Yoga é a panaceia que muitos acreditam? Descubra aqui!

Por , em 31.03.2014

Mesmo sem nunca tê-la praticado, são grandes as chances de você ter ouvido coisas boas sobre o yoga. Sim, o yoga é capaz de te fazer relaxar e emagrecer – basta olhar para os corpos de algumas celebridades que cantam louvores ao exercício. Cada vez mais, é creditada ao yoga a capacidade de cura de várias condições médicas.

Mas o yoga é a panaceia que muitos acreditam que ele seja?

Sim e não, dizem os especialistas. Apesar de o yoga certamente não poder curar todos os males da humanidade, sua prática de fato oferece alguns benefícios significativos. “O yoga é ótimo para a flexibilidade, força, postura e equilíbrio”, conta Rachel Rohde, porta-voz da Academia Americana de Cirurgiões Ortopédicos e cirurgiã ortopédica em Michigan, Estados Unidos. “O yoga também pode ajudar no alívio de uma grande diversidade de problemas e dores músculo-esqueléticas, mas eu não diria que cura qualquer condição ortopédica”, completa.

A maioria dos praticantes, entretanto, considera que o yoga é muito mais do que apenas construção muscular ou força. “Um dos problemas é que as pessoas pensam no yoga apenas como um exercício físico e tentam fazer as posições mais fisicamente difíceis que conseguem”, explica Ruby Roy, médica especialista em doenças crônicas do Hospital Infantil La Rabida, em Chicago, Estados Unidos, e também instrutora de yoga. “Este comportamento pode ou não ajudá-lo, mas também pode prejudicá-lo”, observa ela.

“Quando praticado direito, o yoga pode ajudá-lo. Um dos objetivos principais é o relaxamento. Sua frequência cardíaca e sua pressão arterial devem ser menores quando você terminar uma aula e você nunca deve estar com falta de ar”, recomenda a médica. Roy conta que ela usa muitos dos princípios do yoga, especialmente os aspectos da respiração, para ajudar as crianças internadas a dormir, além de reduzir a ansiedade e auxiliar na recuperação de transtornos de estresse pós-traumático, ou para condições como asma e autismo ou ainda para apoio e controle da dor durante procedimentos.

Bess Abrahams, terapeuta de yoga no Hospital Infantil de Montefiore, em Nova York, EUA, também usa yoga para ajudar crianças que estão no hospital especialmente para tratamento de câncer e outras doenças graves. “Fisicamente, o yoga ajuda a fortalecer os músculos que foram enfraquecidos pela falta de movimento, enquanto o alongamento contribui com a tensão muscular. Os movimentos do yoga também auxiliam no desconforto de estar deitado na cama ou após um procedimento”.

De acordo com o Centro Nacional dos EUA de Medicina Complementar e Alternativa, os resultados de pesquisas médicas sobre yoga não são uma unanimidade, embora a maioria das conclusões tendem a ser mais positivas do que negativas. De uma maneira geral, os pesquisadores descobriram que o yoga melhora a qualidade de vida, reduz o stress, a ansiedade, a insônia, a depressão e a dor nas costas.

Diversos estudos ainda comprovaram que o yoga diminui a frequência cardíaca e a pressão arterial. Os resultados também apontam para uma melhora no condicionamento físico, na força e na flexibilidade de quem pratica yoga, segundo informações do Centro de Medicina Alternativa. Por outro lado, as pesquisas não encontraram ligação entre o yoga e alguma melhora clínica para a asma. E os estudos sobre a artrite, por sua vez, produziram resultados variados, não sendo possível ainda confirmar a eficácia do yoga nestes casos.

Especialistas da área de saúde notam, contudo, que o yoga deveria ser considerado uma terapia complementar, e não um substituto para tratamentos médicos tradicionais. Se você tem pressão arterial elevada, por exemplo, o yoga pode ajudar a baixá-la um pouco, mas você ainda precisa tomar a medicação conforme prescrita pelo seu médico.

A boa notícia é que o yoga é uma atividade muito segura. As três especialistas a consideram uma grande ferramenta para as crianças. “O yoga é uma ótima maneira de se relacionar com o seu filho e para que ele desenvolva uma percepção de individualidade corporal”, diz Abrahams. Roy e Rohde concordam que o yoga poderia ser um complemento muito útil para aulas de educação física, se ensinado corretamente.

Algumas pessoas – incluindo mulheres grávidas e pessoas com pressão arterial elevada ou glaucoma – podem precisar modificar posições para reduzir a possibilidade de lesões. “É importante começar em uma classe iniciante e dar pequenos passos no início. Não se sinta como se estivesse competindo com o resto das pessoas da classe”, recomenda Rachel Rohde.

Mas se o yoga traz tantos benefícios assim para a saúde, por que mais médicos não o prescrevem para seus pacientes? Roy atribui este fato principalmente à falta de consciência dos potenciais benefícios. Segundo ela, porém, esta situação já está mudando. “Cada vez mais médicos estão se tornando conscientes do yoga e da conexão mente-corpo no que se refere às questões médicas”, comenta Roy. “Está se tornando uma prática muito mais aceitável agora encaminhar paciente para acupuntura, massagem terapêutica e outras terapias complementares”, afirma. [Medical Xpress]

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