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Criaturas exóticas são encontradas nas negras profundezas do mar [Fotos, vídeo]

criatura das profundezas do mar
Um pepino do mar transparente avistado a 2,75 km de profundidade ao norte do Golfo do México

A escuridão das profundezas do oceano é o lar de muito mais espécies do que se imaginava, de acordo com uma recentemente divulgação. De acordo com pesquisadores envolvidos na busca por novas espécies pelo Censo de Vida Marinha (CVM), um total de 17,650 espécies de animais como camarões, corais, estrelas do mar e caranguejos foram identificados em até 5 quilômetros de profundidade.

“A diversidade da vida marinha é muito maior do que acreditávamos”, afirma Robert Carney, da Universidade de Louisiana, nos Estados Unidos. A luz consegue penetrar em até, no máximo, 200 metros nos oceanos. Além disso, profundidades maiores que isso têm uma enorme pressão, que sempre fez com que a região fosse conhecida como um habitat hostil.

Fora da área onde a luz chega, os animais têm que explorar bactérias ou carcaças como alimento. Entre as criaturas descobertas pelo Censo, estão águas-vivas bioluminescentes e criaturas octópodes com barbatanas, apelidadas de “Dumbos”, porque movem as barbatanas, que se assemelham a orelhas, como o elefante do desenho animado.


Um longo peixe alaranjado identificado como um Neocyema

Os “Dumbos” têm aproximadamente dois metros de comprimento, e são algumas das maiores criaturas encontradas no fundo do mar, juntamente a tubarões e uma água-viva gigante. “Acredita-se que as águas-vivas deste tipo podem ser maiores que as baleias azuis”, afirma Mike Vecchione, que participou das descobertas. O Censo é um projeto de dez anos de duração, e deve ser completado até outubro de 2010.

Poços de petróleo

Em uma parte do Golfo do México, os pesquisadores encontraram vermes gigantes a 990 metros de profundidade. Quando o robô usado nas pesquisas levantou o animal do local em que ele estava, ao fundo do mar, os pesquisadores descobriram que o verme estava se alimentando de restos de petróleo em decomposição.

Carney afirma que as empresas de petróleo se concentram mais em pesquisas geológicas para descobrir depósitos de petróleo, mas que a presença destes vermes pode também funcionar como um sinal. “Você com certeza encontrará uma fonte de metano ou petróleo líquido na região onde estes vermes gigantes vivem”, alerta.


Um polvo “Dumbo”, que recebeu o nome por causa das abas parecidas com orelhas

Ainda assim, o pesquisador afirma que muitos cientistas ficam incomodados com a visão de que a profundidade do oceano não é importante, e que uma viagem para explorar os recursos estaria além dos conhecimentos que se tem sobre o local. Carney aceita que ainda se sabe pouco sobre a vida marinha em grandes profundidades. Recentemente, apenas sete de 680 espécies de pequenos crustáceos coletadas no sudeste do oceano Atlântico foram identificadas. Outra viagem à mesma região revelou a existência de um verme que se alimenta de ossos de baleia, chamado de Osedax.

Embora nas grandes profundidades o oceano não tenha luminosidade natural, os animais são, muitas vezes, bioluminescentes e têm olhos que funcionam normalmente. Algumas criaturas que vivem na área iluminada às vezes fazem visitas às profundidades: os cientistas encontraram um elefante marinho a 2,388 metros de profundidade.

Apesar da enorme biodiversidade encontrada no local, os cientistas alertam que o aquecimento global, alimentado pelas atividades humanas, pode estar afetando a vida marinha a grandes profundidades. “Existem algumas evidências do aquecimento em áreas profundas, além de aumento de acidificação da água”, afirma Vecchione. [Reuters]

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