60 novas espécies de animais descobertas no Suriname
O RAP (Rapid Assessment Program, ou Programa de Avaliação Rápida) é um programa para mapeamento de espécies em regiões selvagens desenvolvido pela Conservation International, uma ONG dedicada a incentivar o desenvolvimento sustentável. Basicamente, é um trabalho intensivo reunindo um grupo grande de pesquisadores em um curto período de tempo, explorando uma região virgem.
Em 2012, um destes RAPS aconteceu no sudoeste do Suriname, um país do norte da América do Sul que tem 91% de sua superfície coberta por floresta. O trabalho de 16 pesquisadores durante três semanas resultou em um registro de 1.378 espécies de animais e vegetais, dos quais cerca de 60 provavelmente são desconhecidos da ciência.
“Eu conduzi expedições por todo o mundo, mas nunca encontrei uma floresta tão bela, tão intocada por humanos. O sul do Suriname é um dos últimos lugares da Terra em que existe uma extensão tão grande de floresta virgem”, apontou a líder da expedição, Leeanne Alonso. “O grande número de espécies descobertas é evidência da incrível biodiversidade destas florestas que apenas começamos a descobrir”.
E este nem é o primeiro RAP feito no Suriname. Um programa semelhante em 2010 havia descoberto entre 40 e 50 espécies potencialmente novas para a ciência.
Mesmo com tanta floresta virgem, a região não é totalmente intocada. No vale do Palumeu, onde a última RAP se concentrou, foram encontrados níveis altos de mercúrio, provavelmente vindos de atividades de mineração em países vizinhos.
O sapo cacau, com sua cor de chocolate, é um dos possíveis animais novos para a ciência
O “besouro liliputiano”, com apenas 2,3 mm, é o segundo menor escaravelho conhecido, muito importante para o ecossistema; ele enterra fezes de animais, isolando e regulando parasitas e doenças, e também ajuda a dispersar sementes e a reciclar nutrientes
Um tetra, uma das onze novas espécies de peixes descobertas na expedição
Este sapo venenoso tem uma coloração diferente do que a de uma espécie similar, indicando que pode ser uma nova espécie
Um catidídeo, bicho estranho de pernas compridas, pode representar um gênero inteiro novo para a ciência
Este besouro d’água representa não apenas uma nova espécie, mas, como no caso do catidídeo, um novo gênero. Além deste, foram encontrados outras 25 espécies novas de besouros d’água
Um sapo arborícola com focinho, uma das seis potencialmente novas espécies de sapos descobertas
Uma bela e rara orquídea, encontrada em na cadeia das Montanhas Grensgebergte
Flagrante raro: uma aranha se alimentando de um sapo venenoso
A falsa-coral não é tão perigosa quanto as cobras corais verdadeiras, mas também possui veneno
Este é um dos maiores escaravelhos da América do Sul, mas não se alimenta de fezes, e sim de corpos em decomposição. Além da cor, o besouro tem outra particularidade: a fêmea da espécie também tem chifre, como o macho
Este é um morcego frugívoro, o mais abundante da região. Seus dentes servem para apanhar e comer frutas maiores. 28 espécies de morcegos foram catalogadas na expedição
Um gambá magro e delicado, que se alimenta de insetos e frutas. Outras 39 espécies de mamíferos pequenos foram catalogadas na expedição
Esse inseto saltador libera uma secreção cerosa do abdome que forma estes pelos compridos. Talvez sejam usados para confundir seus predadores, que atacam o “lado errado” do inseto
Formigas são importantes para a floresta, já que ajudam a consumir os cadáveres de animais mortos
Um margay, tipo de gato selvagem, extremamente tímido e difícil de ser observado diretamente
A maioria dos catidídeos são herbívoros, mas este come insetos e outros invertebrados
Outro sapo arborícola, agarrado a um galho. 46 sapos foram registrados, 6 dos quais são potencialmente novas espécies
O Neusticurus bicarinatus é um lagarto semi-aquático, uma das 21 espécies desse animal encontradas pelos cientistas