Cientistas encontraram um “super anticorpo” da gripe, chamado FI6, que pode lutar contra todos os tipos de vírus da gripe A (gripe suína) que causam doenças em humanos e animais.
Usando um método novo, que olhava para uma grande porção de coisas a procura de “uma agulha no palheiro”, os pesquisadores conseguiram identificar um anticorpo de um paciente humano que neutraliza dois grupos principais de vírus da gripe A.
Embora esse seja um passo inicial, é um dos mais importantes para desenvolver uma vacina universal contra a gripe.
Atualmente, os fabricantes de vacina tem que mudar as formulações de suas injeções contra a gripe todos os anos, para se certificar de que elas protegem contra as cepas do vírus em circulação (que mudam).
Este é um processo complexo que leva tempo e dinheiro. Sendo assim, a meta é chegar a uma vacina contra a gripe universal que poderia proteger as pessoas de todas as estirpes de gripe durante décadas, ou mesmo para a vida toda.
As altas taxas de gripe sazonal e a imprevisibilidade de possíveis pandemias futuras (como da gripe suína) sublinham essa necessidade de melhores tratamentos que visam todos os vírus de gripe.
No estudo, os pesquisadores explicam que, quando alguém é infectado com o vírus da gripe, os seus anticorpos têm como alvo a proteína hemaglutinina do vírus. Como essa proteína evolui rapidamente, existem atualmente 16 diferentes subtipos da gripe A, que formam dois grupos principais.
Os seres humanos costumam produzir anticorpos para um subtipo específico, e novas vacinas são feitas a cada ano para coincidir com estas cepas.
Para fazer progresso em direção a uma vacina universal que poderia ser usada todo ano, os cientistas precisam identificar as assinaturas moleculares que provocam o desenvolvimento de anticorpos neutralizantes.
Trabalhos anteriores descobriram anticorpos que funcionam contra vírus do Grupo 1 da gripe A, ou contra a maioria dos vírus do Grupo 2, mas não contra os dois ao mesmo tempo.
A nova equipe desenvolveu um método usando cristalografia de raios-X para testar um grande número de células do plasma humano, aumentando as chances de encontrar um anticorpo mesmo que fosse extremamente raro.
Quando os cientistas identificaram o FI6, o injetaram em camundongos e furões e descobriram que o anticorpo protegeu os animais contra a infecção causada pelos dois grandes grupos de vírus da gripe A.
O F16 é o primeiro e único anticorpo que tem como alvo todos os subtipos conhecidos do vírus da gripe A, portanto representa uma importante opção de tratamento.[Reuters]