Sábado passado, 5 de maio, aconteceu um fenômeno astronômico interessante, a “superlua”. Trata-se de uma coincidência entre o perigeu lunar (o ponto da órbita em que ela está mais perto da Terra) e a lua cheia, proporcionando uma lua que é visualmente 14% maior e 30% mais brilhante que uma lua cheia normal.
Em homenagem à tão belo espetáculo, aqui vão 5 concepções erradas sobre a lua, que fazem parte principalmente do folclore dos gringos e tratam de temas tão variados como a loucura e os lunáticos, a fantasia que o pouso lunar foi uma fraude, e como começou toda a história que a lua era feita de queijo.
A palavra “lunático” tem suas raízes na palavra “lunar”, e um bando de gente, de enfermeiras a bombeiros e policiais, garantem que quando é lua cheia, as coisas costumam “esquentar”.
Mas esta cópia barata do mito do lobisomem não se sustenta. Em 1985 foi feita uma pesquisa sobre os momentos das crises mentais e a fase da lua, e se descobriu que o folclore que liga a lua cheia a partos, comportamento criminoso e outros distúrbios, não tem base científica. Da mesma forma, a pesquisa não encontrou ligação entre o resultado de cirurgias e a fase da lua. Porém, seu bichinho de estimação pode precisar de uma visita ao veterinário na lua cheia, mas neste caso parece que a culpa é dos donos, que, por causa da noite iluminada, acabam ficando mais tempo fora de casa com seus bichinhos, aumentando as chances de lesão.
A razão de existirem superluas é por que a órbita da lua não é perfeitamente circular. Quando ela está mais perto da Terra por conta da órbita elíptica, ela dá um puxão gravitacional um pouco mais forte à Terra. Mas não é nada que a Terra não consiga dar conta.
As forças de maré sobre a Terra são 42% mais fortes quando a lua está mais perto, o que causa alterações na altura das marés, mas não há nenhum efeito notável sobre terremotos e tsunamis (uma força minúscula aumentada em 42% continua minúscula).
John Bellini, um geofísico que trabalha no U. S. Geological Survey, contou ao Life’s Little Mysteries que “muitos estudos deste tipo foram feitos por cientistas e não foi descoberta nenhuma ligação significativa”.
Curiosamente, o nome “superlua” não é da astronomia, mas da astrologia. Vai entender…
Nós temos os vídeos. Nós temos as rochas. Nós temos uma dúzia de astronautas que retornaram orgulhosos para a Terra para contar como é caminhar sobre a lua. Mas as teorias conspiratórias dizendo que os pousos lunares foram uma fraude simplesmente não morrem.
Estas teorias conspiratórias são inumeráveis e variadas, indo de alegações que não havia poeira sobre o apoio da Apolo 11 e que por isto tudo deve ter acontecido dentro de um estúdio de som, a teorias sobre amostras de rochas serem falsificadas.
Não adianta observar que na lua não há atmosfera e a gravidade é menor e por isto os grãos de poeira se comportam diferente, ou então que as amostras tem sido examinadas por cientistas do mundo inteiro, que inclusive conseguem apontar microcrateras causadas pelo impacto de micrometeoritos, e que a proporção de isótopos não pode ser forjada.
Por mais infundadas que sejam, as teorias conspiratórias podem ser frustrantes para todos aqueles que arriscaram suas vidas para chegar à lua. Em 2002, Bart Sibrel levou um merecido soco do septuagenário Buzz Aldrin, depois de perseguir o astronauta chamando-o de “covarde” e “mentiroso”, exigindo que ele jurasse sobre a Bíblia que tinha pousado na lua.
Não é que a gente precise explicar que a lua não é feita de queijo, mas estamos aqui para explicar o mito que alguém algum dia acreditou: que a lua fosse feita de queijo verde. Este mito do queijo parece ter começado com um par de versos sardônicos do poeta inglês John Heywood (1497-1580) que escreveu “Ye set circumquaques to make me beleue/ Or thinke, that the moone is made of gréene chéese.” (“Vocês fizeram de tudo para me fazer crer/Ou pensar, que a lua é feita de queijo verde”).
Em outras palavras, a primeira menção que se tem da lua ser feita de queijo verde era na verdade fazendo piada da ideia de que alguém acreditaria que a lua fosse feita de queijo verde. Aparentemente, o poeta Heywood subestimou as crianças americanas do século 20. Um estudo publicado em 1920 no American Journal of Psychology entrevistou crianças pequenas sobre suas crenças acerca da lua e descobriu que a explicação mais comum para ela era de que era feita de queijo. Outras teorias incluiam trapos, Deus, papel amarelo, e “pessoas mortas que se unem em círculo de luz”.
Atualmente, as pessoas lembram os anos da corrida espacial de 1950 e 1960 como sendo uma época em que a NASA tinha extenso apoio público. Na verdade, o apoio para a exploração lunar na época era próximo do que é visto hoje.
Durante o programa Apollo, de 45% a 60% dos americanos acreditavam que o governo estava gastando dinheiro demais nos voos espaciais, de acordo com um estudo publicado em 2003 no periódico Space Policy. Pesquisas de opinião nos anos 1960 colocavam as missões espaciais no topo dos programas que os americanos gostariam que fossem cortados, conforme descobriu o pesquisador e historiador Roger Launius.
“O público nunca teve muito entusiasmo sobre a exploração lunar, especialmente em relação aos custos associados à mesma”, aponta Lanius. O pouco entusiasmo foi se apagando com o tempo, “até que ao final do programa Apolo, em dezembro de 1972, o programa passava a imagem de um maratonista claudicante, forçando todos os músculos para alcançar a linha de chegada antes de desmaiar”.[LiveScience, Space.com, Space.com II]