Isso acontece quando você presta mais atenção no corpo humano e acaba vendo-o como ele realmente é: bizarro. O mesmo vale para o resto de nossas características. Não reparamos no porquê de certas coisas nos fazerem fechar os olhos, gritar histericamente e bater na mesa ao mesmo tempo – também conhecido como risada – nem no fato de passarmos um terço de cada dia em um estado de repouso muito parecido com a morte chamado de sono. Com um pouco de reflexão, estes comportamentos parecem, sim, verdadeiramente bizarros.
Confira a lista de 10 coisas cotidianas – mas muito estranhas – que fazemos o tempo todo, e por que as fazemos.
Como é estranho a tristeza fazer com que água transborde dos nossos olhos! Entre todos os animais, só nós choramos lágrimas de emoção.
O choro não só serve ao propósito de comunicar sentimentos de angústia – ou de felicidade. Cientistas acreditam que as lágrimas também carregam certos hormônios indesejáveis e outras proteínas que são produzidas durante os períodos de estresse para fora do nosso corpo, o que pode explicar o efeito de bem-estar após um “bom choro”.
Soluços são espasmos involuntários do diafragma – a membrana muscular do peito, figuras importante na respiração. Esse comportamento bizarro – e completamente comum – acontece quando o músculo fica irritado, às vezes pela presença de muita comida no estômago às vezes pela falta dela.
Estranhamente, no entanto, os soluços são tão inúteis quanto irritantes – eles não possuem nenhum propósito aparente. Uma hipótese sugere que podem ser resquícios de um reflexo primitivo de sucção. Seja qual for a antiga função, atualmente os soluços são apenas um grande incômodo. Para se livrar deles, há quem se valha de uma variedade de remédios populares criativos. Levar um susto, prender a respiração, virar um copo d’água inteiro… e por aí vai.
Passamos cerca de um terço de nossas vidas dormindo. Nenhum ser humano pode ficar sem ele por mais de um punhado de dias, e ainda assim o sono continua sendo uma das atividades menos compreendidas dos seres humanos.
Essa grande pausa diária permite uma série de “trabalhos de manutenção” do corpo, desde a produção mais intensa de substâncias químicas usadas durante as horas de vigília à auto-organização dos neurônios dos cérebros em desenvolvimento. O sono REM, com sua alta atividade neuronal, ocorre durante mais tempo a cada noite nos períodos de crescimento do cérebro.
Várias teorias apontam para o sono como um estado vital para a memória e a aprendizagem. Pode ajudar a enraizar as memórias em um armazenamento a longo prazo – e também pode simplesmente dar às nossas atividades mentais, tão requisitadas durante o dia, um merecido momento de descanso.
Ok, tecnicamente falando morrer não é uma atividade diária. No entanto, milhares de pessoas morrem todos os dias. Por quê?
Morremos porque nossas células morrem. Embora elas se substituam de vez em quando durante mais de 70 anos, elas não conseguem fazê-lo para sempre. Dentro de cada célula, os telômeros, no final dos nossos cromossomos, contêm a informação genética que é cortada a cada divisão celular. Os telômeros começam com material suficiente para aguentar várias “tesouradas”. Porém, eventualmente, o comprimento se torna curto demais, as informações se perdem e, consequentemente, as células não se dividem mais.
Os cientistas estão trabalhando para prolongar a vida dos seres humanos e eles acreditam ser possível algum dia dobrar a expectativa de vida média.
Você já parou para pensar como nossos olhos produzem uma visão 3D?
É realmente um truque mental (três truques, para ser exato). Em primeiro lugar, nosso cérebro utiliza a “disparidade binocular”- a pequena diferença entre as imagens vistas pelo nosso olho direito e pelo esquerdo. O órgão, portanto, usa duas versões distorcidas de uma cena para reconstruir sua profundidade.
Para um objeto perto, o cérebro registra a “convergência” dos nossos olhos, ou o ângulo que eles percorrem até fixar o foco no objeto, e decidir quão longe ele está.
Ao olhar para as coisas em movimento, nós inconscientemente medimos sua distância. Essa é a diferença na velocidade na qual objetos mais perto e mais longe parecem se movimentar enquanto você passa por eles.
É batata. Diante de uma situação vergonhosa ou constrangedora, você fica vermelho(a), ou corado, ou ruborizado, como queiram. Acontece que a reação é uma resposta humana universal à atenção social. Todo mundo faz isso – alguns mais que outros. Os momentos mais comuns de rubor incluem conhecer alguém importante, receber um elogio e experimentar uma forte emoção em uma situação social.
Biologicamente falando, as veias da face se dilatam, fazendo com que mais sangue flua em suas bochechas e produza uma pele rosada. No entanto, os cientistas ainda desconhecem a razão pela qual tudo isso acontece ou qual sua função prática – além de, claro, nos envergonhar ainda mais.
Quando você pensa sobre isso, é estranho que a troca de cuspe pareça tão romântica assim. Acontece que se trata de um instinto biológico.
Beijar permite às pessoas usar o olfato e o paladar para apreciar um ao outro como parceiros potenciais. A respiração e a saliva das pessoas transmitem sinais químicos para saber se eles estão sadios ou doentes, e, no caso das mulheres, se estão ovulando – todas as mensagens importantes para os potenciais parceiros na reprodução.
Além disso, a pele ao redor do nariz e da boca das pessoas é revestida com óleos que contêm feromônios, substâncias químicas que fornecem informações sobre a composição biológica de quem se está beijando. Quando as pessoas pegam os feromônios uns dos outros durante um beijo, elas inconscientemente se sentem mais ou menos sexualmente atraídas, dependendo do que é detectado.
Juntamente com os sinais químicos trocados durante os beijos, os psicólogos também acreditam que o ato físico de beijar ajuda a unir casais. Esta teoria é apoiada pelo fato de que os níveis de oxitocina – um hormônio que aumenta a sensação de amor, sociabilidade e confiança – transbordam no cérebro duranto um beijo.
Tudo o que comemos ou bebemos nos dá gases. De fato, é normal liberar em forma de pum quase uma garrafa pet inteira (1,9 litros) de gás a cada dia.
As flatulência perfumada, no entanto, vêm de colônias de bactérias localizadas dentro do nosso trato intestinal. No processo de converter os alimentos em nutrientes úteis, estes micróbios “mastigadores” produzem um subproduto fedorento de gás sulfídrico, o mesmo cheiro que emana de ovos podres.
Assim como o resto de nós, as bactérias preferem comer alimentos açucarados. Os tipos de açúcar naturalmente presentes no leite, nas frutas – e claro, no feijão – produzem a maioria de peidos.
Você ouve uma piada e ela vem seguida de uma sensação engraçada: você é subitamente tomado pelo desejo de gritar em espasmos, continuamente. Rir é estranho. Por que fazemos isso?
Psicólogos acreditam que essa resposta comportamental serve como um sinal para os outros, espalhando emoções positivas, diminuindo o estresse e contribuindo para a coesão do grupo. Por esses mesmos motivos, chimpanzés e orangotangos também sorriem e riem durante suas interações sociais.
Muitos supõem que rir evoluiu de ofegar. Quando nossos ancestrais pré-humanos lutavam como brincadeira uns com os outros, eles ofegavam tanto que acabaram “criando” a risada. Estranho? Sim. Mas risadas são estranhas.
Não é tão estranho assim que pisquemos: a atividade que dura um décido de segundo retira as partículas de poeira da superfície do olho e espalha fluidos lubrificantes espalha por todo o globo ocular. O que é estranho, porém, é que deixamos de perceber o mundo e mergulhamos na escuridão a cada dois segundos!
Os cientistas descobriram que o cérebro humano tem um talento para ignorar o apagão momentâneo. O próprio ato de piscar suprime a atividade em várias áreas do cérebro responsáveis pela detecção de alterações ambientais, de modo que você sente o mundo ao seu redor se forma contínua, sem o apagão momentâneo. [Life’sLittleMysteries]