Vaso sanitário precisa ser reinventado: descubra o porquê

Por , em 29.05.2012

O vaso senitário está quebrado – e não é a descarga.

Esta peça sem graça da tecnologia, que todo mundo usa, mas ninguém parece pensar muito sobre ela, está necessitando desesperadamente de uma revisão, de acordo com a Fundação Bill & Melinda Gates, que ano passado lançou um desafio “Reinvente o banheiro”.

Segundo a presidente da Fundação, nenhuma inovação nos últimos 200 anos fez mais para salvar vidas e melhorar a saúde do que a revolução do saneamento, provocada pela invenção do vaso sanitário. Mas, para ela, a ferramenta só chegou em um terço do mundo e precisa de novas abordagens. Em suma, é preciso reinventar o banheiro.

A pergunta é: o que exatamente tem de errado no vaso sanitário atual?

É muito caro para as pessoas de países em desenvolvimento, porque exige água tratada e esgoto, o que nem sempre está disponível. E, sozinho, ele não faz nada para realmente tratar os resíduos humanos.

Cerca de 2,5 bilhões de pessoas não têm acesso a instalações sanitárias e a falta de acesso ao banheiro favorece a propagação de doenças, que são a causa da morte de 1,5 milhões de crianças a cada ano, de acordo com a Organização Mundial da Saúde.

A Fundação quer um banheiro que seja barato, que as pessoas menos favorecidas possam ter acesso e que recicle os minerais energéticos dos nossos resíduos. Para isso, ela está bancando oito projetos de universidades que estão tentando inventar o banheiro.

As ideias mais marcantes são:

• Um vaso sanitário que vai recuperar a água e sal a partir de fezes e da urina;
• Um vaso sanitário que transformará os resíduos em gás, que poderá ser utilizado para gerar eletricidade;
• Um vaso sanitário que irá sanear fezes dentro de 24 horas, passando por processos de desidratação, filtragem e queima para evitar a transmissão de doenças;
• Um banheiro com energia solar, já que as células solares geram energia suficiente para processar resíduos e transformá-los em combustível para a eletricidade.

A Fundação adverte que nenhum desses esforços constitui uma ideia perfeita, que resolveria todos os problemas de saneamento do mundo, e novos designs de papel higiênico devem seguir a tendência de renovação para melhorar esse sistema.

Alguns esforços para refazer o banheiro já foram por água a baixo, literalmente. Mas a Fundação Gates permanece esperançosa de que uma “inovação radical” pode surgir.

As universidades que receberam financiamento deverão ter protótipos dentro de um ano e estima-se que alguns dos projetos estejam prontos para lançamento em três ou quatro anos. [CNN]

3 comentários

  • Alberto Campos:

    Cada pessoa consome cerca de 40 toneladas de alimentos em média em toda a sua vida. Deixa outros tantos em excrementos, lixo e poluição. Quanto mais a população aumenta, mais estragamos a natureza e ela nem tem tempo de se recuperar. O consumo de água está aumentado. Por mais que economizemos, o consume é muito grande. Os vasos sanitários desperdiçam muita água e tem que ser revistos. Primeiramente temos que limitar a população mundial, para dar uma melhor qualidade de vida para todos.

  • Luiz Fernando Pegorer:

    O Brasil tem capacidade de instalar rede de águas pluviais e de esgotos para todas as cidades. Até porque não é disponibilizada por uma questão de corrupção (para que fazer se ela não aparece? Assim se pavimenta e deixa a enchente chegar).
    O custo da corrupção é grande, enorme, que não mais está anexa ao custo da obra, mas muitas vezes a substitui (faz de conta que faz, mas só fatura).
    O que o projeto parece buscar é um banheiro químico ou um sistema de fossa séptica e sumidouro/ou drenagem em forma “espinha de peixe” como se usa muito. Mas, mesmo nas cidades grandes providas de rede de esgotos e de águas pluviais, como citaria Santos (onde moro) e Campinas (morei) e Uberaba (nasci e me formei) é comum o pedreiro / encanador ligar o esgoto na galeira de águas pluviais e não de esgotos. Em residêcias, o engenheiro não está sempre presente e muitas vezes a obra é feita irregularmente dando uma grana para alguém. Falta fiscalização de condomínios existentes, da atuação do Poder Público municipal que abandonou a fiscalização.
    Também a população precisa ser educada pois muita gente “boa” não sabe disto e não tem a consciência ecológica para e cidadã para cobrar. Por isto o mar de Santos não está bom para balneabilidade: pois os construtores de todos os tempos jogam o esgoto nas galerias de águas pluviais que despejam nos canais que se ligam ao mar e que foram construídos pelo engenheiro civil (sanitarista também, portanto) Saturnino de Brito há mais de 100 anos, para captar águas pluviais somente. Também construiu galerias de esgotos e estações elevatórias para tratamento dos mesmos. Desde os anos 80 já existe também o emissário submarino para jogar o esgoto tratado em correntes marítmas com destino ao alto mar. Falta mesmo consciência ecológica e noções básicas e saneamento básico e saúde pública, que nada tem à ver com medicina.

    • Rafael2:

      E a orientação está entre as medidas simples, mas demandam a educação do povo e reverte em imensos benefícios à coletividade…

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