Poucos meninos são realmente viciados em videogame e jogos de computador

Por , em 21.11.2010

Embora muita gente acredite que a maioria dos adolescentes parece ser viciada em videogame além do que seria considerado saudável, uma nova pesquisa afirma que uma pequena percentagem de garotos pode ser muito obcecada com jogos.

As descobertas sugerem que para a maioria dos adolescentes, os jogos de videogame são apenas uma parte do comportamento normal. Os resultados de alguns estudos anteriores tinham levado as pessoas a acreditar que os videogames poderiam provocar comportamentos agressivos em adolescentes, mas pesquisas muito cuidadosas, como este estudo, não suportam esses resultados.

O estudo incluiu mais de 4.000 estudantes de ensino médio americanos. A análise concluiu que, entre aqueles que jogavam videogame ou jogos de computador, apenas 5% relataram sinais de “problemas”, que incluem uma vontade irresistível de jogar, tentar reduzir a quantidade tempo jogando e falhar, sentimentos de tensão que só poderia ser aliviados ao jogar, etc. Esses comportamentos são semelhantes ao diagnóstico de dependência de álcool, drogas e jogos de azar.

Os pesquisadores perguntaram aos estudantes sobre jogos e vários comportamentos relacionados à saúde. Globalmente, 76% dos rapazes e 29% das meninas disseram que jogavam videogame ou jogos de computador. Especificamente, 6% dos rapazes e 3% das meninas relataram sinais de problema de jogo.

Além disso, não há evidências de que o passatempo seja ligado a efeitos negativos na saúde. Os pesquisadores descobriram que entre os 95% dos jogadores que não são viciados, os que jogavam videogame não tinham nenhuma probabilidade maior de beber ou usar drogas, e tinham menos probabilidade de fumar.

Mas nem tudo são rosas: uma exceção foi vista entre as meninas que jogavam videogame. Elas eram mais propensas a admitir que entraram em brigas sérias ou portavam uma arma. Não são estatísticas assustadoras, no entanto. A grande maioria das meninas não relatou nenhum comportamento; 4% disseram que tinha entrado em uma briga séria no ano passado, e 8% disseram que carregavam uma arma.

Ao contrário de quem apenas joga, as pessoas com problemas de jogos estavam relacionadas a maiores riscos de tabagismo, depressão, uso de drogas e brigas. Entre os que fumavam regularmente, por exemplo, 8% eram jogadores problemáticos, contra 4% entre os adolescentes que disseram que nunca haviam fumado. Mas se o jogo ajudou a causar esses comportamentos, ou simplesmente co-existia com eles, ainda não está claro.

Segundo os pesquisadores, a correlação não é uma causalidade. Por exemplo, as crianças que fumam também podem ser mais propensas a desenvolver problemas de jogo, e não o contrário. Mas essas conclusões não podem ser tiradas a partir desses dados.

O resultado geral é que as taxas de problemas relacionadas a jogos entre os adolescentes são baixas, mas não insignificantes. O conselho dos pesquisadores é que os pais procurem sinais de problema de jogos em seus filhos.

Por exemplo, a quantidade de tempo que um adolescente passa jogando videogame não é, por si só, um sinal definitivo. Mas, se ele está negligenciando trabalhos de escola, atividades sociais que não estão relacionadas com jogos, ou se deixa de comer ou dormir para jogar, daí é uma causa de preocupação.

Os pais que estiverem preocupados com o comportamento de jogo de seus filhos podem levá-lo ao pediatra. Se necessário, o pediatra pode encaminhá-lo para um profissional de saúde mental. [Reuters]

6 comentários

  • Lucas:

    eu amo video games! mas não ao pnto de deixar de comer por isso!
    Passar o dia na frente da tv jogando play 3, ou o dia segurando o iphone jogando aplicativos, ou fikar na cadeira na frente do monitor o dia todo só jogando joguinhos, DEUS ME LIVRE!

  • Rodrigo Paim:

    Milson, no Hypescience, quando um comentário recebe muitos “polegares pra baixo” e poucos “polegares pra cima”, ele é ocultado automaticamente. Não é nada pessoal, nem censura como muitos dizem.

    Verena, 5% relatando problema que são semelhantes a sintomas de problemas com jogos não significa necessariamente que é realmente culpa do jogo, varia de cada caso.

    Como o Ruryk falou, uma dor no peito pode ou não significar que está tendo um infarto.

    Sobre as taxas, tem muitas outras taxas mais alarmantes entre os jovens do que essas. Cigarro, bebida, brigas, sexo sem proteção, acidentes de trânsito, drogas, são coisas que representam um perigo bem maior ao nossos jovens do que videogames

  • Milson:

    Caro Jeffly e Rurik,
    acho seus comentários válidos, só não acho que estão contextualizados no artigo acima citado.
    “Poucos meninos são realmente viciados em videogame e jogos de computador” – este é o tema da discussão!

    O comentário da Verena foi “desativado”. Por quê? É o único comentário que questiona a informação transmitida pelo referido artigo.

    Analisar taxas estatísticas só levando em consideração os números – no caso 5% – sem considerar o universo e a problemática é uma maneira muito pobre de lidar com a informação. No comentário postado pela Verena, ela relaciona a taxa de 5% com o universo de 4.000 alunos adolescentes que apresentam “problemas” (…Esses comportamentos são semelhantes ao diagnóstico de dependência de álcool, drogas e jogos de azar….).
    Este sim, é um comentário crítico e responsável sobre esta matéria.

  • jeffly:

    A violência está dentro de cada pessoa, vai de cada um, a complexidade do comportamento humano é muito maior para acusar apenas a influência de jogos de videogames e computadores.

    Uma criança, por exemplo, pode ser violenta batendo num animal, buscando briga no colégio e etc, sem sequer ter jogado um videogame na vida.

    Ao meu ver, alguns jogos só trazem benefícios de raciocínio e coordenação, claro que, sendo usado com moderação, igual cerveja xD

  • Ruryk:

    5% é considerado um número baixo em relação a visão geral de que qualquer jovem que jogue algumas horas tem problema de vício.

    Além de que, os 5% representam as pessoas na pesquisa que apresentaram algum dos “problemas” que se enquadram no caso de viciados em jogos, não o sendo necessariamente. Por exemplo, não é por que você sentiu uma dor no peito que está tendo um infarto.

  • Verena:

    Olá,

    realmente fiquei surpresa! Não penso que 5% de jóvens com problemas de vício em jogos seja pouco!?
    Se imagino que na classe do meu filho, que tem 20 alunos, pelo menos um deles tem problemas desta órdem, fico muito preocupada.
    Não posso compartilhar com a idéia do autor deste texto, sinto muito….o problema é ALARMANTE!

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