Zonas Mortas: Uma pilha de caranguejos mortos
O nome pode lembrar o de um filme de terror, mas as Zonas Mortas são parte de um terror muito real: elas são porções gigantescas de vários oceanos que sofrem com a falta de oxigênio, causando problemas ambientais e a morte de várias espécies animais. Atualmente, a Terra tem mais de 400 Zonas Mortas, inclusive na costa brasileira, e a contagem dessas zonas dobra a cada década.
A maior parte das Zonas Mortas, como a do Golfo do México, uma das mais conhecidas, são causadas pela poluição nos oceanos. Entretanto, desde 2002, as águas do Oceano Pacífico, na costa noroeste dos Estados Unidos vêm sofrendo com a invasão de enormes Zonas Mortas. Cientistas acreditam que estas novas Zonas são causadas por um problema completamente novo: o aquecimento global.
Jack Barth, da Universidade Estadual de Oregon, nos Estados Unidos, pesquisa o papel do aquecimento global no crescimento das Zonas Mortas. De acordo com Barth, cientistas perceberam as mudanças na costa noroeste do país em 2002. Já em 2004, o problema já era óbvio até mesmo para freqüentadores comuns das praias: “Recebemos fotos de pilhas de caranguejos mortos, que chegavam à altura dos joelhos”, afirma o especialista.
Depois disso, a situação piorou ainda mais, de acordo com Barth. No verão de 2006, os cientistas observaram que, pela primeira vez, o nível de oxigênio naquela porção do oceano tinha baixado para zero. “Quando o nosso veículo submarino com câmera nos revelou as imagens do mar, não havia peixes, e muito da fauna marinha do fundo do oceano estava morta”, diz Barth.
As Zonas são causadas pelo aumento de nutrientes nas porções mais rasas do oceano, arrastadas por mudanças de ventos – provavelmente causadas pelo aquecimento global, de acordo com Barth. O aumento de nutrientes faz com que o número de algas aumente, e, quando essas algas descem ao fundo do mar, as bactérias que se alimentam delas causam a diminuição dos níveis de oxigênio.
Para analisar o fundo dos oceanos, que não é alcançado por equipamentos comuns, Barth e sua equipe construíram um aparelho que pode passar até três semanas embaixo d’água, mandando informações sobre o estado do oceano.
Tendo em vista o crescimento deste problema ambiental, a Fundação Nacional da Ciência dos Estados Unidos criou um site para esclarecer questões sobre as Zonas Mortas, além de apresentar reportagens, vídeos e fotografias sobre o problema. [NSF]