Um relatório divulgado pela rede WWF em parceria com a Sociedade Zoológica de Londres no último mês de setembro aponta que 50% dos animais do mundo foram extintos nos últimos 40 anos. Enquanto isso, o número de seres humanos praticamente duplicou no mesmo período: de 3,5 bilhões para 7,2 bilhões de pessoas no mundo.
Confira dez animais pouco conhecidos que estão em vias de extinção:
10. Axolete
O Axolete tem um simpático sorriso e guelras externas que parecem um cabelinho. Conhecido como peixe mexicano que anda, ele é na realidade uma salamandra neoténica. A neotenia acontece quando um animal mantém suas características da fase larval na vida adulta.
Ele vive em dois lagos no México e passou a correr perigo com a poluição causada pelo aumento da urbanização da Cidade do México. Os lagos são chamados Chalco e Xochimilco.
Além de muitos deles terem morrido por conta da poluição, a venda ilegal dos animais como bichos de estimação também contribui para a sua extinção.
9. Cabra-selvagem-paquistanesa
Esta cabra de porte grande é encontrada na Ásia Central, na região montanhosa que vai do Afeganistão aos Himalaias.
Os machos têm enormes chifres espiralados que podem ter até 1.5 metro de comprimento. Os chifres funcionam como uma espada para a cabra se defender de outros animais, mas é justamente esta bela característica que contribuiu para a redução de sua população. Os chifres são considerados troféus por caçadores e por vendedores ilegais, além de serem utilizados na medicina alternativa.
As ações de proteção ao animal, porém, estão surtindo resultado. Na última década, houve um aumento de 20% na população de cabara-selvagem-paquistanesa, e ele passou a ser considerado um animal ameaçado ao invés de animal em perigo.
8. Antílope saiga
Este antílope com nariz único percorre as estepes e campos da Ásia central, como o Cazaquistão. Seu nariz longo ajuda a manter a areia e poeira longe dos pulmões.
Ela se tornou uma espécie em perigo rapidamente. A população tem sido dizimada desde 1990, passando de mais de um milhão de grupos para apenas 50 mil indivíduos. Isso aconteceu por causa da queda da União Soviética e da falta de regulação de caça que se seguiu a este período. Caçadores também têm grande interesse nos chifres deste animal.
Além disso, um fenômeno muito estranho tem contribuído para a extinção do animal. Em maio de 2015, 134 mil animais morreram subidamente por conta de uma doença causada por um vírus. As mortes foram registradas por uma equipe da BBC que trabalhava na série de documentários Planet Earth II. A equipe, que gravava imagens dos filhotes que haviam acabado de nascer, ficaram chocados ao perceber que os animais morriam aos milhares.
7. Kakapo
Este é o único papagaio que vive no chão, e há apenas 125 indivíduos atualmente. Eles vivem na Nova Zelândia, e costumavam habitar várias ilhas da região, mas agora estão restritos a apenas três delas.
Eles costumavam ser caçados por conta de sua carne e penas, que eram usadas nas roupas. A população passou a declinar rapidamente com a chegada dos Europeus na região.
Os Kakapos são extremamente vulneráveis porque fazem seus ninhos no chão, e os ovos e filhotes podem ser atacados por gatos, ratos e outros animais.
Há uma boa notícia: depois de enormes esforços para conservar a espécie, sua população aumentou 68% desde 1955.
6. Foca de capuz
Atualmente há apenas 650 mil indivíduos desta foca na natureza. Seu território normalmente inclui Noruega, Islândia e Groenlândia.
A diferença entre as focas machos e fêmeas vai muito além de seu tamanho, já que apenas os machos possuem a bexiga inflável localizada entre os olhos e boca. Essa bexiga é na verdade sua cavidade nasal, e pode ter o tamanho de duas bolas de futebol americano. Os machos inflam suas bexigas para afastar outros machos.
Apesar de a população sofrer com caçadas feitas no Canadá, Rússia e Noruega, o maior perigo para eles é a falta de alimento. A pesca excessiva feita por humanos na região tem acabado com os peixes que eles precisam para viver. Por isso, as focas têm sido vistas cada vez mais longe de seu território habitual, procurando por comida.
5. Tartaruga gigante de casco mole de Cantor
Esta é uma espécie de tartaruga de água doce encontrada no sudeste da Ásia, apesar de seu território original ser entre a Índia e Indonésia.
Ela é uma predadora que se esconde, passando a maior parte da vida submersa ou enterrada em areia, com apenas a cabeça de fora, esperando que alguma presa azarada passe por ali.
Ela está em perigo por conta de sua lentidão. A espécie é um alvo fácil para caçadores do mundo todo e é fonte de alimento para moradores da região. Outro problema é que como ela vive na água o tempo todo, pode se machucar ou morrer quando há enchentes ou quando rios são represados.
4. Pangolim
Este é um mamífero que vive na Ásia e na África. O pangolim é o animal mais traficado no mundo, representando 20% de todos os animais vendidos ilegalmente.
Coberto dos pés à cabeça com grandes escamas, ele pode adotar uma forma enrolada semelhante à do tatu-bola quando se sente ameaçado. Ele não tem dentes e se alimenta de formigas, que captura com sua longa língua que é mais comprida que o seu próprio corpo.
Suas escamas, feitas de queratina, são usadas como afrodisíaco e sua carne é popular entre os povos que moram na mesma região que eles. Este é o único mamífero com escamas do mundo.
Há oito espécies de pangolim, sendo que quatro vivem na Ásia e outras quatro na África. Entre elas, algumas correm mais riscos que outras. Na Ásia, são caçadas mais pelas escamas e menos pela carne, enquanto na África a caça tem aumentado recentemente. Duas das oito espécies estão na lista de animais que correm sério perigo de extinção.
3. Manumea
Este pombo gigante é encontrado em apenas um local do mundo: Samoa, na Polinésia Oceania. Ele é famoso por ser o único parente próximo de um dos animais extintos mais famosos do mundo, o Dodo. Seu apelido é “Pequeno Dodo”.
O manumea é a ave-símbolo do país, representado na nota de 20 tala. Apesar de a caça da ave ser proibida no país, sua população está diminuindo, principalmente por conta do desflorestamento causado pela agricultura e também pela devastação causada por ciclones. Espécies externas à região, como ratos e gatos domésticos, também contribuem para que os filhotes morram antes de chegar à vida adulta.
Ha uma notícia boa: um jovem manumea em idade de reprodução foi visto e fotografado pela primeira vez na década em 2014, indicando a possibilidade da existência de uma população jovem que se reproduza.
2. Canguru-arborícola
Muito menos conhecido que seu parente que vive no chão, os cangurus das árvores são geneticamente tão próximos dos cangurus comuns quanto dos wallabys. Existem 13 espécies documentadas dos cangurus-arborícola, mas algumas delas são extremamente raras.
Eles vivem no norte da Austrália, na Indonésia e Papua Nova Guiné, e se alimentam de folhas e frutos. As espécies estão desaparecendo porque são caçadas para virar alimento de seres humanos e também por conta da perda de habitat causada por desflorestamento. Eles se movem lentamente e são sabem se defender de cães e escapar de carros. Muitos deles são atropelados.
Ver esses animais na natureza é muito raro e está se tornando cada vez mais raro.
1. Aie-aie
Este é um primata de Madagáscar com nome científico Daubentonia madagascariensis. Ele vive na floresta tropical do pequeno país e usa seu longo dedo para cutucar troncos de árvores em busca de insetos e larvas suculentas. Para localizá-las, ele usa a audição para detectar movimento. Seus enormes olhos são perfeitos para a noite.
Sua principal ameaça é a perda de habitat, mas há também um motivo muito pior: por causa de seus olhos arregalados, algumas comunidades locais acreditam que ele dá má sorte e que ele deve ser eliminado. [Listverse]