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12 documentários que vão mudar a sua vida

Documentários são formas poderosas de contar histórias, de maneira que elas repercutem em nossas mentes através das escolhas de imagem e de narração de artistas habilidosos.

Abaixo, confira uma lista com doze filmes incríveis que vão te fazer refletir sobre muitos aspectos da vida:

“The Act of Killing”, Joshua Oppenheimer


“The Act of Killing” (2012) é um filme parte documentário, parte ficcional que explora as consequências dos massacres na Indonésia. Nomeado para o Oscar, nele, os homens que mataram mais de mil pessoas em um genocídio são convidados a reencenar os seus crimes e, vaidosos, aceitam.

Com evidente senso crítico e muito sangue frio, o documentarista flagra estes homens dirigindo as cenas de seus assassinatos – o ambiente é marcado por sorrisos, danças, música e álcool.

“Salaam Cinema”, Mohsen Makhmalbaf


Em 1995, Mohsen Makhmalbaf anuncia uma chamada de elenco. Milhares de pessoas aparecem e há uma revolta – cada participante canaliza suas preocupações e esperanças no desejo de estar em um filme. Makhmalbaf interage com tais participantes de uma maneira ditatorial, o que torna o filme em última análise sobre poder e autoridade.

O documentarista exige que as pessoas chorem. Uma mulher fica tão frustrada que começa de fato a chorar, então ele diz que ela conseguiu o papel. Ela fica muito feliz, mas depois há a decepção quando percebe que esse era o seu momento na tela. Ela pensou que haveria um roteiro e um filme real para fazer depois. É um documentário tão belo quanto devastador.

“Before the Flood”, Leonardo Di Caprio e Fisher Stevens


Postado no YouTube na íntegra, o documentário “Before the Flood” (2016) expõe o dano que estamos fazendo ao planeta, e projeta um futuro sombrio se não tomarmos ações imediatas sobre o nosso consumo de combustíveis fósseis.

O documentário traz a opinião de alguns dos especialistas mais renomados do mundo, além de visitar as áreas em que a mudança climática é mais evidente e causa maior impacto, como as ilhas do Pacifico e a Groelândia.

“Loss Is to Be Expected”, Ulrich Seidl


O filme foi feito pouco depois da queda do comunismo na Europa Oriental, em 1992, e olha para duas comunidades de ambos os lados da fronteira checo-austríaca. Há um homem idoso na Áustria à procura de uma nova esposa, e ele encontra uma solteira solitária no lado checo da fronteira.

Há cenas incríveis onde eles estão em um encontro e visitam um museu sobre sexo. Ela está muito mais sexualmente confortável que ele, o que é uma fonte de comédia incrível. No geral, o documentário trata do desejo, do amor e do cumprimento de nossas necessidades cotidianas. Além disso, fala sobre a cegueira necessária e voluntária em relação às nossas necessidades mais profundas, pois, em última instância, contemplar essas necessidades é contemplar nossa própria mortalidade.

“La Hora de Los Hornos”, Octavia Getino e Fernando e Solanas


De 1968, Este é um filme furioso sobre o neocolonialismo na Argentina. Ele discute a oligarquia argentina e a exploração em que prosperou de forma tão poética que você se relaciona com o horror da ditadura puramente através de suas emoções.

“Hoop Dreams”, Steve Jame


“Hoop Dreams” (1994) segue dois rapazes afro-americanos muito talentosos em Chicago, que recebem uma bolsa para jogar basquete em uma escola de prestígio predominantemente branca. O filme os segue por cinco anos e é um exemplo espetacular de documentário longitudinal onde você consegue vislumbrar as máquinas da vida. Há uma verdadeira sensação de tempo se desenrolando. As reviravoltas são sutis – nada acontece e, no entanto, o documentário parece incrivelmente dramático porque é muito bem trabalhado e os personagens são lindamente caracterizados.

“The Gleaners and I”, Agnès Varda


Este filme foi feito durante os primeiros dias da câmera digital portátil, em 2000, quando pela primeira vez era possível capturar algo de alta qualidade o suficiente para mostrar em uma tela grande usando uma câmera que caberia na sua bolsa de mão. É um ensaio sobre as pessoas que comem os restos de outras pessoas, no campo ou nas cidades. É muito casual, mas Varda é tão astuta e a qualidade da produção é tal que se torna algo muito bonito, uma meditação sobre a vida.

“Gimme Shelter”, Albert e David Maysles e Charlotte Zwerin


Neste documentário de 1970, você vê os Rolling Stones em turnê cantando sobre simpatia pelo diabo, mas sua postura sobre o satanismo não dá muito certo no festival de música de Altamont. O filme está estruturado como uma história de detetive: começa com um assassinato e volta no tempo. Talvez uma das cenas mais poderosas seja da banda ouvindo uma reprodução de “Wild Horses” no estúdio. É deslumbrante em sua simplicidade. Apesar de parecer ser sobre música, esse filme é realmente sobre um momento no tempo e como as forças das trevas se desencadeiam. É poderoso tanto em sua observação quanto em sua análise, o que é uma combinação rara.

“Waltz With Bashir”, Ari Folman


“Waltz With Bashir” (2008) é um filme sobre memória reprimida e a lembrança de soldados israelenses tentando entender por que estão tendo esses pesadelos. A ideia de usar a animação para transmitir o que está acontecendo dentro de suas cabeças, em sua imaginação, é muito poderosa. Não se torna claro até quase o fim que todos os soldados participaram do massacre do campo de refugiados Sabra e Shatila no Líbano em 1982. E o final do filme inclui uma chocante imagem real: uma mulher lamentando o massacre. É um dos filmes mais pungentes sobre o trauma da guerra.

“Blackfish”, Gabriela Cowperthwaite


Esse filme de 2013 é um exemplo incrível de um documentário que se propõe a mudar algo e é bem sucedido. É sobre Tilikum, uma orca sendo mantida em cativeiro no parque de diversões SeaWorld. Depois do documentário, o SeaWorld anunciou que não mais irá criar orcas em cativeiro ou adquirir novas. Isso mostra como um filme extremamente poderoso pode trabalhar ao lado de campanhas para provocar mudanças.

“Sisters in Law”, Kim Longinotto


“Sisters in Law” (2006) trata de duas mulheres juízas em Kumba, Camarões, que lidam com casos de violência contra mulheres. É difícil mergulhar em outra cultura e em uma língua diferente, mas a documentarista consegue estar no lugar certo e observar e contar a história da melhor forma possível. É um filme brilhante.

“The Queen of Versailles”, Lauren Greenfield


A desigualdade é, obviamente, uma das questões-chave do nosso tempo e este filme de 2012 é um dos melhores a tratar do assunto. Os cineastas seguem uma família americana muito rica, os Siegels, enquanto eles constroem a maior casa dos Estados Unidos – uma mansão na Flórida inspirada em Versalhes. A queda da bolsa acontece, a família perde muito dinheiro e não consegue terminar a construção. O casal tem muitas crianças, que são cuidadas por uma babá filipina. A babá não tem visto seus próprios filhos há anos, porque não pode pagar uma passagem aérea para visitá-los. Uma cena forte é quando o lagarto de estimação das crianças morre porque ninguém o alimenta – eles nem sabiam que tinham um lagarto, de tão sobrecarregados que estavam com seus bens materiais. [TheGuardian]

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