posso dizer que “sei” também, mas sei com propriedade ou porque fui treinado a acreditar em cientistas desde pequeno? Certeza que não é o mecanismo da “crença” funcionando na minha mente? Cientistas dizem compreendem as fórmulas e processos em nanosegundos de supercomputadores em grandes máquinas que presumem o inimaginavelmente pequeno; porém monges também dizem compreender processos mentais inimaginável para nós que segundo eles presumem Deus. Espero que os cientistas não me mande para um universo paralelo ou pulverize meus quarks em antimatéria ou provocando uma sobreposição quântica onde eu nunca existi. (principalmente os que não me entenderam) Em momento nenhum duvidei da ciência, só demonstro que muitos tentam ridicularizam a crença, mas também usam o processo de crença, intuição, sem saber com propriedade. Acontece que como ciência já foi rudimentar, as religiões também avançam conforme avança as capacidades do homem em todos os sentidos, inclusive espiritual. Infelizmente ainda não existem aparelhos e equações para mensurar outra dimensão e seres não materiais perceptíveis pelos nossos sentidos evoluídos para manter nossa matéria corpórea viva. Não podemos culpar religiosos de hoje por erros de antigos e nem julgar com a visão, conhecimento, espiritualidade e discernimento que temos hoje os erros e conceitos de séculos ou milênios atrás; senão teremos que culpar cientistas de hoje pela eugenia em procura da raça perfeita. Alguns colocam questões ridículas, mas discussões já estão muito longe disto; poucas religiões ainda discutem o geocentrismo, mas muito menos aceitam o egocentrismo. Ser ateu não diminui nada a ética, moral. respeito ao próximo ou espiritualidade de alguém como também só acreditar em Deus não garante estas coisas, muito menos méritos espirituais numa suposta vida não corpórea em outra dimensão. Talvez muitos ateus tenha melhor “carma” que eu; (não é grande proeza. RS!!)

    • pmahrs:

      Temos que considerar que os textos foram escritos a milênios em uma língua morta e para outros povos em outro nível linguístico, intelectual, espiritual e tecnológico e já teve centenas de traduções em várias correntes ideológicas. Hoje em dia para entender bem uma língua estrangeira viva, nossos filhos que são mais rápidos que nós, têm que passar uma temporada no país onde a fala e mesmo assim, não se aprende tudo; até textos atuais de deputados intelectuais letrados em direito e literatura há duplas ou mais interpretações e erros de expressão. Discutir textos literalmente é besteira, naquele tempo não compreenderiam muito bem sem personificação em palavras ou o que não podiam ver ou imaginar materializado.

      Além de bilhões de combinações de condições em milhões de séculos, para que elementos inanimados criassem vida e evoluírem a seres cognitivos, cujo baseando no que sabemos do universo até agora é probabilisticamente muito pequena e nula a chance de ocorrer fora da terra; o que não torna tão ridículo considerar ao menos uma possibilidade de não ser apenas coincidência a nossa existência. Outra coisa que chama a atenção é o novo testamento apregoando o amor, tolerância e perdão até ao inimigo e Cristo e os principais discípulos, não só difundiam isto, como deram o exemplo sendo executados sem reagir, amaldiçoar ou incitar revolta de seguidores e ainda pedindo a Deus perdão para seus algozes.

      Fato ou ficção alguém escreveu; agora imagina bem um texto de alguém que conhecia o velho testamento, a milhares de anos atrás onde guerras e matanças eram normal e baseado só em inspiração humana, mandar tolerar e perdoar até inimigo e morrer passivamente sem reagir? Em momento algum o novo testamento insinua reação ou violência em nome de um Deus ou Líder, muito pelo contrário. Conhecendo a humanidade acho razoável e lógico considerar a possibilidade de que se fosse só inspiração humana, escrito a 100 ou 2000 mil anos, defenderia a guerra e luta armada para defender um líder, Deus ou ambos.

    • Atila Velo:

      Não acredito que o pacifismo do novo testamento seja uma evidência de inspiração sobrenatural; em tempos de guerras, miséria e escassez sempre surge alguém falando sobre esperança e as antíteses de seu tempo.

    • aesirslayer:

      pmahrs, acredito que haja casos e casos, compreendo o ponto ao qual tu queres chegar, no entanto, há que se ressaltar alguns pontos importantes não abordados. O desenvolvimento humano se dá através das experiências e de suas consequentes repercussões.

      “Amai ao próximo como a ti mesmo”, por exemplo, não trata-se de uma máxima propriamente cristã se considerarmos a temporalidade, uma vez que muito antes de Cristo, o budismo já professava tais ensinamentos no oriente, isto cerca de 1000 anos antes. Se observarmos o antigo testamento bíblico encontraremos as máximas de um deus guerreiro e completamente impiedoso, que não perdoava ninguém. Só no novo testamento este deus se tornou outro, completamente complacente e piedoso. Nunca se questionou sobre este fato?
      Embora os textos bíblicos professem valores morais demasiado éticos, há que se perguntar se tais valores tinham qualquer validade no campo fático, haja vista que, se analisarmos a história do cristianismo, veremos que a própria Igreja não seguia nem 10% do que professava, sendo uma das entidades mais desumanas que passaram pela face da terra. Vivemos numa época onde a maior parte das constituições estatais dos países levam em si demasiada carga humanística tendencialmente voltada para o ser humano como centro de qualquer ordenamento, um processo complexo, que levou toda a carga de experiências da humanidade para se chegar no que temos hoje, dependendo de vários fatores para se tornar concreto, onde um dos mais importantes foi a razão humana.
      Então estes textos podem sim, muito bem terem sido escritos por homens sábios, filósofos, onde através das experiências observadas chegavam a refletidos valores éticos, uma vez que a ética é um ramo da filosofia fundado em princípios de comportamento que tendem a estabelecer o viver ideal, estando este necessariamente ligado a uma perspectiva lógica, que, por sua vez, subordina o pensar ético a tal congruência. O que estou dizendo é que valores éticos são puramente racionais, concebidos pela razão humana. A própria guerra em termos de subsistência é completamente antiética, devido esta abalar as estruturas socioeconômicas e políticas dos países combatentes, além matar milhares de pessoas de ambos os lados, ou seja, com a guerra ninguém ganha, todos perdem, sendo assim completamente controverso ao seguimento lógico de viver ideal buscado pela ética.

    • pmahrs:

      Só quis dizer que em minha opinião não é muito irracional ponderar ao menos a possibilidade de não ser inspi-ração humana o fato de ao invés de no novo testamento promover força e luta armada em nome de um líder ou Deus como fazem a maioria dos homens preferiram promover o amor ao próximo, tolerância e perdão até aos algozes e o mesmo vale para os textos budistas ou outros. Não parece muito humano.

      Acho que ficou claro que assim como as ciências as religiões avançaram dentro do possível de acordo com o desenvolvimento humano na época; Deus não mudou no novo testamento, sempre foi o mesmo, mudou sim o que se ensinava sobre ele e segundo a tradição, Cristo veio trazer este ensinamento e fazer a evolução da crença errada de Deus cruel e vingativo que precisa que se morra ou se mate por ele, mas assim como nem todos são cientistas, nem todos são monges, muito menos “Cristos” ainda estamos avançando entre tropeços. As ciências também mudam conceitos de uma hora para outra e evolução, big-bang e cordas também são coisas relativamente novas. No passado muitos segmentos erraram, militares, generais, médicos, cientistas e até nossos tataravós fazendeiros, mas os de hoje não têm culpa, não foram os romanos de hoje que jogavam cristãos aos leões, não dá para odiá-los por isto, seria irracional do ponto de vista científico. As guerras eram mais Reis, imperadores e senhores em busca de escravos, tesouros, territórios e rotas; usavam a fé para motivar povos e soldados que mal sabiam ler o nome, mas queriam mesmo é poder e riqueza.

  • thiagohfc:

    A leitura do seu texto me levou a pensar em algo, e não quero dizer que você falou o contrário no seu texto ou defender ferozmente qualquer religião, MAS:

    Nós dependemos da religão/crença para praticar ciência adequadamente.

    Nós estamos vivenciando uma época de crise moral, principalmente no Brasil, e a ética, a moral e o bem para todos andam esquecidos ou ignorados.

    Cito, por exemplo, a possibilidade de cientistas que manipularam dados meteorológicos para corroborar com a idéia de aquecimento global. (http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=27123)

    Também o interesse da indústria farmacêutica em não encontrar a cura definitiva para doenças. (http://outraspalavras.net/outrasmidias/destaque-outras-midias/por-que-a-industria-farmaceutica-evita-curar/)

    Eu, pessoalmente, tenho um temor danado de desvincular a prática científica de qualquer crença, pois em geral, as crenças servem para elevar o ser humano e promover o bem.
    Meu medo é que se todos os cientistas se tornarem ateus/agnósticos o seu “Deus” então se torne o capital, o lucro. Pois isso já acontece como sugeri acima.

    Pra onde caminharemos se não pensarmos sempre que existe uma força positiva em algum lugar e que devemos fazer algo positivo em troca da dádiva da vida? Que devemos ter humildade e respeitar o próximo? Se o indivíduo é ateu, de onde ele irá tirar uma base moral sólida para viver em sociedade? O que impede ele de ser amoral?

    São questionamentos que ainda não tenho resposta. Gostaria que o colega que escreveu o texto me dissesse sua opinião sobre minhas indagações, ou melhor, eu queria sugerir que ele escrevesse ou outro texto relacionado a esse tema de relações entre moralidade, religião e ciência.

    Agradeço pela atenção.

    Thiago

    • Atila Velo:

      Essa é uma discussão antiga e ainda polêmica. É ilusório imaginar que alguma religião seria impeditivo da ganância e a História ilustra isso muito bem, principalmente a da igreja católica.

      Em segundo lugar, princípios e educação não são exclusividade das crenças religiosas; se partirmos dos conceitos evolucionistas veremos que muitos dos hábitos “cristãos” são consequências de comportamentos pré-históricos.

      O velho “a minha liberdade termina onde começa a liberdade do próximo” é uma boa máxima, assim como a (talvez pagã) “não faça aos outros o que não gostaria que lhe fosse feito”.

      Veja, de forma bem simplória: compaixão = células-espelho; amor = seleção genética do(a) melhor parceiro(a); ter bons modos = manter-se no grupo pois a sobrevivência depende dele; e por aí vai.

      Kant, Locke, Hobbes e Nietzsche são boas referências!

    • Cesar Grossmann:

      Foi feita auditoria nos dados dos cientistas, e a conclusão que houve foi que não há manipulação de dados para corroborar a hipótese da mudança climática antropogênica. Os paranoicos vão dizer que a auditoria está “bugada”, baseados em nada mais do que a própria convicção de que não há mudança climática ou que ela não é antropogênica (ou seja, não estão baseando sua opinião em dados, mas em opinião própria).

    • Cesar Grossmann:

      Thiago, acho que você está com preconceito contra ateus/agnósticos. Ateus e agnósticos também tem emoções, amam sua família, são capazes de empatia, de preocupação ecológica e muito mais. O ateu Betinho foi responsável pelo programa Fome Zero, e este é só um exemplo de ateus se preocupando com o semelhante.

      Por outro lado, o que tem de cristão e gente de outras religiões demonstrando pouca consciência ecológica e nenhuma empatia pelo próximo… Ou seja, religião não determina ética. A ética cristã não está “inscrita nos corações” dos cristãos, tem cristão que é pior que satanás, e tem ateu que é melhor que deus.

    • pmahrs:

      Por outro lado também há Cristãos, espíritas, budistas, hinduístas que são capazes de se dedicarem ao próximo ou ao menos dentro de seus limites ajudar alguns menos favorecidos ou respeitar e dar apoio moral; como também há ateus cruéis e egocêntricos capazes de prejudicar outros. Mas em nenhuma das duas correntes podemos generalizar, seria difícil saber as proporções em cada grupo, mas sabemos que há muitas, escolas, grupos de voluntários e instituições filantrópicas mantidas ou ajudadas por religiosos. De fato muitos se dizem religiosos, mas não seguem os princípios de sua religião, não sei até que ponto isto é “ter fé” ou fingir que tem; é o mesmo que os que se dizem cientistas mas falsificam ou manipulam resultados. Ateus ou religiosos somos todos humanos e sujeitos a ignorância, erros e vaidades. É difícil dizer como é ou pensa Deus, pois monges não entraram em consenso e cada segmento tem sua teoria, que muda conforme a humanidade avança, assim como a ciência que é lógica também tem muitas teorias e vem as filtrando Se soubéssemos com propriedade que Deus existe seria ciência e não fé, ai seria fácil tolerar até inimigos, não teria glória nenhuma tendo certeza da re-compensa e especulo que m ateu que ajuda com meios ou ações pessoas menos favorecidos e respeita diferenças o intelectuais ou de interação com o mundo, teria mais gloria numa suposta lei desconhecida além da matéria. Mas numa “hipotética suposição” de cientistas presumirem matematicamente Deus, nós só poderemos continuar a crer como em monges, mas agora nos cientistas; pois a maioria de nós jamais entendera as equações complexas feitas em nanosegundos em supercomputadores interligados em máquinas de milhas de comprimento com conhecimento científico de séculos em várias áreas acumulados.

  • pmahrs:

    A terra tem bilhões de anos e já foi quente e gelada, várias vezes como já teve períodos de muito CO² não podemos nos basear em medidas ou percepções de uma vida humana e só numa região ou a partir dos séculos que começaram medições precisas em todos pontos da terra. Ainda há muitas dúvidas se nos períodos de aquecimento da terra o CO² provocou o aquecimento ou o aquecimento (provocado por outros fatores) que provocou o aumento de co² e também se a baixa de CO² permitiu o resfriamento ou o resfriamento fixou mais CO² nos mares e geleiras. deixe um copo de refrigerante no calor e outro na geladeira e veja a diferença no gás. Não podemos esquecer do poder de governos e capitais poderosos que financiam pesquisas e cientistas. Resultado de pesquisas sobre os malefícios do cigarro faram sonegados ou décadas.

  • Arley Nobre:

    Parabéns pela matéria.
    Sinceramente, eu acho que acreditar posso ser a base para se obter respostas ou pelo menos tentar obter estas respostas.

  • serico115:

    Parabéns pelo seu artigo David Quirino. Adorei seu comentário e identifico-me muito com ele. Bom que pessoas sensatas e inteligentes tragam para aqui reflexões bem fundamentadas e explícitas. Tudo deve ser questionável para que possa sempre estar aberta a hipótese de aperfeiçoamento, o que não acontece com as religiões onde o que se diz nunca pode ser questionado. E eles lá sabem porquê, e nós também…

  • Giovani Formenton:

    Muito interessante o texto. De fato, a ciência é extremamente exigente, mas isso não quer dizer que não ocorram erros graves. Durante o passar dos anos diversas teorias científicas, que se acreditavam verdadeiras foram sendo revogadas pela própria ciência, pois novas evidências foram demonstrando que elas estavam erradas. Portanto, eram crenças.
    Para o mundo químico ou físico este texto faz muito mais sentido, pois diversas variáveis podem ser controladas e o resultado pode representar, de fato, uma verdade.
    Para outras ciências, mais abrangentes, a crença ainda é fundamentalmente necessária. Isso quer dizer que não são ciências? A Economia é uma delas. Apesar de se basear em complexos métodos estatísticos, a formulação da hipótese, em geral, reflete uma crença.

    Discussões metafísicas já são impossíveis de se provar de maneira empírica ou positivista. O racionalismo é ainda o único canal, e o simples fato de aceitar que não existia nada antes do universo físico é uma longa discussão metafísica.

    Indiferente a isso, o que é mais interessante de se discutir neste texto é a relação de dualidade que se apresenta entre ciência e religião. Tanto quanto a religião não pode provar (e nem tenta) a existência de Deus, a ciência não pode provar (e nem tenta) sua inexistência. A existência de uma independe por completo da inexistência da outra. Elas não são mutuamente excludentes. Por isso, o dualismo geralmente levantado, é uma falha retórica.

    • pmahrs:

      De fato alunos de economia parecem mais crer em seus mestres do que saber com propriedade e se baseia mais em leis criadas e impostas do que descobertas válidas em todo universo e imutáveis. Bom!!! Basta ver como está a economia na Europa e povos em países pobres.

    • Giovani Formenton:

      Infelizmente o que disse pmahrs é a mais pura verdade. Entretanto, é muito complicado alguma descoberta imutável em qualquer campo social. O que deveria acontecer era uma releitura do fenômeno depois da composição da teoria. A discussão dos métodos nas ciências sociais é longa. Além do mais, a economia, por ser extremamente importante para o mundo moderno, é alvo de conspirações e lobby, o que impede ainda mais uma descoberta criteriosa.

  • Afonso Do Carmo:

    Entre a humildade e a estupidez, um universo inteiro…
    Uma análise filosófica imparcial e profunda irá demonstrar que não existem diferenças entre o homem primitivo, que erigia um totem ou construía um ídolo de pedra e o adorava como deus, e o homem moderno, que “constrói” um deus mental e também o adora.
    Para os padrões funcionais da mente humana tratam-se das mesmas coisas.
    Qualquer que seja a forma como a mente possa idealizar Deus, Deus não é Deus, porque estaria inevitavelmente confinado nos limites do espaço-tempo, o que tiraria dEle a Onisciência e a Onipresença, que são os principais atributos que definem Deus.
    Deus não é uma “ideia”, não é um “juízo” e nem tampouco um “raciocínio”, porque todos estes são atributos da mente, da razão, cuja plataforma funcional é o tecido do espaço-tempo, referencial sem o qual a mente não poderia funcionar.
    Imaginando possibilidades como a singularidade de um buraco negro ou velocidades superiores à velocidade da luz, estas seriam situações em que mente deixaria de funcionar, ou não funcionaria como ora a refletimos, simplesmente porque perderia o referencial espaço-tempo. Embora estas sejam situações que nunca poderemos comprovar: atingir a velocidade da luz exigiria uma força de aceleração infinita; e quanto à singularidade de um buraco negro, basta observar o seu horizonte de eventos para concluir que não dá para entrar nele.
    Já o inconsciente é incompreensível e inacessível aos padrões racionais da consciência porque não reconhece o espaço-tempo. O inconsciente nunca dorme, nunca descansa, não reconhece conceitos e nem padrões morais e não exige e nem precisa de energia esgotável para funcionar.
    Portanto, a relação do homem com Deus só pode estar no inconsciente. Deus pode ser “intuído”, mas não pode ser “pensado”. Se não pode ser pensado, pode ser encontrado, mas não pode ser transmitido.
    No plano da consciência, ou seja: no plano da religião, deus é uma criação da mente, e não o Criador dela. E se observarmos a singularidade da criação veremos que esta verdade está claramente explícita na unicidade de cada ser: a verdade está na essência, e cada essência é única e inimitável.
    Mas para reconhecer este fato o homem precisa abdicar do narcisismo, deixar de atribuir-se na criação uma importância que não possui, reconhecer a sua insignificância e a sua irrelevância diante do Cosmo.
    Talvez seja este o significado mais exato para a palavra bíblico-evangélica “HUMILDADE”.
    E tudo isso leva a uma única conclusão: todo esse vasto conjunto de milhares de religiões espalhadas pelo planeta, cada uma delas se arvorando em dona da verdade, que provocam desde pequenas desavenças, pequenos conflitos, até perseguições implacáveis e guerras sangrentas, tem um único nome: chama-se ESTUPIDEZ.

    • Atila Velo:

      Concordo que o antropocentrismo seja uma besteira amplamente difundida pelas religiões (somos tão dignos quanto os macacos, cães, coelhos, etc.), mas humildade em caixa alta seria negar a nossa natureza egocêntrica. E não está no âmago dos nossos subconscientes um universo inteiro, perfeito, pessoal e intransferível, que faz do indivíduo um ser individual? Citando o polêmico Crowley, “todo homem e toda mulher é uma estrela” (até quimicamente).

    • Afonso Do Carmo:

      Atila, valeu pelo comentário! O que você menciona são atributos relacionados ao NARCISISMO. O narcisismo, assim como todos os “supostos” desvios do Ego, segundo Freud, podem ser corrigidos pelo fortalecimento do próprio Ego. O que fortalece o Ego é o conhecimento criticado e transformado em saber.

    • Atila Velo:

      Olá, Afonso! Entendi o seu ponto de vista. Achei muito interessante a sua colocação sobre a mente perder o referencial ao tentar imaginar algo desconhecido, principalmente sobre a inversão de papéis na mente consciente. Me fez lembrar de algumas teorias sobre a realidade do filósofo sueco Nick Bostrom.

      Pelo que entendi, você enxerga grande valor no indivíduo, que a virtude aumenta com humildade e que o homem deve fortificar a sua moral. Este é um ponto que temos opiniões contrastantes: eu prefiro uma abordagem (semelhante ao budismo) na qual a intenção não é conhecer ou desenvolver o ego – mas destruí-lo para ajustá-lo como preferirmos – valores como humildade e compaixão inclusos, de preferência.

  • JOTAGAR:

    “Why I don’t believe in science…and students shouldn’t either” de Adam Blankenbicker

    Caro Prof. Mustafa
    Poderia colocar o link o para o artigo original?

    Sds

  • neutrino:

    Lembrei-me da história de tomé, quando soube do fenômeno de jesus ressuscitado, ou materializado, como dizem alguns, disse que só acreditava se tocasse no seu corpo.

    Acredito que a fé seja inerente a determinadas pessoas e a outras não.

    Mas quem tem a facilidade de crer, por exemplo, que está recebendo ajuda do alto, parece que esse tipo de fé funciona.

    A ciência também pesquisa essas coisas.

  • PHAS:

    Porque deveríamos acreditar/confiar na ciência?

    Fico com a resposta do Dawkins: “Because it works, bitches”.

    http://www.youtube.com/watch?v=eob371ZgGoY

    • Cesar Grossmann:

      Eu gosto da sugestão do Bertrand Russel, no texto “On The Value of Scepticism“:

      There are matters about which those who have investigated them are agreed; the dates of eclipses may serve as an illustration. There are other matters about which experts are not agreed. Even when the experts all agree, they may well be mistaken. Einstein’s view as to the magnitude of the deflection of light by gravitation would have been rejected by all experts not many years ago, yet it proved to be right. Nevertheless the opinion of experts, when it is unanimous, must be accepted by non-experts as more likely to be right than the opposite opinion. The scepticism that I advocate amounts only to this: (1) that when the experts are agreed, the opposite opinion cannot be held to be certain; (2) that when they are not agreed, no opinion can be regarded as certain by a non-expert; and (3) that when they all hold that no sufficient grounds for a positive opinion exist, the ordinary man would do well to suspend his judgment.

  • Hercules Lima:

    Acreditar apenas no que se pode provar e repetir (pressuposto da Ciência), induziria a não acreditar no que não se pode provar. Porém aqui existe uma concordância em relação aos ensinamentos bíblicos. Os sinais ou milagres realizados por Deus, através de pessoas escolhidas, são provas testemunhais de que ele existe. “se estes não virem sinais, não crerão…” Pelo simples fato da explicação de como ocorrem os mecanismos dos milagres ser algo ainda distante da compreensão humana, impossíveis de serem reproduzidos pela ciência, então, restaria a fé, o que aliás é menos trabalhoso do tentar provar se o milagre é real ou não.

    • Atila Velo:

      “Provas testemunhais” na verdade significa “nenhuma evidência”.

      Se podemos enganar a nós mesmos (psicoses, falhas de memória), em que universo poderíamos acreditar em testemunhos?

      Argumentum Ad Hominem…

    • aguiarubra:

      Hercules Lima

      P.: “…Pelo simples fato da explicação de como ocorrem os mecanismos dos milagres ser algo ainda distante da compreensão humana, impossíveis de serem reproduzidos pela ciência, então, restaria a fé, o que aliás é menos trabalhoso do tentar provar se o milagre é real ou não…”

      Comentário: Einstein opinou que:

      “…Só há duas maneiras de viver a vida: a primeira é vivê-la como se os milagres não existissem. A segunda é vivê-la como se tudo fosse milagre…”.

      Hoje em dia, os ateus afirmam que tudo veio do nada (portanto é “mágico”), se desenvolveu sem ordem, sem sentido, sem lógica, sem critério, sem projetos…através das “leis” do Acaso e as “regras” da Aleatoriedade”…(forçosamente, por “milagres”…rsrsrsrsrs…)

      …realmente, a confusão dos termos e a total incongruencia dos conceitos é a principal característica da “fé ateia” num Cosmos que parece aos ateus o “supremo” Caos…

      Mas eles não deixam de ter fé, embora escondam suas perplexidades num emaranhado de ideologia cientificista digno de qualquer forma religiosa existente ou que já existiu no mundo.

    • Atila Velo:

      aguiarubra,

      Na verdade a teoria do Big Bang não afirma que tudo surgiu do “nada”.

      O vídeo a seguir é meio longo, mas muito elucidativo sobre esta questão:
      http://youtu.be/VdUYw59ztyw

      Este vídeo é uma refutação de Christopher Hitchens sobre essa questão, já no ponto específico: http://youtu.be/S7WBEJJlYWU?t=1h41m

    • aguiarubra:

      Atila Velo / 13.09.2013

      P.: “…aguiarubra,
      Na verdade a teoria do Big Bang não afirma que tudo surgiu do “nada”…”

      Comentário: camarada, seus links, além de estarem em inglês, tá legendado em inglês!!! Isso é que é redundância! Sinto dizer-lhe, mas sou supremamente inguinorante de inglês e pretendo continuar assim.

      Mas no artigo do Hypescience “O que é o nada? Muito mais complicado do que parece” uns carinhas lá estão tentando argumentar que o Nada Absoluto pode, sim, gerar o Universo! Desconfio que estão de gozação comigo, mas percebo que reagiram cegamente à minha afirmação de que “…Um físico (ou qualquer outro cientista)não tem a mínima qualificação para tratar de assuntos clássicos de Metafísica como esse conceito do “nada”.
      O que dizem não pode ser levado a sério…”

      Digo isso de Lawrence Krauss e Stephen Hawking, que pretendem ter substituido os filósofos nas especulações sobre o Nada, um tema para especialistas em Metafísica (Hawking, inclusive, afirma que a Filosofia morreu, repetindo o mesmo erro de tantos outros que afirmaram a mesma sandice, pois dizer que a Filosofia morreu é o mesmo que dizer que o ser humano não é mais capaz de pensar e raciocinar sobre sua realidade!).

      Procurei apontar aos meus críticos que eles não leram o artigo direito, pois se tivessem interpretado corretamente, teriam visto que eu mentí descaradamente afirmando que Lawrence Krauss estava provando que o Nada Absoluto era capaz de fazer emergir o Universo através de flutuações quânticas, coisa que eu não concordei!

      Mas surgiram ‘defensores’ descerebrados que cairam direitinho no meu engôdo. O que eu mostrei e demonstrei com isso é que os ateus acreditam, PIAMENTE, no absurdo do ‘a coisa nenhuma’ produz ‘O TUDO’…rsrsrsrsrs…

      Krauss lida com um conceito pouco filosófico sobre o Nada (ou seja, há o conceito aristotélico do Nada como “ser em potência”, esse sim capaz de gerar o Universo, mas que não se confunde com o Ser Supremo dos escolásticos). Krauss, portanto, precisaria da consultoria de um filósofo metafísico, mas entendo que isso só complicaria muito mais a elucidação que ele quis fazer sobre “o nada”.

      Embora superficial, creio que as explicações de Krauss são ‘perdoáveis’, em se tratando de um físico!!!

    • Cesar Grossmann:

      pois se tivessem interpretado corretamente, teriam visto que eu mentí descaradamente

      Eu já desconfiava que você não era um debatedor honesto. Você mente, e agora admite isto, e ainda se ri disso…

    • Atila Velo:

      aguiarubra,

      Não entendi o cerne da sua mensagem, mas também não me interessei muito. Eu não busco convertê-lo às minhas verdades ou apelar a autoridades para reiterá-las, apenas compartilhar alguns pontos de vista que (no momento) tenho.

      De qualquer forma, obrigado pela interação e disposição em debater!

  • Human:

    Tudo quanto não conhecemos, não podemos afirmar que existe, e também que não existe, uma vez que nossa capacidade de comprovação é bastante limitada. Duvidar é diferente de negar que seja possível, embora muita gente confunda as duas coisas.

  • Silvio Pinto:

    O professor Mustafá explicou muito bem. Acho que existe uma grande dificuldade em quem abraça uma fé religiosa aceitar o pensamento científico. O pensar científico é por excelência questionador, ele requer provas e mesmo assim ainda duvida. A religião dispensa provas e não aceita questionamentos. É perda de tempo tentar misturar religião e ciência. São como água e óleo.

    • pmahrs:

      Se tiverem alguma prova de que existe boson de higgs, buraco negro, Quarks, multiversos, superposição quântica, que eu possa entender sem estudar e meditar por décadas como cientistas pode responder aqui em baixo; por outro lado se ter alguma evidência mensurável de Deus, espirito, alma ou algo relacionado que eu também possa discernir sem estudar e meditar por décadas como monges pode mandar.

    • aguiarubra:

      Silvio Pinto

      Há dificuldades, sim, entre a Ciência “atéia” e os cristãos “fundamentalistas” (excluo aqui a cúpula católica), pois o ateu usa de Ciência contemporânea e os cristãos se perdem numa ciência “bíblica” atrasada em 4.000 anos, no mínimo!

      O pensar científico é auto-questionador por necessidade metodológica, pois os cientistas aprenderam, a duras penas pelos erros cometidos, que as descobertas na Natureza não podem estar presos a pressupostos teóricos inflexíveis, que trazem equívocos tremendos ao progresso coletivo em si, em termos de conhecimento útil!

      Já o pensar religioso é metafísico por necessidade metodológica, pois procura estabelecer normas de conduta ética numa sociedade caótica e brutal. E tem conseguido fazer isso explendidamente, pois não haveriam civilizações (e Ciência, comércio, indústria, etc.) sem Religião!

      Claro que há deturpações no meio religioso e científico, mas isso é por consequencia das atividades políticas (e a guerra pelo Poder é uma atividade política “em estado de arte”…!!!).

      Misturar os pontos de vista político com o religioso ou o científico é da natureza da democracia (portanto, política também!) em nossos dias, pois nas ditaduras “teocráticas” ou “atéias” as dissidências são punidas com a morte (veja o caso de Giordano Bruno – na cristandade medieval – ou dos religiosos soviéticos – cristãos ou judeus – nos tempos do ateu Stalin).

      Veja que Religião e Ciência estão misturados como água e vinho (“falseando” o vinho…rsrsrsrs) e o que não se discute é Religião e Ciência entre fanáticos ateus ou cristãos!!!

      Vale a prédica de Teilhard de Chardin sobre isso:

      “…”Aparentemente, a Terra Moderna nasceu de um movimento anti-religioso. O Homem bastando-se a si mesmo. A Razão substituindo-se à Crença. Nossa geração e as duas precedentes quase só ouviram falar de conflito entre Fé e Ciência. A tal ponto que pôde parecer, a certa altura, que esta era decididamente chamada a tomar o lugar daquela. Ora, à medida que a tensão se prolonga, é visivelmente sob uma forma muito diferente de equilíbrio – não eliminação, nem dualidade, mas síntese – que parece haver de se resolver o conflito…”
      (Teilhard de CHARDIN, O Fenómeno Humano)

      Não se esqueça que o nascimento da Ciência moderna aconteceu, apenas, na Europa ocidental (e não no Império Bizantino da Europa Oriental – Católica Ortodoxa), TÃO SOMENTE PORQUÊ a ICAR estabeleceu as condições para que surgisse a RENASCIMENTO DO SÉCULO XII https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FRenascimento_do_s%25C3%25A9culo_XII&ei=XaIwUv6rG4ncqgHfzoHgCA&usg=AFQjCNFta4zJVd0t19a6zUIVN3F4HQaN5w&sig2=229DPfriDRyxxf4-KP_FwQ&bvm=bv.51773540,d.aWM

      E fala-se do Renascimento Italiano “esquecendo-se” das contribuições importantíssimas da Teocracia Islâmica que constituia a grande potência econômica, militar, técnica e científica da Idade Média!!!

  • Cesar Grossmann:

    A teoria da mudança climática antropogênica foi testada de diversas formas, e tem evidências científicas. Alegar ou insinuar que se trata de “consenso” político é fazer um desserviço à verdade e à ciência.

    E isto já foi discutido à exaustão aqui no HC e em outros fóruns.

  • Cesar Grossmann:

    Estudantes de ensino médio tem publicado artigos científicos.

    Observação: a hipótese do aquecimento global antrópico já foi demonstrada, é consenso da ciência. Tem um bando de gatos-pingados que não aceitam as conclusões da ciência, mas isto vale para todas as teorias científicas – tem gente que não aceita até hoje que a Terra não é o centro do Universo…

  • Márcio Martins:

    Sei que alguns leitores (principalmente aqueles que não entenderam o artigo)… Eu não entendi nadica! =\

    • Carlos Anderson Rodrigues:

      SE não entendeu como pode afirmar que não perdeu nada se nem mesmo entendeu o texto?Se estiver sendo sarcástico está fazendo um desfavor a quem quer descobrir a verdade.

  • Maiko Gabriel Kinzel Engelke:

    Com relação ao seu exemplo do aquecimento global, vale lembrar que a ciência não tem resposta para aquilo que não entende, mas ela não descarta fatos medidos.

    A temperatura aumentou, esse fato foi medido e comparado com medições passadas, então perceberam que o mundo está esquentando, porém o que exatamente causou isso? Nisso os cientistas não acharam ainda a(s) resposta(s) definitiva(s).

    Há alguns pseudo-cientistas que se esquecem dessas medições e consequentemente perdem a base toda da história, restando apenas um “Isso é tudo baboseira da mídia”.

  • Maiko Gabriel Kinzel Engelke:

    Vale lembrar que a palavra “ciência” é relacionado com aquilo que a humanidade está “ciente”, é uma maneira que na minha opinião é mais fácil de lembrar que ciência e crença são opostos por padrão.

  • aguiarubra:

    P.: “…Ciência é o conjunto do conhecimento humano, socialmente adquirido, historicamente acumulado que admite falseabilidade e exige comprovação pela experimentação e/ou pela apresentação de evidências fundamentadas na lógica, na objetividade e na razão;
    E reiterar que nada disso tem a ver com crença, fé ou religião…”

    Comentário: talvez isso seja (meio)válido na esfera estrita de especialistas, mas o problema da Ciência ser ou não religião é coisa de ateus querendo substituir a Religião pela Ciência (vale dizer Fé x Razão).

    Ambas, Fé e Razão, são indissociáveis. Se antes acreditávamos em deuses, hoje os deuses “nos falam” através dos “sacerdotes” da Ciência (digo Richard Dawkins e seus adoradores neo-ateus).

    Nisso, “morre” as ideias expressas nesse trecho do artigo, como: “…conjunto do conhecimento humano,socialmente adquirido, historicamente acumulado…” (vide Daniel C. “Demmett” onde se pode ler que [o conhecimento é] “…uma sequência de inputs e outputs que formam uma cadeia por onde a informação se move…”. https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QFjAA&url=http%3A%2F%2Fpt.wikipedia.org%2Fwiki%2FDaniel_Dennett&ei=zcYtUpW2D4-w8QTI1oCQCw&usg=AFQjCNHWxM3pP4AnToJEeeXpsNPy1fUgbQ&sig2=9_Vb7FbSlbSiMMaZ-mYZ2Q&bvm=bv.51773540,d.eWU

    —> “…que admite falseabilidade e exige comprovação pela experimentação…” desde que respeite a “doutrina” fisicalista de que o que há é matéria “reduzida” à visibilidade dos olhos humanos (pois no universo inteiro, segundo a “doutrina” da Terra Rara, não há seres inteligentes como nós, os humanos, “humildemente” sós!!!). Imaginar, sequer, “falsear” o materialismo doutrinário é condenar-se ao ostracismo dos “donos da verdade científica” (vide o que acontece com Amiti Goswami, taxado de místico por suas ideias anti-científicas não comprovadas).

    —> “…e/ou pela apresentação de evidências fundamentadas na lógica, na objetividade e na razão;…”

    Obs.: creio (?) que Jürgen Habermas em “Técnica e Ciência como Ideologia” já desmascarou o que há por trás de termos como “lógica” e “objetividade”, que entende-se de uma forma entre os cientistas e “vende-se” ao público leigo com o escuso significado de “verdade absoluta”.

    Quanto ao termo “razão”, Paul Feyerabend (entre vários outros) em “Contra o Método” já deu seu depoimento sobre os fatos.

    Recentemente eu vi um documentário sobre a obra “O Grande Projeto”, de Stephen Hawking, no canal Discovery Science, onde mostra-se que “a razão científica” é entendida como “modelo” sobre a realidade (e não “A” realidade atéia em si), e o termo “realidade” se refere a algo tão além do que a mente humana é capaz de abarcar através de uma paupérrima “razão cerebral” (aliás, voltando ao “Demmentt”, não existe isso de ‘razão’!!!) que talvez, no dizer de Hawking, torna o Universo inescrutável!

    Stephen Hawking, por exemplo, “crê” (sem provas) que os E.T’s estão por aí e são ameaças à Humanidade!

    Abdicou, ele, então, á razão “científica”? Ele, sim, não toma a Ciência como “o deus da Razão” dos ateus Robespierre e Auguste Comte no passado!

    Mas os neo-ateus contemporâneos (digo dos seguidores de Dawkins e quejandos) não tem dúvidas ao afirmar que, alijada a Religião de seu posto de “verdade absoluta”, coloque-se a Ciência no lugar: assim, o “Cientificismo” e a “Cientologia” convergem na mesma ambição de se tornarem a nova Religião do século XXI.

    Inclusive o neo-ateu Alan de Botton já quer construir locais de contemplação ao progresso técnico e científico da Humanidade, verdadeiros ‘templos ateus” na Inglaterra!!!

    Portanto, virá acrescentar à adoração à Ciência mais uma “divisória religiosa” inaugurada pelas várias igrejas positivistas espalhadas pelo Ocidente.

    Para o leigo, tornar-se cientista para escapar desse engodo neo-liberal “capetalista” que estão nos impondo (a Fé Religiosa na Ciência e seus poderes tecnológicos) é impraticável! Daí é que os leigos estão à mercê da mídia de divulgação científica que costuma tomar como certo aquilo que no seio dos congressos científicos é duvidoso demais para se levar a sério (vide: Michio Kaku – o Bóson de Higgs e a Teoria das Cordas https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&cad=rja&ved=0CC4QtwIwAA&url=http%3A%2F%2Fwww.youtube.com%2Fwatch%3Fv%3DRzwrGbyZiDk&ei=Vc4tUteXFpCY9QSF4YBQ&usg=AFQjCNHVUVluPw9MOrX51bmFgKRD7lxTzQ&sig2=bVIdpJsT9-HZMyiJy1m28A&bvm=bv.51773540,d.eWU )

    A TEORIA, NA PRÁTICA, É (BEM) OUTRA…!!!

    • aguiarubra:

      Mas eu ia me esquecer de parabenizar Mustafá Ali Kanso por mais um elucidativo artigo sobre Ciência, que contribui muito para separar “alhos” de “bugalhos” do que se pode ler em jornais e certas revistas de divulgação (falsamente) científica.

  • Weriton Queiros:

    Nossa, melhor artigo que já li em toda minha vida. Mustafá se superando em cada matéria. Parabéns!

  • Marcelo Laranjo Quadros:

    Sob esse conceito então devo considerar a ciência absoluta, apesar de serem questionáveis algumas teorias ainda não provadas?
    E temos também as teorias já consolidadas, embora há algumas discussões ainda sobre o tema (como por exemplo a do Big Bang, e a famosa teoria da evolução), mesmo que alguns pontos não sejam observáveis por conta do tempo.
    Jamais consideraria a ciência uma religião, por conta de vários pontos citados acima, mas acredito que ainda não podemos considerar a ciência absoluta.

  • Warllen Pantuzzo:

    Concordo plenamente. E acrescento: é incrível que por pensar da mesma forma, em pleno século XXI, eu seja punido socialmente por isso. As vezes me sinto “crucificado” !

    • pmahrs:

      Punido socialmente!!! Realmente é de dar pena. Algumas pessoas se sentem assim por serem pobres. Mas você se sente crucificado literalmente ou em figurativamente em força de expressão para dar um impacto emocional. Lamento os seus estigmas.

  • Tales Barreto:

    Acho que nunca será fechado, apenas tenderemos pro modelo mais aceitável. Se alguém me pergunta se Deus existe, respondo que não sei, mas é extremamente improvável.

    • pmahrs:

      Se fosse provável, não seria religião e sim ciências. Mas ai seria muito fácil e até eu viraria monge. Rsrsrs!!!

  • Felipe Nascimento Martins:

    Excelente artigo!
    Só uma observação: o Grosman não é Eng. Elétrico. É Eng. Eletricista! 🙂

    • Mustafá Ali Kanso:

      Caro Felipe,

      Grato pela correção e pela audiência.

    • Marcelo Ribeiro:

      Só toma choque.

  • pmahrs:

    Já há tantas questões neste assunto que acho besteira discutir português ou etimologia, mas acreditar na ciência não obriga deixar de ter fé ou vice versa. São coisas distintas e no geral funcionam em redes neurais diferentes. Para a maioria de nós, mortais, é difícil entender todos os métodos probatórios das ciências avançada como também os processos mentais de meditação e percepção de monges que também estudam e meditam por décadas, inclusive alguns em ciências. Estranho querer aplicar a metodologia científica para presumir Deus já que equações complexas e aparelhos só mensuram o mundo material nesta dimensão. O texto é ótimo, mas infelizmente não da para deixar de notar o método de persuasão tentando atingir o lado não racional do leitor ao reforçar que quem não concordar é, obviamente, por não ter capacidade de entender o artigo e; ao usar o truque de comparar ação absurda, ou seja, neste caso, comparar um fato simples e aceitável nos tempos moderno como H²0 com uma peculiaridade ridícula de uma religião extinta e absurda para a maioria das religiões de hoje no ocidente. Sabemos que também algumas religiões avançaram e são bem diferentes de alguns séculos atrás e muitas coisas que eram aceitáveis, hoje não são mais como também muitas coisas científicas em tempos antigos hoje também viraram mito e ridículo. O fato é que para nós leigos interagir numa partícula afetar outra distância não importando obstáculo é tão estranho quanto orações intervir na saúde de outra pessoa.

    • pmahrs:

      Cientistas dizem que supor um criador presume outro que o criou e assim sucessivamente ao passado, porque nada pode ter existido pelo sempre, mas também diz que a energia não se cria, apenas se transforma; se não se cria então se supõe que ela sempre existiu, mas se nada pôde existir pelo sempre então se presume que ela se transformou de algo ou teve um ação que a originou. Ou sempre existiu? Eu, particularmente falando, acho que são tantas combinações de condições para que matéria inanimada criasse vida (abiogênese) e evoluísse até seres cognitivos, e só na terra pelo que se sabe até agora que é difícil de deixar de considerar ao menos a possibilidade de não terem sido apenas coincidências.

      Fomos treinados desde pequenos a acreditar em cientistas mesmo sem entender com propriedade as provas e experimentos; quem já viu um bóson de higgs, quarks ou entende as equações complexas e todas peculiaridade do acelerador de partículas? Tecnicamente não difere muito de acreditar em monges e seus métodos de percepção que para eles é “conhecer” mas também ninguém é obrigado a acreditar neles para passar no vestibular ou conseguir tal emprego. Mas não há motivo para discriminação e ódio; alguns ateus são tão irracionalmente radicais quanto religiosos fundamentalistas e parecem defenderem um “Deus Ateu.” Não afeta nada neles, outras pessoas “crerem.” Temos que compreender limitações científicas da maioria de religiosos, até pela questão econômica em nosso país, como entender também limitações espirituais de alguns cientistas devido a seus treinamentos e exigências escolar desde pequenos. Ao contrário da mentira a verdade não necessita que se “acredite,” “creia” ou a conheça para ser a verdade; conheça ou não estamos todos sujeitos às mesmas leis universais. Basicamente o que sei mesmo com propriedade, conhecimento e experiência própria sobre água é que mata a sede e não é respirável, o resto aprendi na escola e livros e simplesmente acreditei e passei a dizer que sabia que é H²0 e ferve a 100 °c e congela a 0 °c no nível do mar, mas nem isto nunca testei para ver se é verdade.

  • Sung Joon Choi:

    oi
    eu não discuto sobre a crença tanto da ciência ou da religião, cada um acredita no que bem entender, pelo menos é o que eu acho. eu questiono isso sim, quando alguém faz a afirmação de certos teoremas como sendo uma verdade, apesar de serem apenas “teorias”.
    a história está cheia de casos de cientistas que divulgaram informações falsas, e de outros que interpretaram erroneamente a cerca de certos assuntos.
    nesse sentido eu pessoalmente “acredito” em certas informações científicas ou não…

    • Atila Velo:

      nesse sentido eu pessoalmente “acredito” em certas informações científicas ou não

      Essa é a metodologia caetanovelosística: é isso, ou não.

      Hehehe…

  • Atila Velo:

    Me parece um eufemismo dizer que cientistas não crêem na Ciência, mas aceitam-na. Ou você qquis dizer, implicitamente, que a postura ideal de um cientista seria um agnosticismo em relação a tudo? Creio que seja a melhor alternativa, nos moldes de Camus.

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