Por que temos medo de aranha?

Por , em 14.04.2015

Ron Weasley é um cara sábio – não apenas porque ele ajudou a salvar a pele do amigo herói Harry Potter várias vezes, mas também porque ele sabe que ter medo de aranhas é uma coisa prudente e plausível. Para alguns, o medo de aranhas é inato e não aprendido.

De acordo com uma dupla de psicólogos, as aranhas são um perigo ancestral evolutivamente persistente com o qual os seres humanos estão especialmente sintonizados.

Os nossos antepassados ​​na África já coexistiam com estes bichinhos de oito patas, e saber quais eram as aranhas com mordidas potencialmente assassinas era fundamental para a sua sobrevivência. Fósseis de âmbar de Steatoda, o gênero irmão das nossas aranhas viúva-negra (Latrodectus, que são particularmente abundantes no sul da África), foram datadas em 40 milhões de anos.

De acordo com Joshua Nova e Tamsin German, da da Universidade da Califórnia em Santa Barbara (EUA), nosso sistema visual pode ter retido “mecanismos ancestrais” para a rápida detecção de ameaças imediatas que têm persistido ao longo do tempo evolutivo. Também podemos colocar nesta lista cobras e expressões de raiva.

Veio pra ficar

Apesar de nossa “preparação biológica” para reconhecer rostos humanos com raiva ainda ser útil na sociedade de hoje, as aranhas não são uma ameaça tão grave nos dias atuais, em comparação com o passado. Apenas cerca de 200 das 40 mil espécies que conhecemos representam preocupações médicas sérias para adultos saudáveis, com cerca de 200 mortes confirmadas por ano em todo o mundo.

Pouco importa. Parece que esse medo das aranhas nos serviu bem até agora, e veio pra ficar. Alipas, em algumas pessoas esse medo é provavelmente inato, e não aprendido.

Atenção máxima

Para testar este perigo ancestral, a dupla recrutou centenas de estudantes universitários para uma tarefa simples: escolher a mais longa das duas linhas em uma cruz que é exibida na tela do computador. Depois que os participantes completaram esta tarefa algumas vezes, os pesquisadores adicionaram um objeto que aparecia por algumas centenas de milissegundos na tela. Estes objetos “pisque e você perde” variavam de ameaças modernas (agulhas hipodérmicas) a criaturas irrelevantes para a nossa segurança (moscas) até perigos ancestrais (aranhas).

Menos de 15% das pessoas notaram, identificaram e puderam apontar a localização da agulha hipodérmica nestes testes de “cegueira por desatenção”. Da mesma forma, apenas 10% localizaram com êxito a mosca doméstica – eles estavam muito concentrados na tarefa para desviar sua atenção. No entanto, quando uma aranha ou a forma de uma aranha piscava rapidamente na tela, mais da metade dos participantes foram capazes de identificar e localizar em qual quadrante ela tinha aparecido.

“Um corpo central mais segmentos que irradiam dele – este é o modelo que você precisa para ligar esta consciência super-sensível”, explica New. “Se você está andando e há uma aranha e uma agulha no chão, seria mais provável que você pisasse na agulha do que na aranha”. E isso apesar de quaisquer lembranças desagradáveis que tenhamos de tomar vacinas. [IFLS]

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