Porque algumas mulheres são mais propensas a ter gêmeos fraternos

Por , em 2.05.2016

Pesquisadores holandenses identificaram dois genes que tornam as mulheres mais propensas a conceber gêmeos não idênticos, também chamados de fraternos.

Ambos os genes estão relacionados com a produção e processamento de um hormônio que ajuda os óvulos a amadurecerem.

Sobre gêmeos

Há duas maneiras de uma mulher conceber gêmeos. Em um caso, os ovários liberam dois óvulos no momento da ovulação, e ambos são fertilizados e tornam-se embriões, o que resulta em gêmeos fraternos ou não idênticos.

Em contraste, gêmeos idênticos são concebidos quando um embrião se divide em dois no início de seu desenvolvimento.

Em circunstâncias muito raras, gêmeos mais incomuns podem nascer: semi-idênticos (que foram formados a partir do mesmo óvulo, mas dois espermatozoides diferentes), e até mesmo trigêmeos e quíntuplos idênticos.

Os cientistas sabem há muito tempo que mulheres com histórico familiar de gêmeos fraternos – especialmente entre parentes do sexo feminino – são mais propensas a ter gêmeos também, o que sugere que a genética desempenha um papel.

Além disso, gêmeos são extremamente comuns em algumas populações, como os iorubás da África Ocidental, e muito mais raros em outras populações, como na Ásia.

Por fim, mulheres que se submetem a tratamentos de fertilidade são mais propensas a ter gêmeos também.

A amostra

Para identificar os genes que podiam aumentar a probabilidade das mulheres de ter gêmeos, Dorret Boomsma, psicólogo biológico na Vrije Universiteit Amsterdam (Holanda), e seus colegas analisaram os genomas de 1.980 mulheres que tinham espontaneamente concebido gêmeos fraternos, e os compararam com os genes de 12.953 mulheres que tiveram apenas um filho de uma vez.

Os cientistas identificaram certas variantes de genes que ocorreram muito mais comumente em mulheres que deram à luz a gêmeos.

Duas variantes

Uma variante, de uma região do DNA perto de um gene chamado FSHB, parecia estar relacionada com a produção de níveis mais elevados do hormônio folículo-estimulante (FSH), um produto químico que ajuda a um óvulo a amadurecer.

Durante cada ciclo, uma mulher geralmente libera um óvulo somente depois que ele amadureceu suficientemente. Com mais FSH, as chances de dois óvulos serem liberados por ciclo – um de cada ovário – pode aumentar.

A segunda variante, em um gene chamado Smad3, parecia alterar quão receptivos os ovários ficavam à sinalização de FSH. As mulheres com esta variante podem produzir níveis normais de FSH, mas terem ovários mais sensíveis ao hormônio, provocando a liberação de dois óvulos por mês.

“Esta variante genética é totalmente nova e não tinha sido apontada antes como candidata para a geminação”, disse Cornelis Lambalk, ginecologista da Vrije Universiteit Amsterdam.

Ainda assim, essas duas variações genéticas são apenas uma parte do quebra-cabeça. Juntas, elas aumentam as probabilidades de uma mulher ter gêmeos por apenas cerca de 29%, o que sugere que muitos outros genes podem estar envolvidos no processo. [LiveScience]

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