Em 1999, Christine O’Donnell (uma atual candidata a senadora nos EUA, considerada uma das musas do governo americano), então inciando na política, apareceu em um programa de TV fazendo duras críticas aos Wiccas. Ela afirmou que participou de um ritual dessa religião neo-pagã, e disse ter presenciado bruxaria e práticas satânicas. Como era política – e bonita, ainda por cima -, muita gente passou a acreditar nela. Mas os integrantes dessa seita foram a público para se defender, e esclarecer alguns pontos sobre o que os leigos chamam simplesmente de “bruxaria”. Confira seis mitos sobre os Wiccas que não se aplicam à realidade:
Total inverdade. Como em inglês a palavra “wicca” está diretamente relacionada a “witches”(bruxos), muitos formam a imagem de Wiccas, na cabeça, como bruxos estereotipados das histórias infantis, com caldeirões, magias negras e rituais obscuros. Os adeptos da Wicca, conforme o livro “wicca para a vida”, são contrários a qualquer forma de agressividade. Segundo uma de suas leis, eles devem retribuir qualquer ato bondoso três vezes mais à pessoa que os ajudou.
Quem pensa nessa religião, historicamente, deve achar que as origens dela remontam à idade média. Ledo engano. Embora sua filosofia esteja baseada em alguns ritos antigos, da Europa Oriental, que datam mais ou menos dessa época, a Wicca é uma religião muito recente. Apenas nos anos 1950 é que passaram a se organizar e ser reconhecidos.
Principalmente entre os adeptos de algumas religiões populares e consolidadas, surgiu a crença de que os Wiccans não são uma religião que mereça ser levada a sério e receber esse nome. Pelo governo dos EUA, ao menos, são reconhecidos como um culto religioso oficial. No estado de New Jersey, por exemplo, oito feriados Wicca são reconhecidos ao longo do ano.
Por alguma razão que se perdeu ao longo do tempo, rituais de bruxaria são relacionados à figura do demônio, diabo, belzebu, o que seja. Se eles são realmente parte ou não da filosofia dos bruxos fictícios, não se sabe. Mas esse conceito sequer existe para os Wiccans. É o cristianismo que deu origem à figura do diabo e do inferno, estas concepções jamais foram aplicadas na doutrina dos Wiccans. E mais: não apenas eles não cultuam o diabo, como também não concebem apenas um único deus. Wiccans são politeístas, assim como os hindus e os budistas.
Segundo as palavras do livro “manual dos wiccans”, eles amam todos os animais: “Nós nunca os prejudicamos ou matamos em nossos ritos ou magias. Sacrifício de sangue de qualquer tipo é contra a nossa lei. Aquela história de ‘olho de salamandra e pé de sapo’ é uma baboseira que não faz o menor sentido”. Logo, a ideia de rituais com sacrifício de bichos não encontra fundamento entre os eles. As únicas oferendas em seus rituais são pães, vinho, frutas ou flores.
Nem negra, nem branca, nem de qualquer outra cor. Wiccans não seguem nenhum livro sagrado em comum. A explicação é que cada adepto, após estudar as leis, pode criar seu próprio livro de referência. Este livro, chamado de BOS (Book of Shadows – livro das sombras), ajuda cada wiccan a praticar a fé a seu modo. [Live Science]