Downloads de filmes e jogos completos em poucos minutos, online banking, conferências via webcam, escritórios virtuais, mapas online, compras sem sair da frente do computador. O acesso à Internet de banda larga está disponível há mais de dez anos e, durante esse tempo, alterou de forma significativa a forma como nos comunicamos, fazemos negócios e nos divertimos. Pense em cada uma dessas facilidades e o velho mundo de Internet discada parecerá estar a anos-luz de distância.
Já estamos acostumados com tudo isso. Mas quais são as contribuições mais estranhas que a banda larga trouxe consigo? Aqui, listamos de que outras maneiras a banda larga mudou o mundo.
Antes da revolução da banda larga, os blogs eram vistos como um domínio estritamente dos geeks. Atualmente, é possível encontrar páginas sobre qualquer assunto que se possa imaginar – e o impacto sociológico disso ainda está sendo mensurado. Se antes os grupos se formavam de acordo com sua proximidade geográfica, agora é possível que nichos espalhados por todo o globo se reúnam e desenvolvam sua própria cultura através da rede. Além disso, ao explorar o ambiente digital, podemos encontrar músicas, filmes e livros que nem sabíamos da existência, o que significa que as pessoas têm acesso a um mundo muito mais diversificado do que antes. As implicações culturais dos nichos são profundas, e a cultura dos blogs se desenvolve a cada dia, de estranhas e maravilhosas maneiras.
Infelizmente, a Internet em alta velocidade propiciou um aumento no número de fraudes online e roubos de identidade. Mais e mais detalhes pessoais são compartilhados na rede a cada dia, fazendo da web um lugar tentador para criminosos. Estima-se que empresas norte-americanas percam cerca de 221 bilhões de dólares por ano com roubos de identidade, e o número tende a aumentar. Sem a proteção adequada, a Internet pode se tornar um ambiente muito perigoso.
Políticos e líderes de todo o mundo devem estar familiarizados com a web, além de serem capazes de atingir seu eleitorado com o clique de um mouse. Blogs políticos ou alimentados por civis podem influenciar os noticiários e a própria sociedade, atingindo uma audiência nunca antes imaginada. O resultado de tudo isso é que, assim como a Internet se torna mais rápida, o mesmo acontece com os cenários políticos. Afinal, qualquer evento pode ser gravado, editado e copiado por quase qualquer pessoa com acesso à rede.
WikiLeaks, a organização sem fins lucrativos que publica documentos anteriormente não disponíveis na Internet, está mudando o mundo dia após dia. Fundada em 2006, o grupo dirigido por Julian Assange teve um enorme impacto nos noticiários e nas políticas públicas de vários países. O fenômeno também nos mostra que, no mundo atual, quase tudo pode ser publicado por quase todos – e potencialmente em grande escala. A organização ocasionou o vazamento de vários escândalos políticos, muitos dos quais você não teria ouvido falar sem a ferramenta.
Assim como a Internet, hackers e vírus online estão se desenvolvendo de forma veloz e sofisticada. O acesso à banda larga tem aumentado a vulnerabilidade de muitos usuários a um “ataque cibernético”, e a segurança na rede se tornou uma preocupação global, tanto para os usuários comuns quanto para governos. Recentemente, o worm de computador Stuxnet atacou a Usina Nuclear de Bushehr, no Iraque. Acredita-se que o worm tenha infectado mais de 45 mil redes em todo o mundo, o que seria impensável na época da Guerra Fria.
A computação “em nuvem” (cloud computing) – sistema pela qual a informação é armazenada em servidores compartilhados e interligados na Internet, ao invés das formas tradicionais de armazenamento de dados – é inconcebível sem a banda larga. Com o desenvolvimento da tecnologia, se torna cada vez mais desnecessário o armazenamento de arquivos e programas em nossos computadores pessoais. Sites como Facebook, Twitter, Amazon e serviços como o Google Docs já contam com a computação em nuvem em seu núcleo. As implicações do sistema são monumentais, sendo definidas pelo CEO da Microsoft, Steve Ballmer, como “a próxima fronteira”.
Se 2007 foi o ano do Facebook e 2009 o ano do Twitter, 2010 pertence ao Chat Roulette. O serviço online, que lhe permite conversar com um completo estranho através da webcam, chegou às manchetes pelas razões erradas, quando várias fontes questionaram a moralidade de um site que permite aos seus usuários conversar com jovens e demais pessoas vulneráveis. Outros, no entanto, notaram o aspecto positivo do Chat Roulette, elogiando o seu apelo global. O que é inegável é que o site é um dos frutos da banda larga, colocando você em contato com alguém que nunca conheceu.
As novas tecnologias não estão imunes ao lado sombrio da condição humana. Com o advento da banda larga, uma das tendências preocupantes é o de suicídios via Internet, quando grupos de pessoas discutem ou fazem pactos de suicídio juntos. Vários apelos têm sido feitos para o fechamento de sites que promovam o ato. As implicações perturbadoras do “suicídio ao vivo” via Skype, ou suicídios registrados e enviados para o YouTube também são mencionados. Felizmente os casos são raros, mas servem como um alerta de que junto com a comunicação de massa, vem a responsabilidade com as pessoas vulneráveis e facilmente influenciáveis.
Seja flertando no Facebook ou marcando um encontro às escuras através de sites de anúncios, a Internet banda larga mudou a forma como nos relacionamos. Existem diversas formas de conhecer e interagir com outras pessoas, todas verdadeiramente novas.
Além das operações para o policiamento da própria Internet, as autoridades contam com o ambiente digital como um poderoso instrumento para a resolução de crimes. Nossas atividades na rede deixam um rastro, que os investigadores são capazes de rastrear como pegadas de neve. Mas não se preocupe: se você não tem nada a esconder, então não há nada a ser encontrado. [Broadband Expert]