Um grupo de pesquisadores da Universidade de Londres afirma ter descoberto que mensagens rápidas têm um efeito sobre o subconsciente humano, principalmente quando a mensagem é negativa. A pesquisa provou que mostrar palavras e imagens rapidamente afeta a mentalidade da pessoa, mesmo que ela não consiga vê-las conscientemente.
O termo “propaganda subliminar” foi utilizado pela primeira vez em 1957 pelo pesquisador James Vicary, que afirmou que conseguiria fazer com que espectadores de um cinema comessem pipoca e bebessem coca-cola ao colocar imagens rápidas ordenando isso na tela do cinema. Desde então, o medo de que governos e seitas pudessem usar da técnica fez com que a propaganda subliminar fosse proibida em muitos países. O Brasil é um deles. Alguns anos depois, Vicary afirmou ter manipulado os resultados de sua pesquisa; era uma fraude.
Depois de ver as palavras, os participantes deveriam dizer se a palavra era neutra ou emocional – positiva ou negativa, e dizer se tinham certeza disso.
Os pesquisadores descobriram que os participantes respondiam corretamente mais vezes quando eram perguntados sobre as palavras negativas – mesmo quando acreditavam estar “chutando” a resposta. A pesquisadora Nilli Lavie, que realizou o estudo, afirma que o experimento demonstrou que as pessoas realmente conseguem perceber o valor emocional das mensagens subliminares, além de se ligarem mais a mensagens negativas.
Além disso, Lavie afirma que a habilidade de entender sinais subconscientemente pode ser uma evolução para “captar” avisos de perigo: “Existem vantagens evolutivas ao responder rapidamente a informações emocionais”, afirma. “Não podemos esperar pela compreensão consciente quando estamos sendo perseguidos, ou dirigindo sob chuva ou na neblina, ao ver um sinal de ‘perigo'”, completa a pesquisadora.
Lavie acredita que a pesquisa pode ter um impacto sobre o uso de mensagens subliminares em propagandas e em serviços públicos, como campanhas de segurança. “Mensagens negativas podem ter um imapcto mais rápido”, afirma. [Telegraph]