A estrela que está em rota de colisão com a Terra

Por , em 5.01.2015

Há uma chance de 90% de uma estrela se aproximar da Terra no próximo meio milhão de anos. Conhecida como Hipparcos 85.605 (HIP 85605), ela está atualmente a 16 anos-luz de distância de nós, e poderia chegar tão perto quanto 0,13 anos-luz de distância.

Coryn Bailer-Jones, do Instituto Max Planck de Astronomia (Alemanha), modelou os movimentos passados e futuros de 50.000 estrelas usando dados do satélite Hipparcos da Agência Espacial Europeia, que analisou o céu na década de 1990.

Ele encontrou 14 estrelas que irão passar a 3,26 anos-luz (que é um parsec) de nós. Quatro passarão a 1,6 anos-luz (0,5 parsec) do sol no futuro.

Destas quatro, o encontro mais próximo parece ser o de HIP 85605, que é uma estrela K (uma anã laranja) ou uma estrela M (uma anã vermelha), que fica na constelação de Hércules. A estrela tem uma probabilidade de 90% de ficar entre 0,13 e 0,65 anos-luz (0,04 a 0,20 parsec) de nós, entre 240 mil a 470 mil anos a partir de agora.

O próximo mais próximo seria Gliese 710 (GL 710), uma estrela anã K7 a cerca de 63 anos-luz de distância de nós, na constelação de Ofiúco. Ela tem 90% de chances de ficar de 0,32 a 1,44 anos-luz (0,10 a 0,44 parsec) de nós em cerca de 1,3 milhões de anos.

Enquanto HIP 85605 e GL 710 não representam um perigo de colisão direta com a Terra, suas forças gravitacionais poderiam “empurrar” cometas para fora da Nuvem de Oort em direção a nosso sistema solar exterior.

“Acho que podemos prever com segurança que as órbitas de cometas serão de fato interrompidas pelos encontros mais próximos”, disse Bailer-Jones.

E será que alguma dessas estrelas vai trazer consigo exoplanetas para perto da Terra? Provavelmente, mas eles não vão ficar perto o suficiente para que possamos visitá-los. De acordo com Bailer-Jones, eles teriam velocidade rápida conforme passassem pelo sol, o que tornaria chegar a esses planetas tão difícil quanto viajar para sistemas de estrelas mais distantes.

Por fim, os dados desse estudo vêm de simulações com alguns “dados questionáveis”, de modo que as estimativas podem estar um pouco erradas. “A pesquisa é limitada a estrelas para as quais temos distâncias e velocidades precisas; isso, por sua vez, nos limita a estrelas atualmente dentro de algumas dezenas de anos-luz do sol”, explica Bailer-Jones. [IFLS]

24 comentários

  • Lio Silva:

    Vou esperar essa estrela sentado.

  • José Andrade:

    Poderemos pedir para que ele nos ensine como voar na calda de um cometa para explorarmos a imensidão do cosmo.

    • Cesar Grossmann:

      A CAUDA do cometa não é sólida, não á para “voar na ‘calda’ [sic] de um cometa”. E cometas não servem para explorar “a imensidão do cosmo”, por que eles não saem do Sistema Solar.

    • Astropitecus Cabecudus:

      Ai saem saem, porque há cometas com órbitas parabólicas e hiperbólicas e como tu sabes a parábola e a hiperbole são curvas abertas.

    • Cesar Grossmann:

      Verdade. Realmente tem cometas que só passam uma vez e se perdem no espaço.

  • José Andrade:

    Ok César acho uma grande ideia. Poderíamos pedir ao Pequeno Príncipe para nos ajudar, quem sabe deixar-nos fazer puxadinhos em seu planeta.

    • Cesar Grossmann:

      Qual o problema, José?

  • Evaldo Vagner Wagner:

    “Ele encontrou 14 estrelas a 3,26 anos-luz” quer dizer que alpha centauro não é o sistemas de estrelas mais próximos de nós agora ?

  • Lio Silva:

    Daqui 500 mil anos não haverá ninguém na terra mesmo, que diferença fará se essa estrela chocar-se com a Terra?

  • Je:

    E o que acham do Planeta X, Nibiru, Hercobulos, Nêmesis, Chupão entre outros nomes; ficção, realidade, lenda ou está por aqui mesmo?

    • Cesar Grossmann:

      Ficção e pseudo-ciência.

    • Cesar Grossmann:

      Um erro nas tabelas de observações de planetas fez crer que havia um além de Netuno – o Planeta X.

    • Cesar Grossmann:

      Nibiru é ficção inventada pelo Zecharia Sitchin. Ele falou muita coisa sobre o Nibiru, mas a maioria era groselha.

    • Cesar Grossmann:

      Nêmesis seria a hipotética companheira do Sol. Até hoje ninguém encontrou.

    • Cesar Grossmann:

      O “planeta-chupão” é o “Planeta X” dos espíritas. Este belíssimo nome é criação do Chico Xavier.

    • Cesar Grossmann:

      Hercólubus é um outro planeta fictício destruidor de mundos proposto pelo místico Joaquín Amórtegui Valbuena (V.M. Rabolú).

  • marcos barbosa dos s:

    Gasta se tanto dinheiro com guerras verdade precisamos pensar em novas opções a terra não vai durar pra sempre fica o aviso

  • Arteiro Marcial:

    Ao ler o título, lembrei-me imediatamente do livro Nêmesis, de Isaac Asimov.

  • WalterZ:

    Antes temos que sobreviver os próximos 200.000 anos na Terra. Se conseguirmos, teremos outros 40.000 para mudar p/ o espaço!

  • Crelio Melato Junior:

    Cinema a parte, este seria um dos motivos da extinção da raça humana.

  • Crelio Melato Junior:

    Lembrei de um filme de 1951 When Worlds Collide …

    http://www.adorocinema.com/filmes/filme-4682/

  • Cesar Grossmann:

    Não quero ser chamado de alarmista, mas seria bom um programa espacial voltado à disseminação de colônias espaciais.

    • Rodrigo Ranzan:

      Mas no caso de destruição da Terra, uma colônia parece ser inútil, já que não haveriam recursos para manter os sobreviventes.

    • Cesar Grossmann:

      Não será inútil se for uma colônia auto-sustentável, independente, ou que seja capaz de obter recursos de asteroides.

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