Como recém-casados já sabem se o casamento vai ser feliz ou não

Por , em 9.12.2013

Apesar de recém-casados não estarem completamente cientes disso, eles podem saber intuitivamente se seu casamento irá resultar em felicidade conjugal ou não.

Um novo estudo, liderado pelo professor de psicologia James K. McNulty da Universidade Estadual da Flórida (EUA), analisou 135 casais heterossexuais casados por menos de seis meses e, em seguida, os acompanhou reavaliando-os a cada seis meses durante um período de quatro anos.

Os sentimentos que os participantes verbalizaram sobre seus casamentos não estavam relacionados com as mudanças na sua felicidade conjugal ao longo do tempo. Em vez disso, foram os sentimentos intuitivos que eles tiveram que previram sua felicidade futura.

“Embora possam ser em grande parte relutantes ou incapazes de verbalizá-los, as avaliações automáticas das pessoas sobre seus parceiros preveem um dos resultados mais importantes de suas vidas, a trajetória de sua satisfação marital”, disseram os pesquisadores.

No estudo, as atitudes conscientes das pessoas, ou como elas disseram que se sentiam, nem sempre refletiam seus sentimentos automáticos sobre seu casamento. E foram esses sentimentos inconscientes que realmente previram o quão felizes eles permaneceram ao longo do tempo.

“Todo mundo quer estar em um bom casamento”, disse McNulty. “E, no início, muitas pessoas são capazes de convencer-se disso em um nível consciente. As respostas automáticas são menos influenciadas pelo que as pessoas querem pensar”.

A pesquisa

Para realizar o experimento, os pesquisadores pediram aos indivíduos para relatar a sua satisfação com o relacionamento e a gravidade de seus problemas. Os participantes também forneceram avaliações conscientes descrevendo seu casamento de acordo com 15 pares de adjetivos opostos, como “bom” ou “ruim”, e “satisfeito” ou “insatisfeito”.

Em seguida, um teste mediu suas atitudes automáticas, ou respostas a nível de intuição. O experimento envolveu assistir uma foto do cônjuge em uma tela de computador por apenas um terço de um segundo, seguida de uma palavra positiva como “incrível” ou “ótimo”, ou uma palavra negativa como “horrível” ou “terrível”. As pessoas simplesmente tinham que pressionar uma tecla no teclado para indicar se a palavra era positiva ou negativa. Os pesquisadores usaram um software especial para medir o tempo de reação dos participantes.

“É geralmente uma tarefa fácil, mas as pessoas serão mais rápidas ou mais lentas, dependendo da sua atitude automática em direção ao cônjuge. As pessoas que têm sentimentos realmente positivos sobre os seus parceiros são muito rápidas para indicar que palavras como ‘incrível’ são palavras positivas e muito lentas para indicar que palavras como ‘terrível’ são negativas”.

Isso porque atitudes positivas de nível de intuição facilitam os processos cognitivos congruentes e interferem com processos cognitivos incongruentes. Em outras palavras, pessoas com atitudes positivas a nível de intuição são realmente boas em processar palavras positivas, e o oposto também é verdade.

Ambas as experiências foram realizadas apenas uma vez, mas os pesquisadores conversaram com os casais a cada seis meses e pediram-lhes para relatar sua satisfação com o relacionamento.

Os pesquisadores descobriram que os participantes que involuntariamente revelaram atitudes negativas durante o teste automático relataram mais insatisfação conjugal quatro anos depois. Já o teste consciente não estava relacionado com mudanças na satisfação conjugal.

“Eu acho que os resultados sugerem que as pessoas devem seguir mais seu instinto”, disse McNulty. “Se elas sentem em sua intuição que há um problema, podem tentar concertá-lo, por exemplo, através de terapia de casal”. [MedicalXpress]

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