A ciência vira arte no Wellcome Images Awards 2015

Por , em 16.03.2015
Distribuição de metabólitos em um rim de rato, por Jefferson Brown, Robert Marc, Bryan Jones, Glen Prusky, Nazia Alam, da Universidade de Utah (EUA)

Distribuição de metabólitos em um rim de rato, por Jefferson Brown, Robert Marc, Bryan Jones, Glen Prusky, Nazia Alam, da Universidade de Utah (EUA)

Desde que foram desenvolvidos pioneiramente por Robert Hooke há 350 anos, microscópios têm estendido a nossa visão. No século XXI, a microscopia eletrônica de varredura (MEV) e a microscopia confocal, que usa um pinhole para remover luz fora de foco e permite que estruturas 3D sejam construídas a partir de várias imagens, têm empurrado os limites da resolução. Indo ainda mais longe, os nanoscópios que usam fluorescência para contornar limitações da MEV já estão ganhando prêmios Nobel.

Celebrando essa arte de laboratório, o concurso Wellcome Images Awards 2015 é uma vitrine das melhores técnicas em imagem científica e, neste ano, a seleção de vencedores nos possibilita um vislumbre rico em um mundo normalmente invisível para o olho humano.

Confira abaixo algumas explicações do que as imagens retratam:

Com o aperfeiçoamento de uma tecnologia para geração de imagens do metabolismo das células, o grupo conseguiu visualizar diferentes moléculas pequenas no rim de um rato fazendo com que elas se colorissem em reações nos microscópios. Na imagem, o ácido aspártico aparece como vermelho, a glutationa como verde e a glutamina como azul.

Depósito liberador de drogas em pulmões de rato, por Gregory Szeto, Adelaide Tovar, Jeffrey Wyckoff, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA)

Depósito liberador de drogas em pulmões de rato, por Gregory Szeto, Adelaide Tovar, Jeffrey Wyckoff, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (EUA)

A imagem mostra partículas micrométricas de drogas (vermelho) em pulmões de rato (azul esverdeado) e foi usada em estudos do caminho que as drogas fazem no órgão.

Células de Purkinje e árvore dendrítica no córtex cerebelar de um rato, por Michael Hausser, Sarah Rieubland e Arnd Roth, da University College London (Inglaterra)

Células de Purkinje e árvore dendrítica no córtex cerebelar de um rato, por Michael Hausser, Sarah Rieubland e Arnd Roth, da University College London (Inglaterra)

Esta é uma imagem de uma única célula de Purkinje do cerebelo capturada usando um microscópio eletrônico de varrimento com feixe focalizado de íons, relativamente novo para a biologia. Ela revela a incrível riqueza e complexidade da árvore dendrítica de um tipo de célula importante (o processo efetuado pelas células de Purkinje é crucial para os movimentos aprendidos precisamente cronometrados); mas também exibe uma beleza etérea.

Célula de astrócitos do cérebro absorvendo nano-agulhas de carbono, por Khuloud Al-Jamal, Serene Tay e Michael Cicirko, da King’s College London (Inglaterra)

Célula de astrócitos do cérebro absorvendo nano-agulhas de carbono, por Khuloud Al-Jamal, Serene Tay e Michael Cicirko, da King’s College London (Inglaterra)

A barreira hemato-encefálica é uma camada protetora de células que regula a entrada de moléculas no cérebro. Apesar de agir como um mecanismo de proteção, também atua como uma barreira para a entrega de drogas terapêuticas para o cérebro. Os astrócitos, células da glia especializadas em apoiar e proteger, superam os neurônios em mais de cinco vezes. Tumores astrocitários são o tipo mais comum de câncer do cérebro. Nos últimos 40 anos, têm surgido sistemas de fornecimento de medicamentos para tratar esses cânceres e um exemplo de veículo transportador de medicamento é um nanotubo de carbono. A imagem mostra uma célula de astrócitos (na cor marrom), com um diâmetro de cerca de 20 micrômetros, capturada no processo de absorver os nanotubos de carbono (cor verde).

Sistema nervoso em uma larva da mosca de fruta, seção serial , por Albert Cordona, líder do Grupo Janelia, do Instituto Médico Howard Hughes (EUA)

Sistema nervoso em uma larva da mosca de fruta, seção serial, por Albert Cordona, líder do Grupo Janelia, do Instituto Médico Howard Hughes (EUA)

Essa imagem mostra o sistema nervoso da larva de uma das cobaias favoritas da ciência, a mosca da fruta.

Micrografia eletrônica de varredura do olho de um mosquito, por Kevin Mackenzie, do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Aberdeen (Escócia)

Micrografia eletrônica de varredura do olho de um mosquito, por Kevin Mackenzie, do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Aberdeen (Escócia)

Mal parece um olho, mas é.

Sinapse imunológica da célula exterminadora natural, Nele Dieckermann e Nicola Lawrence, da Universidade de Cambridge (Inglaterra)

Sinapse imunológica da célula exterminadora natural, Nele Dieckermann e Nicola Lawrence, da Universidade de Cambridge (Inglaterra)

A célula exterminadora natural do nosso sistema imunológico está na linha de frente da nossa resposta imune, sendo implantada rapidamente pelo corpo para combater infecções ou tumores em crescimento.

Nem tão microscópicos

Os fotógrafos também podem capturar o que podemos ver a olho nu. Por exemplo:

Mulher idosa com cifose (curvatura da coluna vertebral), por Mark Bartley, da Universidade Cambridge

Mulher idosa com cifose (curvatura da coluna vertebral), por Mark Bartley, da Universidade Cambridge

Cifose é um aumento do ângulo de uma das curvaturas da coluna, que causa corcundez.

Retículo (câmara de estômago), por Michael Frank, da Royal Veterinary College (Inglaterra)

Retículo (câmara de estômago), por Michael Frank, da Royal Veterinary College (Inglaterra)

Se você nunca comeu buchada, mas já se perguntou como é um estômago por dentro, aqui está uma imagem de um tirado de uma cabra. [Science 20]

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