O próprio título do filme já é uma provocação, evocando a guerra entre o criacionismo e o evolucionismo. O poster acima é outra, evocando a conhecida imagem da Capela Sistina, mas trocando o homem por um orangotando, nosso primo primitivo.
A singular capacidade de observar e de experimentar de Darwin levou-o a conclusões magníficas, que mudaram o rumo da ciência, desvinculando-a gradualmente dos dogmas religiosos e tornando-a essencialmente experimental: cada vez mais baseada em evidências e cada vez menos baseada na bíblia.
Mas suas vida era constantemente atormentada, cheia de tristezas, dificuldades e dilemas morais. E mesmo com muitos problemas ele foi o cientista mais influente do mundo até o momento.
O lado humanitário e cavalheiro de Darwin foi uma das coisas que mais me impressionou em sua biografia. Apesar de sofrer muito com a sua doença e ele foi muito ativo e generoso em sua comunidade. Apesar de ter chegado a ter 9 filhos, a perda de uma única menina o deixou completamente destruído.
Ele viveu várias décadas atormentado com a sua própria conclusão lógica de que a seleção natural, que descobriu, eliminava a possiblidade da existência de um Deus intervencionista que colocava animais sobre o nosso planeta quando lhe dava na telha.
Infelizmente ainda hoje há pessoas que negam a evolução, ignorando uma quantidade monstruosa de evidências científicas que atestam a sua inamovível credibilidade.
Tratando-se de Hollywood é difícil que o filme seja estritamente fiel à história deste grande cientista e humanitário, mas de qualquer maneira ele colocará em pauta o debate fundamental entre a evolução e o criacionismo e, talvez, ajude a converter alguns crentes.
Obrigado Slonik