Protestos políticos – sejam eles violentos ou pacíficos – têm um passado rico, com variados graus de sucesso. Confira abaixo dez protestos políticos significativos na história que aconteceram ao longo dos séculos, desde a Reforma Protestante até a recente Revolução Laranja:
A Reforma Protestante começou como a única movimentação calma e ordenada dessa lista, com Martinho Lutero pregando um tratado feito por ele sobre os abusos do catolicismo na porta de uma igreja alemã, em 1517. No entanto, a continuação do movimento envolveu muito sangue e lágrimas. Afinal, não seria tão fácil querer mudar a atitude religiosa da época…
Esse ato de 14 de julho de 1789 marcou o início da Revolução Francesa e foi muito importante para impulsionar a década em que os franceses se rebelaram contra a monarquia. Naquele dia, uma multidão de parisienses desceu sobre a Bastilha – o símbolo da autoridade real e excessos – decapitando o governador da região, o marquês de Launay.
Em protesto contra a proibição da extração de sal na Índia colonial imposta pelos britânicos, Gandhi trilhou quase 400 quilômetros para coletar seu próprio sal. Mais de 60 mil pessoas, incluindo o próprio Gandhi, foram presos por participar dessa marcha. Mas, para a tristeza dos britânicos e de seus interesses, o resto do mundo simpatizou com a causa da Índia.
Apesar do nome curioso, a Festa do Chá de 1773 não foi um evento muito divertido como o nome pode supor. Na realidade, foi uma reação amarga aos novos impostos taxados pelos britânicos. Ao longo de três horas em 16 de dezembro, mais de 100 colonos entraram secretamente em três navios britânicos e despejaram 45 toneladas de chá na água. O protesto foi um precursor essencial para a Revolução Americana.
Nelson Mandela organizou essa grande parada anti-apartheid em 1950, em retaliação a um novo projeto de lei que permitia que o governo investigasse qualquer partido político ou organização. Em 26 de junho, milhares de sul-africanos ficaram em casa e não foram trabalhar, uma tática que foi usada várias vezes na década seguinte. 26 de junho foi comemorado como o Dia Nacional da Liberdade na África do Sul até 1994.
A histórica frase de Martin Luther King “Eu tenho um sonho!” (no original, “I Have a Dream!”) foi proferida em agosto de 1963 para promover a igualdade racial nos Estados Unidos durante essa marcha. Mais de 200 mil manifestantes se reuniram pacificamente no Lincoln Memorial, localizado em Washington. Esse evento pressionou o presidente Kennedy fazendo com que ele elaborasse as leis de direitos civis.
Pelo menos um milhão de pessoas – principalmente estudantes lutando por uma reforma democrática – ocuparam pacificamente a Praça da Paz Celestial por sete semanas, até que militares chineses inesperadamente chegaram com tanques para mandar as pessoas para fora. Estima-se que várias centenas de manifestantes tenham sido mortos na cidade, atraindo duras críticas da comunidade internacional.
A divisão de concreto que separou o lado oriental do ocidental de Berlim por 28 anos foi abaixo depois de dois meses de protestos públicos que ocorreram por toda a Alemanha. A pressão para derrubar o muro começou a crescer como nunca em 1989 e essas manifestações foram a gota d’água para o governo da Alemanha Oriental, que finalmente abriu suas portas no dia 9 de novembro.
Milhões de pessoas de todo o mundo se reuniram em protestos antiguerra nos meses que antecederam a invasão dos Estados Unidos no Iraque, que seguiu em frente em 2003, apesar das críticas. A maior manifestação aconteceu em Londres, quando pelo menos um milhão de pessoas se reuniram no que se acredita ser a maior manifestação que já aconteceu na história política do Reino Unido.
No final de 2004, centenas de milhares de pessoas inundaram a praça principal de Kiev, capital da Ucrânia, para protestar contra o resultado das eleições presidenciais. O movimento continuou por 12 dias mesmo depois de granizo e neve, até que o resultado da eleição foi invertido e colocaram o candidato da oposição – cujo partido é representado pela cor laranja – no cargo. [LiveScience]
Bônus
Confira também 5 revoltas e protestos que marcaram a história brasileira:
Também conhecida como Guerra dos Farrapos, essa foi uma revolta contra o governo imperial do Brasil, que se iniciou em 1835 e foi até 1845. A revolução teve caráter separatista e deu origem a República Rio-Grandense. As tropas imperiais conseguiram fazer frente aos revoltosos que, devido à participação popular, ficaram conhecidos como farrapos. O fim da revolução aconteceu com um acordo que concedeu anistia geral aos revoltosos, o saneamento das dívidas dos governos revolucionários e a libertação dos escravos que participaram da revolução.
Em 1904 ocorreu essa revolta de curioso nome no Rio de Janeiro, durante o início do período republicano. Tudo começou quando milhares de pessoas pobres foram desalojadas à força, sendo obrigadas a ir morar em favelas. Ao mesmo tempo, foi aprovada uma lei que permitia que as pessoas recebessem vacina à força para erradicar a varíola. A população revoltada rejeitou a vacinação iniciando a revolta.
A Coluna Prestes foi um movimento político-militar que começou em 1925 e foi até 1927. Ele foi decorrente da insatisfação com a República Velha, exigiu o voto secreto, defesa do ensino público e a obrigatoriedade do ensino primário para todos os brasileiros. Na marcha pelo Brasil, os integrantes da Coluna Prestes – comandados por Miguel Costa e Luís Carlos Prestes – também denunciaram a miséria da população.
Mais de 1,5 milhão de pessoas se reuniram para declarar apoio a esse movimento que reivindicou eleições presidenciais diretas no Brasil. O movimento que se espalhou por grandes cidades de todo o país aconteceu entre 1983 e 1984.
O movimento surgiu pela revolta da população com as denúncias de corrupção no governo de Fernando Collor de Mello, que renunciou seu mandato em dezembro de 1992. Seu vice Itamar Franco ocupou o lugar e Collor ficou inelegível durante 8 anos (até 29 de dezembro de 2000).