Por que você não deve deixar seu cachorro lamber seu rosto

Por , em 17.01.2017

Quem tem cachorro sabe que é difícil evitar levar uma lambida no rosto de vez em quando. Eles parecem aguardar com ansiedade o momento em que você se distrai e entra no alcance de suas línguas rosadas; melhor ainda se for na boca. Mas de acordo com médicos, os seres humanos devem evitar esses encontros babados.

John Oxford, professor de virologia e bacteriologia da Universidade Queen Mary (Reino Unido), explica que o problema não está apenas na saliva. “Cachorros passam metade da vida com o focinho em locais sujos ou rondando cocô de outros cães, então seus bigodes estão cheios de bactérias, vírus e germes de todos os tipos”, diz ele.

Um dos casos descritos na literatura médica é de uma mulher de 70 anos moradora do Reino Unido que pegou uma infecção de seu greyhound, e acabou na UTI por semanas.

Ela contou que percebeu que estava com a fala enrolada quando conversava com um parente pelo telefone, e acabou chamando uma ambulância para socorrê-la. Quando os paramédicos chegaram, ela foi encontrada caída na poltrona, perdendo a consciência. Ao chegar ao hospital ela recuperou a consciência e melhorou, e não relatou nenhum outro sintoma além de uma dor de cabeça na noite anterior.

Depois de quatro dias, porém, ela começou a apresentar confusão, dores de cabeça, diarreia e uma febre alta, e seus rins começaram a falhar. Seu fígado também deixou de funcionar e ela não conseguia respirar sem ajuda de aparelhos. Os médicos determinaram que ela estava sofrendo de choque séptico.

Exames de sangue mostraram a presença da bactéria Capnocytophaga canimorsus. Apesar de rara, a bactéria é encontrada na boca de cães e gatos. Por não apresentar mordidas ou arranhões, os médicos chegaram à conclusão de que ela contraiu a bactéria através das lambidas do cão.

Mas calma, ser lambido no rosto por um cão ou gato não significa que você vai passar por tudo o que a paciente inglesa passou. “Existem apenas 13 casos desses relatados no Reino Unido”, diz Shelley Ranking, professora de microbiologia da Penn Vet.

“A última coisa que você quer é causar alarme entre as pessoas, dizendo que elas vão se infectar se forem lambidas ou beijadas por cachorros”, diz Bruce Farber, chefe de doenças infecciosas do North Shore University Hospital.

Na dúvida, é melhor evitar os beijinhos babados dos cães. [IFLScience]

2 comentários

  • Cesar Grossmann:

    Basicamente, a língua do cachorro é o papel higiênico dele. Usado.

  • Paulo Felix:

    Quem tem ou teve cachorro, sabe que em algum momento, ele vai se lamber “nas partes”. Só isso já é argumento suficiente.

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