O mais antigo e raro cachorro do mundo foi redescoberto na natureza

Por , em 28.03.2017

O mais antigo e primitivo cachorro do mundo finalmente foi visto em seu habitat natural, acabando com nossos temores de que tivesse desaparecido totalmente.

Os pesquisadores confirmaram a existência de uma população saudável e viável, escondida em uma das regiões mais remotas e inóspitas da Terra, as montanhas centrais da Nova Guiné.

Incrível

De acordo com a análise de DNA, estes são os mais antigos canídeos existentes.

Uma recente expedição à área resultou em mais de 100 fotografias de pelo menos 15 indivíduos selvagens, incluindo machos, fêmeas e filhotes, florescendo em isolamento e longe do contato humano.

“A descoberta e confirmação deste cão selvagem pela primeira vez em mais de meio século não é apenas empolgante, mas uma oportunidade incrível para a ciência”, disse em um comunicado o grupo por trás da descoberta, o New Guinea Highland Wild Dog Foundation (NGHWDF).

A pegada

Se você não está familiarizado com essas criaturas, esses cães selvagens só eram estimados a partir de duas fotografias promissoras, mas não confirmadas, feitas em 2005 e 2012.

Eles não tinham sido documentados com certeza em seu ambiente nativo há mais de meio século, e os especialistas temiam que tivessem sido extintos.

Conduzida pelo zoólogo James K McIntyre, a expedição se reuniu com pesquisadores locais da Universidade de Papua, que também estavam na trilha dos cães.

Uma cópia enlameada de uma pata em setembro de 2016 finalmente iluminou o caminho de todos, oferecendo evidências de que os animais ainda vagavam as florestas densas das montanhas, 3.460 a 4.400 metros acima do nível do mar.

Bingo!

Câmeras foram implantadas por toda a área da pegada, finalmente capturando mais de 140 imagens dos cães em apenas dois dias no pico de Puncak Jaya, o mais alto do Monte Carstensz e da ilha.

A equipe também foi capaz de observar e documentar os cães em primeira mão, e análise de DNA de amostras fecais confirmaram a sua relação com dingos australianos e cães-cantores-da-nova-guiné, variantes criadas em cativeiro desse cão selvagem.

Devido à falta de evidências da espécie, não está claro exatamente se as três espécies realmente são relacionadas, mas os cientistas esperam responder essa questão em breve.

O registro fóssil indica que o raro cão se estabeleceu na ilha pelo menos 6 mil anos atrás, chegando junto com imigrantes humanos. No entanto, novas evidências sugerem que eles podem ter migrado independentemente dos seres humanos. A importância científica e histórica da espécie continua a ser crítica para a compreensão da evolução dos canídeos.

Mais informações

Esses animais são mais comumente dourados, mas também existem em tons mais escuros e amarelados. Suas caudas são altas e em forma de gancho, como as de um Shiba Inu. Em todos os indivíduos observados até agora, as orelhas são eretas e triangulares.

Embora isso ainda não tenha sido confirmado, os cães selvagens da região montanhosa devem poder fazer as mesmas vocalizações únicas de seus parentes nascidos em cativeiro, os cães-cantores-da-nova-guiné:

A pesquisa sobre esses animais ainda está em andamento, e um artigo científico sobre a descoberta será lançado nos próximos meses.

A boa notícia é que os pesquisadores estão otimistas sobre suas chances de sobrevivência. Empresas de mineração locais precisaram tomar medidas especiais de proteção ambiental para preservar o ecossistema em torno de suas instalações, o que significa que inadvertidamente criaram um santuário no qual os cães selvagens puderam prosperar. [ScienceAlert]

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