Viagens e alergias respiratórias não se misturam (talvez sim)

Por , em 12.04.2014
Seu filho não precisa viver em uma bolha por causa de alergias

Seu filho não precisa viver em uma bolha por causa de alergias

Quem não ama tirar uns dias e ir para longe experimentar um lugar diferente, longe das pressões e das preocupações? No entanto para muitos pais planejar uma viagem pode ser ainda mais estressante do que a vida cotidiana quando seus filhos tem alergias respiratórias.

A Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia estima que 40% das nossas crianças possuem alergias respiratórias. 30% de todas as com 6 e 7 anos tem rinite alérgica e 15%, asma. E os números estão crescendo. Entre os sintomas estão:

  • Crises de espirros e/ou coceira no nariz no contato com poeira ou fumaça,
  • Sinusites frequentes assim como gripes e resfriados, sangramento nasal,
  • Chiado na respiração, falta de ar, tosse recorrente e pouca vontade de realizar esportes, etc.

Em mais de uma viagem que fizemos em família meu filho sofreu severas crises de broncoespasmos (chiado), com muita tosse e dificuldade para respirar. Levamos tempo para entender o mecanismo, tivemos que encontrar o médico certo. A maioria deles oferecia tratamentos paliativos — inclusive fez cirurgia de remoção de adenóide e amígdala que não resolveu suas dificuldades — e nenhum buscava a causa do problema. Caso você ou seu filho exiba sintomas de alergias respiratórias consulte um bom médico que peça exames específicos para descobrir qual o componente alergênico que causa a reação. Insista nisso ou procure outro profissional que o faça. Siga o tratamento a risca e consulte o médico com freqüência caso seu problema seja crônico.

No caso do nosso rebento os culpados pelas reações eram os ácaros, mais precisamente as fezes dos ácaros. A maioria de nós respira o cocô destes bichos sem problema (mesmo sendo nojento pensar nisso), mas eles podem desencadear reações alérgicas em certas pessoas. Outros são alérgicos a esporos de fungos (mofo), pelos de animais, etc.

Viajando com um alérgico

Por mais terrível que seja ver um filho sofrendo algo evitável nós não deixamos de curtir lugares novos pelo mundo por causa destas experiências, mas aprendemos a nos prevenir. Antes de reservarmos a estadia procuramos um apartamento hipoalergênico, isto é, um local especialmente preparado para receber pessoas com alergias respiratórias. Mas eles são tão raros quanto moscas brancas por aqui.

O próximo passo quando não encontramos um é ligar para locais potenciais e nos certificarmos que:

  • Não possui carpete
  • Que removam os tapetes, plantas, estofados e almofadas de tecido permeável
  • Lavem, aspirem ou removam cortinas de tecido
  • Troquem os colchões e travesseiros por novos em nossa chegada, alguns hotéis realmente fazem isto

Quando sabemos de antemão que o local para o qual vamos não pode atender a estas solicitações nós levamos todo o bazar de casa, capas de colchões e travesseiros, quando a viagem é de carro. Quando são viagens mais longas temos que comprar tudo novo no comércio local. Sim, já deixamos travesseiros novos em pousadinhas por aí. Mas ainda é um preço baixo para vermos nosso guri feliz e saudável saltando por aí.

Entenda melhor estes problemas com o Dr. Orlei Kantor Jr., pneumologista e pediatra:

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