Primeiras impressões são difíceis de mudar e geralmente estão certas aponta estudo

Por , em 20.02.2014

Enquanto uma nova pesquisa mostra que primeiras impressões são difíceis de mudar, a boa notícia é que outro estudo descobriu que os nossos julgamentos iniciais sobre os outros tendem a ser precisos.

“Apesar do famoso conselho ‘não julgue um livro pela capa’, a pesquisa científica mostra que tais julgamentos são bons indicadores sobre o livro, mesmo depois de lê-lo”, explica Vivian Zayas, psicóloga da Universidade Cornell (EUA).

Zayas e seus colegas pediram que participantes vissem uma fotografia de uma pessoa que não conheciam e fizessem um julgamento apressado sobre como se sentiam sobre essa pessoa – famoso “vai com a cara de alguém ou não”.

Mais de um mês depois, o participante e a pessoa na foto realmente interagiram. As previsões dos participantes do quanto eles gostariam da pessoa na fotografia foram surpreendentemente precisas.

Por outro lado, ninguém pode estar certo sobre tudo. O psicólogo Nicholas Rule, da Universidade de Toronto (Canadá), queria saber o que acontecia quando as nossas primeiras impressões sobre uma pessoa entravam em conflito com a realidade.

Para testar essa questão, os pesquisadores se aproveitaram do “gaydar”: em média, as pessoas são capazes, com uma precisão de cerca de 65%, de dizer se uma pessoa é gay só de olhar para ela.

Os cientistas pediram aos participantes para olhar fotos de ambos homens gays e heterossexuais. Em metade dos casos, as fotos foram marcadas com a orientação sexual correta da pessoa. Na outra metade, o rótulo estava errado, dizendo que um homem gay era hétero ou vice-versa.

Em seguida, os participantes tiveram que fazer um teste de computador, lembrando corretamente se cada homem era gay ou não, de acordo com os rótulos. Eles tiveram que responder cada fotografia até acertar, começando de novo quando cometiam um erro. “Até o final do teste, eles realmente sabiam quem era gay e quem não era”, disse Rule.

Só que os participantes tiveram diferentes quantidades de tempo para ver os rostos. Alguns puderam levar quanto tempo quiseram para responder o teste, enquanto outros tiveram menos de um vigésimo de segundo (a quantidade de tempo que leva para as pessoas julgarem a orientação sexual só pelo rosto) para responder se a foto era de um homem gay ou não.

As pessoas que viram os rostos por menos de um segundo eram mais propensas a ir com sua intuição sobre a sexualidade da pessoa – o que significa que eram mais susceptíveis de adivinhar a orientação verdadeira da pessoa ao invés do que os falsos rótulos diziam.

Os que tiveram mais tempo para responder foram capazes de lembrar o que haviam “aprendido” sobre a pessoa (inicialmente, eles podiam ter achado que alguém era homossexual, mas foram informados de que não era, e tiveram tempo para pensar sobre isso).

Em um segundo experimento, os pesquisadores replicaram os resultados usando desta vez rostos de pessoas confiáveis e não confiáveis, combinando os rótulos com descrições de comportamento confiável ou não (por exemplo, voluntário em um hospital x ladrão). As pessoas se lembravam mais de rostos e comportamentos não confiáveis, mas o impulso de memória para os rostos era ainda mais forte do que para os comportamentos.

Os resultados sugerem que cada vez que um indivíduo vê uma pessoa, seus julgamentos precipitados iniciais sobre ela ressurgem. “O rosto é uma lembrança constante para nós de uma impressão inicial. Com mais tempo, as pessoas passam a recuperar seus conhecimentos sobre o que aprenderam sobre alguém, mas as primeiras impressões não desaparecem e continuam importantes”, explica Rule. [LiveScience]

1 comentário

  • Zerita KS:

    Eu vi isso no Nat GEO como uma experiência. Lá, eles usavam fotos de políticos e em meio segundo poderíamos saber quem ganhava pelo rosto, e também de pessoas não confiáveis ou não. O experimento dizia que, quando mais femininos ou delicados eram os traços das pessoas, mais chances de acreditarem nela. O que acaba sendo verdade, mesmo sendo preconceituoso da parte do nosso cérebro. Mas isso não define pessoas confiáveis ou não com precisão, só define em quem as pessoas depositam mais confiança.

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