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6 razões científicas para não ter um filho

Não há resposta certa para a questão: eu devo ter filhos? Essa é certamente uma decisão muito subjetiva.

Apesar disso, a ciência descobriu alguns impactos negativos que a paternidade pode ter nas pessoas. Caso você esteja colocando tudo na balança, confira algumas razões para não se tornar pai ou mãe:

Observação: Este artigo é uma expansão de um texto anterior que discutiu tópicos semelhantes.

Ter uma criança contribui para o aquecimento global

Ter filhos impacta o meio ambiente. Travis Rieder, diretor do programa de Mestrado em Bioética e pesquisador do Instituto Berman de Bioética, argumenta que ter um filho é um dos principais contribuintes para a mudança climática. A conclusão lógica é que todos devem considerar ter famílias menores.

Rieder cita uma pesquisa da Universidade Estadual do Oregon que descobriu que ter uma criança a menos tem um efeito positivo grande sobre as emissões de dióxido de carbono e, portanto, é uma das melhores coisas que você poderia fazer para o meio ambiente, em comparação com a redução do uso doméstico de energia e outras atividades que resultam em emissões de CO2.

Os pais, especialmente as mães, enfrentam discriminação no local de trabalho

“A maternidade desencadeia suposições de que as mulheres são menos competentes e menos comprometidas com suas carreiras”, informou um relatório recente de LeanIn.Org e McKinsey & Company.

O relatório aponta para um estudo da Universidade Cornell que descobriu que os empregadores tendiam a discriminar as mães. Como parte do estudo, os pesquisadores enviaram a empregadores currículos falsos, quase idênticos, com apenas uma diferença: alguns indicavam que o candidato fazia parte de uma associação de pais e professores.

Enquanto os candidatos do sexo masculino cujos currículos mencionavam a associação de pais e professores eram chamados com mais frequência do que os homens aparentemente sem filhos, as mulheres que faziam alusão à maternidade dessa maneira eram menos propensas a serem chamadas. Isso é devido provavelmente ao viés que existe na sociedade, de considerar o pai um provedor e a mãe uma dona de casa.

Os participantes do estudo também classificaram as mães como candidatas menos desejáveis e menos competentes e comprometidas do que as mulheres ou homens sem filhos. Ao mesmo tempo, os candidatos que eram pais foram classificados como significativamente mais empenhados em seu trabalho e foram autorizados a atrasar tarefas mais do que os que não eram pais.

Por fim, estudos também revelaram que, para a maioria dos homens, a paternidade resulta em um bônus salarial, enquanto que, para a maioria das mulheres, a maternidade resulta em uma perda salarial.

As amizades inevitavelmente mudam após o nascimento de uma criança

A revista Child perguntou a cerca de 1.000 pais sobre suas amizades, e quase metade deles disse que tinham menos amigos depois que seus filhos nasceram.
Enquanto 69% das mulheres e 67% dos homens estavam satisfeitos com suas amizades antes de ter filhos, apenas 54% das mulheres e 57% dos homens com filhos estavam satisfeitos.

Um fator em jogo nas relações interpessoais pode ser o tempo. Antes de terem filhos, as mulheres passavam 14 horas por semana com os amigos, enquanto os homens passavam uma média de 16 horas por semana com os amigos. Após as crianças, esses números caíram para cinco horas para mulheres e seis horas para os homens.

Além disso, as amizades que restam após os filhos provavelmente se tornam diferentes. Quase todas as mulheres entrevistadas disseram que dependiam de seus amigos para se divertir antes de ter filhos – esse número caiu para metade uma vez que elas tinham uma família. A maioria das mulheres entrevistadas também disse que achava que ter amigos que eram bons ouvintes tornou-se mais significativo depois de ter filhos.

Os casamentos tendem a sofrer após o nascimento de uma criança

Em uma meta-análise de vários estudos, os pesquisadores concluíram que a paternidade tende a ter um efeito negativo sobre a satisfação conjugal, por causa dos conflitos que decorrem da reorganização dos papéis no casamento e da restrição da liberdade dos pais.

O estudo também indicou que quanto mais crianças havia na família, menor a satisfação conjugal dos pais.

A diferença de satisfação conjugal foi mais pronunciada entre as mães de bebês, enquanto que para os homens, o efeito permaneceu semelhante com crianças de todas as idades.

Os pais em grupos socioeconômicos altos, de idades mais novas e que deram à luz nos últimos anos eram os que tendiam a ver mais efeitos negativos sobre seu casamento.

Os pais tendem a ser menos saudáveis do que as pessoas sem filhos

John Dick, fundador da CivicScience, uma plataforma de votação que catalogou mais de um milhão de respostas à pesquisa “Parental Status”, afirmou que pessoas sem filhos tendem a ter estilos de vida mais saudáveis.

De acordo com os resultados do questionário, pessoas sem filhos eram 75% mais propensas do que as com filhos a reportar uma média de mais de oito horas de sono por noite, enquanto os pais tinham 29% mais chances de reportar menos de seis horas de sono por noite. Sem surpresa, os pais tinham 28% mais probabilidade de dizer que bebiam café todos os dias.

Os sem filhos eram 73% mais propensos a dizer que nunca comiam em restaurantes de fast food e 38% mais propensos a exercitar-se em uma academia uma vez por semana ou mais; por outro lado, os pais tinham 17% mais chances de dizer que nunca se exercitavam, eram 10% mais propensos a se considerarem acima do peso e 54% mais propensos a fumar cigarros todos os dias.

Ter uma criança pode impactar negativamente a felicidade dos pais

Alguns estudos indicam que os pais são mais felizes que as pessoas sem filhos, enquanto outros sugerem o inverso. Essa questão parece depender de vários fatores.

A análise exaustiva de várias pesquisas revela, por exemplo, que pais jovens e pais com filhos pequenos tendem a ser particularmente infelizes. Por outro lado, pais mais velhos ainda casados e com filhos crescidos tendem a relatar satisfação e felicidade especialmente altas.

No entanto, todos os tipos de pais relataram ter mais significado na vida do que seus colegas sem filhos, o que indica que, mesmo que não traga felicidade, ter filhos gera algum benefício independente dos altos e baixos do dia-a-dia. [BusinessInsider]

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