Use psicologia para fazer suas maldições funcionarem

Por , em 8.04.2013

ATENÇÃO: O HypeScience não apoia nem sugere que as pessoas façam algum mal a outras; o artigo se destina apenas a ilustrar um assunto científico.

Maldições não são reconhecidas pela ciência, mas se tem uma coisa da qual os estudiosos não duvidam é do poder da mente. Diversas pesquisas já demonstraram convincentemente como seres humanos são sugestivos – um exemplo é o “efeito placebo”.

Sendo assim, não é preciso ser uma bruxa de mil anos para infligir dor a seus inimigos – basta ter a ciência e a comprovada capacidade da psicologia ao seu lado para convencer as pessoas de que suas maldições são eficazes.

Para tanto, vamos recorrer ao efeito “nocebo”. Você com certeza já ouviu falar do efeito placebo – o fato de que pílulas de açúcar aliviam sintomas de pacientes, apesar de não terem medicação nenhuma.

O efeito nocebo é o oposto. Do mesmo modo que pessoas que acreditam estar tomando um remédio se curam mesmo sem tê-lo tomado, pessoas que ouvem possíveis efeitos colaterais têm maior probabilidade de senti-los (por exemplo, pessoas informadas de que uma pílula irá causar-lhes dores de estômago vão sentir dores de estômago).

Maldição nocebo

É fácil fazer alguém acreditar na sua maldição. Tudo o que você precisa fazer é criar o ambiente certo.

Se vista de acordo, escolha uma noite escura e tempestuosa para o seu encontro, e siga alguém na rua dizendo-lhes que suas entranhas vão se torcer, ou que nunca mais terão uma boa noite de sono, ou qualquer coisa maldosa que você consiga pensar – e deixe que a mente de seu alvo faça o resto.

Tal psicologia funciona até mesmo em grupos. Há boatos de que uma “maldição” (efeito psicológico) foi a causa da “praga dançante” (episódio em que pessoas literalmente dançaram até a morte em 1500 na Europa).

Algumas maldições podem envolver mais trabalho. Por exemplo, uma forma de fazer as pessoas arruinarem a própria vida é dando-lhes muita informação.

Um estudo da Universidade Queen Mary de Londres (Inglaterra) reuniu participantes e deu eles a tarefa de fazer previsões ou manter a saúde de um bebê (não um real, ainda bem). As pessoas que receberam aconselhamento e atualizações constantes, mesmo que as atualizações fossem elogios, tendiam a ir pior do que as pessoas que foram deixadas sozinhas.

A ideia é que, a fim de fazer um bom trabalho em qualquer coisa, as pessoas precisam se concentrar para tomar a decisão certa. Ouvir opiniões de outras pessoas as faz perder o foco e estragar a tarefa. Quanto mais complexa a tarefa, incentivos mais calorosos parecem arruinar o desempenho das pessoas.

Com a tecnologia de hoje, este é um trabalho que você pode fazer de casa. Basta configurar um monte de contas do Facebook que se revezam para dar incentivos, opiniões diferentes, conselhos contraditórios e bam! Vida do inimigo arruinada. E quanto mais ele se sentir perdido, mas vai depender de influências externas para ajudá-lo, o que, é claro, é pior para ele em última análise.

Brincadeiras à parte…

A chave para uma maldição psicologicamente devastadora é impotência. Impotência cultiva uma condição chamada de flacidez diastólica, que é uma queda extrema na pressão sanguínea. Essa queda já foi associada à morte de pessoas aparentemente saudáveis que acreditavam estarem amaldiçoadas.

Elas achavam que não havia nada que pudessem fazer – estavam amaldiçoadas e pronto -, e a resposta física para esse “conhecimento” as matou.

Eis a extensão do poder da sugestão e da mente: o de fazer alguém acreditar que vai morrer.

Na China e no Japão, a taxa de ataques cardíacos aumenta no dia quatro de cada mês. O número quatro é considerado um número de azar nesses países. Assim, toda vez que tal dia chega, configura a combinação necessária para matar alguém: medo, consciência e desamparo.

Quando a ameaça se multiplica, não há como fugir dela. Um famoso compositor, Arnold Schoenberg, tinha medo do número 13. Aos 76 anos, um amigo mencionou que sete mais seis era 13. Schoenberg morreu no dia treze desse mês, depois de ter passado o dia todo na cama, com medo de falecer. Obviamente, o amigo ou era responsável por homicídio culposo ou um profissional qualificado para lançar maldições.

Inevitavelmente, “maldições” não funcionam com todo mundo, já que sempre vai haver algumas pessoas que não acreditam nesse tipo de coisa.

Mas a verdade é que todo mundo se preocupa com algo, todo mundo é influenciado por fatores externos, e todo mundo pode ter o psicológico abalado.

A ideia de que algumas pessoas são isentas de influência biológica e social envolve um pensamento ainda mais mágico do que a crença em maldições.

Mas, se você está pensando em mexer com a cabeça de alguém, fica um alerta importante: a ciência não sabe como a “maldição” afeta seu praticante. As pessoas que lançam maldições são constantemente sujeitas a pensamentos ainda mais estressantes e aterrorizantes do que os outros. Melhor não se arriscar; sua mente pode se voltar contra você. Todos sabemos que ela não pede nossa opinião para nada – tem vida própria.[io9]

23 comentários

  • Eloyr:

    O título da matéria está EQUIVOCADO, por conta dele; quase não li o conteúdo. Não desejo AMALDIÇOAR ninguém, mas o poder da sugestão é importante para quem precisa convencer as pessoas. Trabalho na àrea de vendas. Devemos lembrar que o nosso SUBCONSCIENTE é programável como um computador e pode receber boa programação ou mesmo; “vírus” e danificar o sistema todo. O universo todo, foi feito pelo poder da palavra e continua submisso à ela. A ciência pode demorar muito para reconhecer isto, mas é assim que funciona e isto não foi tratado aqui.

  • Dom Guilherme:

    bem possivel tem muita gente que tem preguiça de pensar, tantos vam a igreja acreditando nesse deus que vai benefialos pq são a sua imagem e semelhança mas qual semelhança eu acho que os escritores do mais famoso livro de auto ajuda da história dos seres humanos não pensaram só em um homem mais em ser vivo muito complexo e também muito simples

  • neutrino:

    Dizem que num povoado que tinha mil pessoas, veio um ser,não sei de onde saiu, mas disse que 200 pessoas daquele lugar ia morrer.

    o líder da comunidade é claro não guardou segredo e comunicou isso aos habitantes.

    Mas na realidade, morreram 800 pessoas.

    o líder então reclamou:

    não era 200, porque morreu 800?

    O ser respondeu:

    na realidade eu só levei 200, o resto morreu de medo.

  • Carlos Ossola:

    Rodrigo, não se acomode ao conhecido porque o conhecido se torna caduco, ultrapassado, e não mais alimenta a alma, como aquele bife delicioso que você almoçou dez anos atrás.

    Ouse seguir novos caminhos, pela apaixonante vereda da realidade fantástica que pipoca ao nosso redor desde a fundação do mundo e a gente não nota, sufocados pela rotina de trabalhar, comer, beber, comprar, vender, namorar, casar,descasar, aposentar, envelhecer e morrer mais ignorante do que nasceu.

  • Pocapratica:

    Mente superior controla mente inferior. Sempre foi e sempre será.

  • Shilik@:

    Todas as pessoas que de alguma maneira direcionam pensamentos negativos à quem quer que seja, está praticando um ato de magia negra a qual se propaga em energia perturbadora. Assim, se você se afina com esse tipo de atitude, cuidado pois a lei do retorno é implacável e você com certeza irá resgatar e acumular faltas perante o Astral Superior. Nem brincando a gente deve se envolver, pois a perturbação não poupa ninguém e, quando você estiver passando por alguma dificuldade extrema, certamente eles virão a forçar até desencarnar. E se eles tiverem êxito, certamente foi porque você deixou se levar pelas intuições a ponto de enfraquecer o seu espírito e, sem contar que você tem tudo para fazer parte da falange deles no espaço. Logo, muito cuidado, pois não vejo ninguém instruir a massa contra a prevenção dessas coisas. Só aparece essas matérias onde aproveito para dar a minha contribuição.

  • Mauro Schorr:

    A questão é que o artigo alimenta o mal presente dentro de nós, a negatividade, a tensão frustrada do falso ego

    Ninguem reparou não na maldade exposta do texto, sugerindo feitiçarias e etcs?

    Um assunto sem importância, sendo destacado

    Há maldições sim, feitas hoje por magos negros, demos e vamps, e que infelizmente, comandam a sociedade nos bastidores

    Aqueles que não podem ser comprados por eles, estes canalhas egoistas, os atacam com esta porcaria

    Tem muita magia involutiva no BR, na sua capital então, nossa, portanto, é um assunto que deveria ser evitado nesta home page

    Mais importante é: Como se livrar de maldições !!!

  • Giancarlo Tormena:

    O maior exemplo disso são as religiões, que para o bem e para o mal manipulam a cabeça dos fracos.

  • Jonah:

    Nunca ri tanto em toda a minha vida…
    Sensacional o artigo!

  • alexandre opiniao mirage:

    Isso eu acredito mesmo, lembro qdo eu era muleque, tinha uns 12 anos a gente jogava bola na rua e tinha uma mulher muito chata que implicava sempre, até um dia que a bola caiu na casa dela e ela com uma tesoura furou a bola.

    A gente ficou muito p…, e sabe como é né… mulecada quando fica com raiva fica criativa pra fazer arte.

    Pois bem, passou uns dias e encontramos uma pomba morta na calçada, foi ai q um dos muleques tiveram a ideia de pegar uma trafessa encher de farofa, arrancar umas flores de um jardim que havia proximo, colocar em cima da farofa pegar a pompa morta colocar no centro.

    Arrumamos 2 velas colocamos a travessa com a farofa, as flores e a pomba morta no portão e acendemos as velas e fomos embora…

    Dias depois soubemos que a mulher tinha chamado um padre pra benzer a casa pq depois que fizeram a MACUMBA..rs todo dia quebrava alguma coisa dentro de casa.

    E o pior é que nem macumba era, só fizemos parecer que era p/ ela ficar encanada…rs

    Mulecada é coplicada… hj com 25 anos lembro disso e do risada e de vez enquando ainda ajudo a senhorinha com as compras..rsrs

    Ai se um dia ela souber que participei da arte..rs

  • Thiago Ribeiro:

    As matérias da Natasha Romanzoti são sempre as melhores! Acompanho faz tempo.
    Concordo muito com esta e de certa forma eu já penso assim ha alguns anos.

  • grasisuperstar:

    Pelo uso da sugestão, é possível fazer as pessoas acreditarem em quase tudo. Podemos até fazer elas acreditarem em coisas inexistentes, se lembrarem de coisas que não aconteceram, perceber coisas que na realidade não perceberam. Quem sabe disso e consegue aplicar a técnica pode usa-la para o bem ou para o mal já que existe pessoas muito sugestionável.
    Essa reportagem sem dúvida vai ser a melhor da semana.

  • aguiarubra:

    Muito bom esse artigo!

    Quando li o título “Use psicologia para fazer suas maldições funcionarem” e a ideia de perseguir pessoas estranhas pela rua, lembrei-me dos maus efeitos que o bullying causam entre adultos no trabalho (conhecido como “assédio moral”) e entre crianças, estejam na escola ou nas brincadeiras.

    A “maldição nocebo” (“…uma forma de fazer as pessoas arruinarem a própria vida é dando-lhes muita informação…”) foi muito surpreendente para mim: até onde o que ocorre em salas de aula pode redundar em “maldição nocebo”? Será que o método “expositivo oral/visual” (professor fala, alunos ouvem) tem esse potencial negativo no aprendizado? A técnica “construtivista” (alunos falam, professor ouve/corrige) seria, então, um antídoto ao “nocebo”? Vou ter que investigar isso!!!

    Quanto ao que se segue ao segmento “Brincadeiras à parte…”, eu experimentei pessoalmente como funciona essas maldições. Meu pai foi médium umbandista por 7 anos e fazia “trabalhos” 3 vezes por semana em minha casa.

    É um ambiente aterrador! Sempre me preocupava com “trabalhos feitos” para prejudicar os consulentes, que eram “desmanchados” pelos “guias” de meu pai. Acabei paranóico!!! E me cansei da paranóia e tomei uma atitude de “deixa estar para ver como fica”…e tudo bem? Continuei vivo…rsrsrsrsrs…

    E “…A ideia de que algumas pessoas são isentas de influência biológica e social envolve um pensamento ainda mais mágico do que a crença em maldições…”. Explêndido!!!

    Pelo menos com pessoas normais, isso é bem real! Quem realmente não se influencia, é o psicopata, que não consegue ter “empatia” com o ambiente externo psicossocial. Afinal, essa influência bio-social ocorre, primeiramente, de modo inconsciente e só depois disso aparece como apreensão consciente. O psicopata tem impedimentos cerebrais (portanto, biológicos) para não se deixar influenciar dessa maneira!

    Gente normal tem sentimentos. E a razão é “serva” dos sentimentos em gente normal. Cérebros danificados só sabem pensar em como amaldiçoar os outros (e serial killer costuma matar com requintes de crueldade quando “amaldiçoa” alguém).

  • digirobson:

    Parabéns Natasha!

    Nunca vi este assunto tão bem exposto.

    Ótima matéria, recomendo com certeza e vou compartilhar.

    Um abraço!

    Robson

    • Carlos Ossola:

      Natasha, seu artigo é um placebo ou um nocebo? Já pensou que você está influenciando as mentes dos leitores quando apresenta a tua apaixonante opinião sobre as maldições? Fale sobre o poder neutralizador dos bons pensamentos, eles criam uma barreira em torno das mentalizações negativas, que sempre voam de volta a quem as liberam, quando não encontram o ninho.

  • Vicente Ferreira:

    Achei a materia do site muito perigosa, já vivemos em uma sociedade contaminada pela maldade. A materia já vem dizendo que não recomenda essas praticas, mas quem tem a mente voltada para a vingança não vai se preocupar com esse detalhe.
    Todos os meios de comunicação e a sociedade em geral, precisam buscar mecanismos para conseguir a paz, o amor e a fraternidade entre nossos semelhantes.

  • newtonsilva:

    Eu acho que isso só funciona com pessoas da mente fraca ou que estejam vulneráveis por conta de algum problema. Como essas pessoas que são enganadas por essas “Igrejas evangélicas” e seus falsos pastores. O essa gente que se deixa enganar com essas coisas de esoterismo e outras bobagens, como bem disse o Falcone Big.

  • Edgardo Aquiles Prado:

    Muito divertido 😀

  • Cristian Abad:

    “Melhor não se arriscar; sua mente pode se voltar contra você.”
    Tentativa de efeito Nocebo?
    Se eu tentar vou ter mais medo que os outros?
    Mas se eu não acreditar q vou ter mais medo que os outros?
    Varias perguntas sirgiram….

  • Falcone Big:

    Nem vou falar dos tontos que compram aquelas pulseiras de equilíbrio!

  • Devid Henrique:

    O mesmo artifício usado pelas grandes religiões para conquistar fiéis.

  • Rodrigo Medeiros:

    Incrível! Como dizem,nossa consciência é nossa guia…altera-la pode nos levar à caminhos desconhecidos,bem como diz essa pesquisa!

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