Ícone do site HypeScience

12 mães duronas

Esqueça o estereótipo de dona de casa que vive para manter as coisas em ordem, cozinhar para a família e cuidar do marido e dos filhos. A História nos apresenta um outro tipo de mãe: a que faz de tudo para conseguir o melhor para seus filhos (e para ela própria). Algumas adotaram uma abordagem dura, mas justa, para alcançar seus objetivos, enquanto outras recorreram a rebeliões sangrentas e assasinato de membros da família. Confira:

1 – Olímpia, mãe de Alexandre, o Grande

Alexandre, o Grande foi um dos comandantes militares de maior sucesso de todos os tempos, conquistando um império que se estendia desde o Mediterrâneo até as montanhas do Himalaia. Ele parece ter herdado muita de sua coragem da mãe.

Olímpia foi a quarta esposa do pai de Alexandre. Já nos tempos antigos, Olímpia possuía uma má reputação: o historiador Plutarco, que viveu no primeiro século depois de Cristo, a acusava de dormir com cobras, como parte de seus ritos religiosos.

Quando o pai de Alexandre, Filipe II, arranjou outra mulher, uma macedônia chamada Cleópatra, Olímpia saiu de cena e assim permaneceu até o assassinato de seu marido – historiadores suspeitam que Olímpia teve algum envolvimento no caso.

Olímpia, dessa vez declaradamente, mandou matar Cleópatra, junto com o seu bebê, para deixar o caminho até o trono livre para seu próprio filho. Todos nós sabemos como essa jogada deu certo. Olímpia também foi acusada de envenenar outro filho de Filipe II, Filipe III. Este, porém, conseguiu sobreviver, mas com danos cerebrais.

É difícil dizer exatamente quão cruel era Olímpia, afirma Brian Pavlac, historiador americano. “Personagens históricos às vezes são lembrados por serem mais terríveis do que eles realmente eram”, conta Pavlac.

Cruel ou não, suas manobras políticas para colocar seu filho no poder desagradaram o exército macedônio, que acabou capturando-a. Olímpia foi condenada à morte em 316 a.C., vivendo sete anos a mais que seu filho famoso.

2 – Isabel I de Castela, a unificadora da Espanha

Isabel I foi a uma força motriz para a unificação da Espanha. Ela ainda deu um jeito no seu reino herdado de Castela ao instituir a reforma penal e quitar a dívida deixada para ela por seu irmão, Henrique IV de Castela, o governante anterior.

Lembrada hoje com carinho, Isabel – também conhecida como “A Católica” – usava métodos “um pouco crueis”. Parte de sua estratégia de unir o reino envolvia o catolicismo obrigatório. Muçulmanos e judeus eram obrigados a se converter ou fugir do país. Em 1480, Isabel e seu marido, Fernando II de Aragão, lançaram a Inquisição Espanhola para impor essas regras. Além de tudo isso, ela teve seis filhos para criar.

3 – Wu Zetian, a única imperatriz da China

Wu abriu caminho até a posição de imperatriz da China ao ter dois filhos e ao acusar a então mulher (sem filhos) do imperador de ter matado sua filha. Alguns historiadores, no entanto, acreditam que a própria Wu assassinou sua pequena filha.

Em decorrência da piora no estado de saúde do imperador, a influência de Wu foi crescendo até que ela se tornou imperatriz viúva e regente depois que ele morreu. Em 690, ela quebrou as regras novamente ao reivindicar o trono como seu e se tornar, assim, a única mulher a governar a China de forma soberana e independente.

Ao contrário de muitas outras mães duronas desta lista, Wu Zetian não foi punida por sua ambição (ou por sua tendência de matar rivais ou sua própria criança). Ela governou até 82 anos de idade, quando, seriamente doente, deixou o poder a seu terceiro filho. Ela morreu logo depois.

4 – Catarina de Médici, mãe de três reis

Mãe de três reis da França, Catarina de Médici teve um começo muito duro. Italiana casada com um príncipe francês apaixonado por outra mulher, Catarina “primeiramente era aquela pessoa marginalizada, que não fazia falta e que poderia ter sido removida da História a qualquer momento”, opina Pavlac.

Porém, dez anos após o início de seu casamento, ela começou a produzir herdeiros. Quando o marido de Catarina, o rei Henrique II, morreu, um dos filhos do casal se tornou rei aos 15 anos, mas faleceu apenas um ano depois. Com isso, o filho de 10 anos de Catarina, Carlos IX, subiu ao trono, o que promoveu Catarina a Regente da França.

Catarina de Médici governou em uma França dividida pela guerra civil e religiosa. “Ela não era um gênio político, mas fez o que pôde para manter tudo sob controle”, conta Pavlec.

Em 1572, o católico Carlos IX deu um passo genocida ao ordenar o fechamento das portas de Paris e o assassinato de milhares de protestantes que estavam na cidade. A culpa do Dia do Massacre de São Bartolomeu, como o episóddio ficou conhecido, recaiu sobre a rainha-mãe, consolidando sua má reputação de traiçoeira e cruel.

Mesmo assim, ela continuou sendo uma conselheira poderosa para o próximo rei, seu terceiro filho, Henrique III. “Pelo menos ela foi mais brilhante do que os seus filhos”, comenta Pavlac. “Eles fizeram uma série de más decisões”.

5 – Cleópatra, a rainha egípcia

A maternidade desempenhou um papel fundamental na trajetória da rainha egípcia até o poder. Seus romances e suas crianças com Júlio César e Marco Antônio consolidaram sua influência política em Roma, o que lhe permitiu total liberdade para decidir seu próprio reinado no Egito.

Como mulher, Cleópatra precisava de uma figura masculina para manter o trono, e ela encontrou uma conveniente em seu próprio filho com César, Ptolomeu XV César (ou Pequeno César). Em 44 a.C., Cleópatra envenenou seu irmão mais novo, e então co-regente. Pequeno César, de apenas três anos, se tornou assim o rei oficial do Egito, sendo que quem realmente ditava as regras do jogo era sua mãe, Cleópatra.

Ela morreu aos 39 anos, após um reinado de 22, derrotada junto com Marco Antônio pelo herdeiro legal de César, Otávio. Após a morte de Cleópatra, Roma anexou o Egito. Pequeno César foi morto, mas os demais três filhos de Cleópatra com Marco Antônio foram poupados. Sua filha, Cleópatra Selene, se tornou rainha do que hoje é a Argélia.

6 – Maria Teresa da Áustria, déspota esclarecida

Assim como de Catarina de Médici, ninguém esperava muita coisa de Maria Teresa da Áustria. “Ela basicamente foi criada sem muito treinamento”, diz Pavlac.

Maria Teresa se casou com um primo. Ela estava destinada a herdar o trono austríaco. Quando o reino caiu em seu colo em 1740, o país estava sem dinheiro e sob o ataque de outros soberanos europeus. Grávida (como ela estaria quase sempre ao longo dos 20 anos seguintes – ela teve 16 crianças), Maria Teresa botou suas asinhas de fora.

Ela conseguiu manter o Império Austríaco unido e durante seu reinado de 40 anos ainda foi responsável por comandar reformas na medicina, educação e justiça criminal. Quem diria.

7 – Emmeline Pankhurst, militante do voto feminino

Na Grã-Bretanha do final do século 19, Emmeline Pankhurst cresceu em uma casa de pais ativistas que apoiavam o direito das mulheres ao voto, mas não acreditavam que sua própria filha pudesse competir com meninos.

Aos 20 anos, a jovem militante conheceu e casou com um homem que compartilhava seus ideais. Eles tiveram cinco filhos, mas Pankhurst continuou seu trabalho político a favor dos direitos das mulheres. Muitos de seus filhos seguiram seus passos ativistas.

Em 1903, Pankhurst, desiludida com a falta de progressos em direção ao sufrágio feminino, fundou a União Social e Política das Mulheres (WSPU, na sigla em inglês). A WSPU agitou a luta pelo direito ao voto de várias formas. Primeiro foram protestos pacíficos, em seguida houve tumultos, até chegar ao completo caos.

Pankhurst foi mandada para a prisão diversas vezes, onde ela e outras sufragistas costumavam fazer greves de fome para protestar contra suas condições. Os guardas da prisão muitas vezes as alimentavam à força, através de tubos inseridos em seus narizes e bocas. Há rumores de que Pankhurst ameaçava guardas para evitar o tratamento.

Pankhurst viveu para ver as mulheres adquirirem os direitos de voto iguais aos dos homens, em 1928.

8 – Harriet Tubman, negra libertadora de escravos

Nascida nos Estados Unidos durante o período da escravidão, Harriet Tubman conseguiu escapar do regime em 1849, mas voltou para o território pelo menos 13 vezes para liderar escravos fugidos rumo à liberdade.

Ela era conhecida por ser realmente durona. Tubman possuía sempre um revólver à mão, não só para afujentar cães e donos de escravos, mas também para ameaçar fugitivos assustados do seu próprio grupo. Dizem que uma vez ele apontou a arma para um de seus homens que queria voltar e lhe disse: “Se voltar, você morre!”.

Tubman ainda não era mãe quando se aventurava nessas expedições arriscadas, mas em 1874 ela e seu segundo marido adotaram uma menina chamada Gertie.

Apesar de seu heroísmo e de ter trabalhado para o exército na Guerra de Secessão, ela nunca recebeu pensão do exército e teve de lutar contra a pobreza durante o resto de sua vida.

No entanto, Tubman continuou trabalhando para a igualdade: ela apoiava o voto feminino e até doou terras para a igreja construir um lar para idosos e indigentes.

9 – Jiang Qing, a esposa do Mao

A ex-atriz Jiang Qing se casou com o líder chinês Mao Tsé-Tung em 1938. Ela desempenhou um pequeno papel na política durante a década de 40 como secretária de seu marido. Porém, depois assumiu o cargo de chefe da Seção de Cinema do Departamento de Propaganda do Partido Comunista. Figura central na destrutiva Revolução Cultural da China, Jiang fez – e puniu – muitos inimigos políticos durante os anos 60.

Na transição de poder após a morte de Mao, Jiang foi presa e condenada à morte, mas acabou recebendo a condenação de prisão perpétua – nada que alivie muito. Em 1991, pouco antes de cometer suicídio, jornais chineses relataram que ela não havia se desculpado – e nem o faria – por seu apoio radical às políticas revolucionárias.

Sua filha, Li Na, visitava regularmente a mãe na prisão. A recusa da filha em pedir a libertação da mãe, entretanto, supostamente foi um motivo de briga entre elas.

10 – Meena Keshwar Kamal, ativista para as mulheres afegãs

Meena Keshwar Kamal tinha apenas 20 anos quando, em 1977, lançou o primeiro movimento organizado pelos direitos das mulheres no país – a Associação Revolucionária de Mulheres do Afeganistão (RAWA, na sigla em inglês).

Com a liderança de Meena, estudante da Universidade de Cabul, a RAWA protestava tanto contra a ocupação soviética no Afeganistão quanto contra o sistema fundamentalista opressivo do país. Meena, mãe de três filhos, também estabeleceu escolas e hospitais para mulheres refugiadas no Afeganistão e no Paquistão.

Em 1987, Meena foi assassinada em Quetta, no Paquistão. Dois dos homens envolvidos no crime foram enforcados por seu homicídio em 2002. Segundo a RAWA, os homens estavam associados com a Agência de Inteligência e de Segurança do Afeganistão.

Mesmo após a morte de sua ideallizadora, a RAWA continua trabalhando no Paquistão e no Afeganistão ajudando mulheres e crianças refugiadas e defendendo os direitos femininos.

11 – Erin Brockovich, heroína antipoluição

Imortalizada na tela do cinema por Julia Roberts – que venceu o Oscar no papel – no filme de 2000 “Erin Brockovich”, esta mãe solteira começou sua luta em 1991. Enquanto trabalhava como assistente jurídica, Brokovich descobriu uma ligação entre o poluente cromo 6 lançado nas águas subterrâneas pela empresa “Pacific Gas and Electric” e a ocorrência de doenças na cidade de Hinkley, Califórnia.

O processo contra a empresa terminou com um acordo de 333 milhões de dólares pagos a residentes de Hinkley, o maior acordo originado por uma ação direta na História dos Estados Unidos. Brokovich continuou no combate à poluição, chamando a atenção para as denúncias de contaminação industrial em todo o país.

12 – Michelle Obama, líder da luta contra a obesidade

Queridinha da população estadunidense, a primeira-dama também se ocupa de causas nobres. Uma das histórias famosas da campanha do presidente Barack Obama em 2008 é que sua esposa só o deixaria concorrer à presidência se ele parasse de fumar. O exemplo deixa claro o interesse de Michelle Obama na saúde. Seu foco agora é acabar com a obesidade infantil.

A família Obama é a primeira desde os Clintons a ter filhos na Casa Branca, e Michelle Obama é conhecida por proteger as suas crianças da publicidade. Enquanto isso, ela está focada na sua campanha “Let’s move!” (“Vamos nos mexer!”), no plantio da primeira horta na Casa Branca desde a época de Eleanor Roosevelt. Ela ainda deseja contar com Beyoncé para a produção de um vídeo musical para incentivar a prática de exercícios físicos entre os pequenos.[LiveScience]

Sair da versão mobile