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Sentidos animais: 10 surpreendentes que você provavelmente não conhece

Já não é novidade que o pobre ser humano está, com suas limitadas capacidades de visão, audição, olfato, paladar e tato, muito aquém de outras espécies que habitam o planeta. Mas a ciência ainda não conhece totalmente certas habilidades sensoriais no reino animal. Confira dez das mais inusitadas:

10. Sentidos animais: Bico elétrico

Sendo um mamífero que bota ovos e tem bico, o ornitorrinco já é uma exceção em si mesmo. Como se não bastasse, o bico que ele possui é dotado de uma habilidade que não se encontra nem no das aves: senso de eletricidade. O ornitorrinco gosta de caçar pequenos invertebrados no fundo de pequenos rios e lagos. Para dar conta dessa tarefa, ele mergulha na água seu incrível bico, que começa a detectar alterações no campo elétrico causadas pelo movimento dos animais. Assim, localiza suas presas com precisão impressionante.

9.Sentidos animais: Ecolocalização

Como sobrevive um animal noturno, com olhos pequenos e quase inoperantes, que precisa caçar animaizinhos ágeis no escuro para se alimentar? Só mesmo com um sofisticado aparelho de localização por ondas sonoras. Esta é a vida do morcego.

Sua habilidade já é conhecida: ao perseguir uma presa, ele emite ondas e recebe seus reflexos. De acordo com o tempo que o reflexo demora a voltar, ele sabe a que distância está da caça. O que muita gente desconhece é que esse espaço de tempo não é a única referência do morcego. Ele é capaz de julgar o som que chega a seus ouvidos a partir do efeito Doppler, o que o permite saber também a velocidade do pobre animal perseguido. Quase uma covardia.

8. Sentidos animais: Senso infravermelho

O espectro de visão do ser humano é tão limitado que precisamos da tecnologia para detectar comprimentos de onda abaixo do vermelho. Com tal tecnologia, a ciência construiu as modernas “termocâmeras”, que detectam as diferenças de radiação e permitem saber, literalmente, onde está quente e onde está frio.

Este senso de temperatura baseado na radiação é uma habilidade natural de várias espécies de cobras. Ao contrário do que muita gente pensa, no entanto, não é pelos olhos que elas fazem essa distinção, e sim por um equipamento sensorial independente da visão. Logo, elas caçam não baseadas na cor, e sim na temperatura das presas.

7. Sentidos animais: Senso ultravioleta

O modo como as abelhas veem o mundo difere muito do nosso. E neste caso, ao contrário das cobras, a habilidade de detecção radiativa está essencialmente ligada à cor. As abelhas precisam sempre saber onde estão as flores a serem polinizadas. No espectro visual do inseto, as pétalas geralmente aparecem em tons de verde. E os outros componentes vegetais, como caules e folhas, que para nós aparecem em verde, são azuis no olhar de uma abelha. Dessa forma, na oposição entre verde e azul, elas chegam facilmente aonde precisam.

6. Sentidos animais: Magnetismo

A missão de uma abelha é mesmo penosa. Depois de um longo dia de polinização floral, encontrar de volta o caminho para a colméia nem sempre é tarefa das mais fáceis, especialmente quando ela acaba voando longe demais. E não existe nada na colméia em si que ajude a guiar a abelha – ela precisa se localizar geograficamente.

Para tanto, ela conta com outro artifício. Dentro do abdômen de uma abelha, existe um minúsculo anel com partículas de ferro, com o qual ela se situa em relação ao campo magnético da Terra. Pode-se dizer que tal anel opera como uma espécie de bússola.

5. Luz polarizada

Nossos olhos detectam ondas luminosas sem distinção de direção, pois as células foto sensíveis estão dispostas aleatoriamente. Se quisermos enxergar a radiação atravessando um único plano, precisamos de um polarizador. Os polvos enxergam dessa maneira naturalmente. Sua habilidade é fundamental na hora da caça: permite que eles enxerguem certos animais que são praticamente transparentes (para olhos humanos) no fundo do mar.

E como isso funciona? Suas células visuais não estão dispostas por toda a retina, mas sim em uma única linha. Assim, a radiação com a qual um animal quase transparente reflete a luz fica evidente aos olhos de um polvo. E a localização fica muito mais fácil.

4. Sensores no exoesqueleto

Artrópodes se diferenciam por ter o corpo revestido por um exoesqueleto. É como se fosse, para nós humanos, uma armadura. No entanto, por mais conveniente que seja essa proteção, ela levaria a seres como aranhas um sério inconveniente: tiraria a habilidade tátil dos membros. Por essa razão, os aracnídeos contam com um aparelho sensorial instalado por cima do exoesqueleto: pequenas espículas nas pernas, que se tencionam conforme a aranha se move. A partir da tensão em tais espículas, elas conseguem identificar o ambiente situado sob as pernas.

3. Células gustativas

Um nome muito conhecido na pescaria brasileira é dotado de um senso incomum. Pouca gente sabe, mas o famoso bagre (alcunha dada a uma ordem que abrange várias espécies semelhantes de peixe) tem o corpo totalmente coberto de células gustativas. Exatamente: todo o corpo destes peixes é capaz de sentir sabores deixados na água, o que o aproxima de suas presas. É como se o bagre fosse, por inteiro, uma língua.

2. Glândula pineal

Para seres que vivem na luz, a posse de olhos parece fundamental. Mas em animais que há milhões de anos evoluem nas profundezas abissais do oceano, onde quase não há penetração da luz, os olhos perderam a razão de existir. Assim, uma espécie de peixe chamada Astyanax mexicanus subverteu completamente o modo como os animais percebem a luminosidade.

Ele não tem olhos. Para que possa perceber as pequenas variações de luz que o permitem saber se é dia ou noite, achar abrigo e fugir de predadores, ele usa a glândula pineal, situada perto do cérebro. E para que a luz chegue diretamente a essa glândula (o que é necessário, já que não existem olhos), o peixe tem um corpo totalmente translúcido.

1. Olhos de ponto de matriz

Embora haja diferenças importantes entre as espécies, os sistemas visuais de todo o reino animal funcionam mais ou menos na mesma forma no que diz respeito à “técnica” com a qual os olhos captam uma imagem e a levam ao cérebro para ser codificada.

A única exceção para isso é um pequeno crustáceo chamado Copilia quadrata. Este animal tem dois olhos, assim como nós, mas cada olho ocupa quase metade do corpo. No sistema, há duas lentes afastadas ao máximo, uma à frente e a outra no fundo. Por entre elas corre um órgão sensitivo móvel, que forma a imagem que o crustáceo detecta enquanto transita. Este funcionamento ainda é um grande enigma evolutivo, pois não há paralelo em nenhuma outra espécie. [Listverse]

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