Depois de 23 anos médico descobre que paciente não estava em coma

Por , em 25.11.2009

Rom Houben
Rom hoje vive em uma cadeira de rodas

A história do estudante de engenharia belga que sofreu um acidente de carro em 1983, quando tinha apenas 20 anos, é impressionante. Após do acidente, Rom Houben foi considerado como uma vítima de lesões que o deixaram em estado vegetativo durante todo este tempo. O teste mais comum para pacientes em coma é a escala de coma de Glasgow, em que médicos analisam as respostas motoras e verbais e as reações dos olhos a estímulos.

A escala mostrou que Houben estava em coma, mas exames de escaneamento do cérebro recentemente provaram que Houben estava consciente, com o corpo completamente paralisado. “Eu gritava, mas ninguém escutava”, afirma Houben. Há três anos, o neurologista Steven Laureys utilizou técnicas modernas para analisar o cérebro do paciente, e observou que o córtex cerebral de Houben estava, na realidade, funcionando normalmente.

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Desde a descoberta, Houben se comunica através de um computador com um teclado especial, ativado com movimentos leves da sua mão direita. Hoje com mais de 40 anos, ele passou mais da metade da sua vida preso dentro do seu próprio corpo, e afirma, em entrevista, que só sobreviveu à sua dolorosa experiência sonhando: “As enfermeiras vinham, me afagavam e diziam ‘sem esperança’… Eu meditava, sonhava sobre tudo, era o que eu podia fazer”, diz. Houben afirma que não quer culpar ninguém sobre o que aconteceu com ele, pois isso não faria bem a ninguém. “Eu devo a minha vida à minha família, todos os outros desistiram de mim”, afirma.

De acordo com Laureys, o caso de Houben pode ser bem mais comum do que se acredita: o médico, que faz parte de um grupo de estudos sobre o coma na Universidade de Liege, na Bélgica, diz que os médicos que Houben não agiram bem, mas que não duvida que médicos melhores, utilizando a mesma escala de coma, também não teriam notado a atividade cerebral do jovem.

Somente na Alemanha, 100 mil pessoas sofrem anualmente de danos severos no cérebro. Cerca de 20 mil pessoas ficam em coma durante três semanas ou mais – algumas morrem, outras voltam à vida normal. Entretanto, cerca de 3 a 5 mil pessoas ficam, todo ano, presas em um estágio intermediário, vivendo presas a uma cama de hospital, em estado vegetativo.

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No estudo publicado por Laureys, o médico afirma que cerca de 40% dos diagnósticos de pessoas em estágio vegetativo podem ser mudados com técnicas de exploração por imagens do cérebro, que revelam diferentes níveis de consciência. O estudioso está atualmente tentando aumentar a conscientização sobre as falhas da escala de Glasgow, para que os médicos confiem mais em técnicas de análise visual do cérebro para decretar o estado vegetativo. [Gizmodo]

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23 comentários

  • leonardo:

    Acho que essa deve ser ums das piores coisas, imagina ficar deitado em uma cama durante 23 anos em fazer nada, sem falar nada, o pior que não tem como nem tentar se matar.

  • Sux:

    Concordo plenamente com vc.

  • Amy Lee:

    Bom teve um caso que eu queria saber mas eu acho que naum era esse. Eu estava atraz dele mais esse diz que depois de 23 anos médicos afirmam que essa mulher ou homem naum ficou em coma ai sei lá naum entendi. *-*

  • erinaldo araujo:

    perda do interesse de viver a vida se torna um peso e a pesoa se sente um “estorvo” é como um peso. Dessa forma a pessoa pede ao menos para morer com dignidade bjoooooooos. erinaldo araujo Pa

  • ARQUIVO JANEIRO DE 2010 « NOTÍCIAS DE CLEVELÂNDIA:

    […] […]

  • franbogado:

    Davi, a eutanasia é especulada nao nestes casos, mas exatamente em casos de pacientes terminais, conscientes e dispostos e acordados com a finalização da propria vida, ou seja, a eutanasia pode ser aplicada a quem nao deseja mais viver e permita-se ser morta por meios medicos.

  • Gui:

    Se a familia fosse a favor da eutanasia o cara iria morrer, a familia iria ficar triste como qualquer outra e nada mudaria. Somente. Sem crise posterior. =]

  • jhonata:

    Século 21, e era da evoluçao, a ciencia esta cada dia nais evoluida, erros sao comuns, mas, se descobriram que o garoto nao estava em coma só agora!!! Foi por falta de interesse pela vida alheia (medicos nao podem ser assim),agora só tem que torcer para que essa pessoa retorne a vida normal!! Fico com pena e ao mesmo tempo feliz, por ver a força de vontade que faz com que elas nao desistam da vida!!!

  • Novidades do dia | Inclusive:

    […] Depois de 23 anos médico descobre que paciente não estava em coma https://hypescience.com/24881-homem-passa-23-anos-lucido-considerado-em-coma […]

  • Gustavo:

    é, mas isso é controverso, vendo um vídeo dele “se comunicando”, dá pra ver que se trata de “Comunicação Facilitada” ( http://brazil.skepdic.com/comfacilitada.html ) que não é uma coisa muito séria, e vendo o vídeo, parece que claramente a “facilitadora” está movendo as mãos dele… (em http://www.cnn.com/2009/HEALTH/11/24/coma.man.belgium/index.html )

    (Vi isso em http://scienceblogs.com/pharyngula/2009/11/really_this_guy_is_conscious.php )

  • Onofre Vieira:

    Gostaria de lembrar que esta conceito de morte com certeza irá mudar, pois, a ciencia ainda não dispõe de argumentos esclarecedores para estes questionamentos, no entanto, as pesquisas continuam. Graças a Deus existem os médicos curiosos (cientistas) que buscam respostas para o Homem Integral.

  • janete:

    Nossa, fiquei muito triste em saber que este homem perdeu metade da vida em cima de uma cama, mas graças à Deus esse médico veio para aliviar sua maior dor: o abandono e o descaso.

  • Beatriz Hasperoy:

    Vivi este inferno na minha vida também. Minha amada mãe sofreu um acidente vascular cerebral agudo aos 83 anos e ficou cinco meses no hospital, dos quais dois meses em coma.

    Nunca acreditei que ela estivesse fora de órbita. O tempo inteiro estive a seu lado, acarinhando – a amorosamente, dando-lhe massagens com óleo de amendoas em todo o seu corpo sofrido e marcado pelos meses a fiio encima de uma cama, falando com ela de tudo que nos acontecia, inclusive sobre o fato de minha filha ter passado num concurso. Colocava músicas que ela amava para que pudesse ouvir, rezava as suas orações preferidas e lhe falava do grande amor que foi viver ao lado dela todos estes anos e o quanto éramos felizes.

    Antes de morrer, ela me olhava fixo e de seus olhos corriam lágrimas. Era a despedida, mas a certeza de que eu e ela estivemos juntas durante todo este tempo.

  • ana lucia:

    passar mais da metade da vida em coma, observando tudo,preso num corpo morto deve ser a pior prisão para o ser humano…ver sua morte decretada e não poder nem mesmo se defender é algo desumano. penso que Deus teve misericórdia dele e lhe deu uma força sobrenatural para se comunicar. Sou contra a autanásia, enquanto há vida …há esperança. Isto prova tudo!

  • julio:

    Por isso é que Deus é o único que pode determinar quanto tempo cada um tem na Terra. Qualquer ato contra a vida, seja a de uma pessoa já adulta ou de um ser que ainda que nasceu é um crime. Ou seja, aborto também é crime….

  • Clarice:

    Imagino que 26 anos atrás era bem difícil descobrir que o cara não tava em coma!!

  • Bruno FV:

    hashuasiuhasihuas coitada xD

  • Neto:

    São médicos como esses que me fazem pensar que só de estar no hospital as chances de morrer aumentam. Erros médicos são comuns, mas inaceitaveis.

    • Sux:

      médicos também são humanos passíveis de erros.

  • leandro santos:

    Sensacional.
    É por exemplos assim que nunca devemos desistir da nossa vida.

    A ciência ainda tem muito o que amadurecer.

    Abraços, meu povo.

  • karin:

    Nossa, realmente imprecionante! = (

    que Deus de saude a todos por que passar por isso realmente
    não é facil.

  • DAVI:

    FICO IMAGINANDO SE ESSA FAMILIA FOSSE A FAVOR DA EUTANASIA. SABEMOS QUE EXISTE CASOS DE EUTANASIA SOMENTE A FAMILIA APROVANDO MESMO O PACIENTE ESTANDO IMPOSSIBILITADO DE RESPONDER. TODOS PRECISAM PENSAR NISSO!

  • Rodrigo:

    Mais uma maravilha da ciência, promentendo tirar pessoas do pior isolamento que se pode imaginar para um ser humano.

    Estas técnicas de análise visual do cérebro precisam ser incentivadas e aperfeiçoadas.

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