A vida secreta da água-viva chapéu-de-flor

Por , em 21.07.2014

Durante décadas, a água-viva chapéu-de-flor (Olindias formosa) conseguiu manter o início de sua vida um segredo. Habitantes do Pacífico Oeste, ao sul do Japão, esses seres impressionam na vida adulta, quando ostentam um ninho de tentáculos fluorescentes que se parecem com serpentinas, mas, na realidade, escondem um ferrão desagradável.

Na tentativa de descobrir como é a infância destes animais, aquaristas tentaram, sem sucesso, criá-las em tanques. Agora, porém, Wyatt Patry, aquarista sênior do Aquário da Baía de Monterey, na Califórnia, Estados Unidos, e seus colegas, relatam que finalmente conseguiram criar uma destas águas-vivas em cativeiro. Em um novo estudo, os pesquisadores descrevem o ciclo de vida da espécie, de ovo a larva, a pólipo com um único tentáculo, a medusa jovem, até chegar à fase adulta. Os resultados foram publicados em junho no “Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom”.

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Em tentativas anteriores, os cientistas concluíram que estavam perdendo algum elemento necessário para a reprodução das medusas. Em 2012, a equipe tentou novamente, mantendo os grupos de água-viva chapéu-de-flor em pequenos tanques com redes que mantinham as criaturas longe da parte inferior dos aquários, onde detritos em decomposição e pedaços de peixe meio comidos se acumulavam. A equipe não sabe exatamente no que acertou, mas, durante a manutenção de rotina, foram descobertos pólipos fluorescentes de águas-vivas ligados à malha de arame, que brilhavam sob luz azul. A partir daí, puderam acompanhar todo o restante do ciclo.

Patry espera que a nova informação possa ajudar os pesquisadores a observarem a espécie na natureza e prever quando e onde a floração das águas-vivas pode afetar banhistas. A água-viva chapéu-de-flor mata e come peixes inteiros e seu veneno é poderoso o suficiente para causar uma erupção cutânea dolorosa em seres humanos. [LiveScience 1, LiveScience 2]

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