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7 maneiras pelas quais evoluímos recentemente

A evolução de fato pode levar muito tempo para acontecer – na casa dos milhares de anos -, mas não é só uma coisa que faz parte do passado incrivelmente distante.

É algo que está constantemente acontecendo entre nós. Por exemplo, veja algumas das mais “recentes” peculiaridades que adquirimos graças ao poder da seleção natural:

1. Consumo de leite como adultos


Beber leite é um dos traços definidores dos mamíferos, mas os seres humanos são a única espécie na Terra que o digere após a infância – embora, até agora, mais de 75% da população do mundo ainda seja intolerante à lactose.

Após o desmame, todos os outros mamíferos, e a maioria dos humanos, deixam de produzir lactase, a enzima necessária para quebrar a lactose, o açúcar do leite.

Mas uma mutação que surgiu nas planícies da Hungria cerca de 7.500 anos atrás permitiu que alguns seres humanos digerissem leite na idade adulta. Isto pode parecer nutricionalmente inconsequente (embora delicioso) agora, mas a capacidade de digerir produtos lácteos incrivelmente calóricos foi extremamente útil para os seres humanos sobreviverem aos invernos frios da Europa.

2. Resistência a doenças


A evolução é sobre a sobrevivência do mais bem adaptado – e uma grande parte da aptidão evolutiva é não morrer de uma doença antes de ter filhos. Portanto, faz sentido que a evolução nos ajude contra algumas doenças comuns.

A doença mais estudada neste quesito ultimamente é a malária. Há um gene específico que, se você tem uma cópia dele, protege as células vermelhas do sangue da invasão pelo parasita da malária. Por outro lado, duas cópias desse mesmo gene distorcem os glóbulos vermelhos e bloqueiam a sua passagem através dos vasos sanguíneos.

Mas esse não é o único truque que evoluiu em face da malária. Também há mais de uma centena de genes ligeiramente diferentes que causam uma falta de uma proteína envolvida na quebra de células vermelhas do sangue. Isso torna mais difícil para o parasita da malária esgueirar-se no seu corpo.

E não é só a malária – a evolução tem ajudado a propagar adaptações que protegem contra a lepra, tuberculose e cólera em certas populações.

3. Olhos azuis


Olhos azuis são uma outra característica recente que os cientistas determinaram que veio de uma mutação em um único ancestral 6.000 a 10.000 anos atrás.

A mutação afetou o gene OCA2, que codifica a proteína necessária para a produção de melanina, que dá cor a nossa pele, cabelo e olhos. Ela essencialmente “desligou” a capacidade de ter olhos castanhos, limitando a melanina produzida à íris, e “diluindo” a cor dos olhos de castanho para azul.

Ter olhos mais claros não dá a ninguém uma vantagem de sobrevivência em particular, mas porque o gene para olhos azuis opera de forma semelhante a um traço recessivo (apesar de ser um pouco mais complicado que isso), pais de olhos azuis podiam garantir que seus filhos eram realmente seus – e não de uma pulada de cerca.

4. Respiração de alta altitude


Tibetanos vivem em uma das áreas menos hospitaleiras e povoadas do planeta: as montanhas do Himalaia. E sua capacidade de lidar com os baixos níveis de oxigênio lá em cima não é devido a mera resistência – é codificada em seus genes.

Um estudo comparou os tibetanos indígenas, que vivem em altitudes acima de 3.000 metros, com uma população chinesa de Pequim intimamente relacionada geneticamente a eles, mas que vive ao nível do mar.

Os pesquisadores descobriram que o sangue dos tibetanos era geneticamente predisposto a produzir mais da proteína hemoglobina, que transporta oxigênio.

Não podemos dizer exatamente quando esta mutação ocorreu, mas alguns geneticistas estimam que tenha ocorrido tão recentemente quanto há 3.000 anos (embora arqueólogos acreditem que essa data seja muito mais antiga).

5. Dente do siso


No nosso caminho evolucionário para nos tornarmos quem somos hoje, nossos cérebros grandes tomaram quase todo o espaço dos nossos crânios e nossos queixos estreitaram, tornando difícil para a terceira fila de dentes molares emergirem das nossas gengivas.

Depois que começamos a cozinhar nossos alimentos e desenvolvemos a agricultura há milhares de anos, nossa dieta tornou-se mais suave, exigindo menos mastigação. Isto significa que nossos músculos da mandíbula não eram mais tão fortes quanto costumavam ser, e os dentes do siso acabavam aumentando o risco de uma infecção dolorosa e mortal.

Assim, alguns milhares de anos atrás, uma mutação apareceu que impedia esses dentes de crescerem. Agora, uma em cada quatro pessoas já nasce sem pelo menos um dente do siso. As pessoas que têm mais probabilidade de não tê-los são os Inuit das regiões mais setentrionais da Groenlândia, Canadá e Alaska.

6. Reação ao álcool


O “Asian Flush” ou “brilho asiático” é uma reação adversa ao álcool e um traço recentemente evoluído para proteger populações da Ásia Oriental de um câncer mortal.

Em cerca de 36% dos asiáticos (chineses, japoneses e coreanos), o consumo de álcool provoca rubor facial e náuseas. Isto é devido a uma deficiência na enzima conhecida como ALDH2.

Esse é um indicador importante de um risco grave para a saúde. As pessoas com deficiência de ALDH2 também estão em maior risco de desenvolver câncer de esôfago quando bebem álcool.

Curiosamente, os cientistas acreditam que esta mutação ocorreu após o desenvolvimento da agricultura – que tornou a produção de álcool possível.

7. Encolhimento do cérebro


Nossos cérebros estão encolhendo há mais de 20.000 anos. A mudança total é equivalente a um pedaço do tamanho de uma bola de tênis. Mas os cientistas não acham que isso significa que estamos ficando mais burros.

Uma teoria é que, cada vez mais, os seres humanos confiam na estrutura da sociedade para nos ajudar a sobreviver, por isso, não precisamos de tanto espaço no cérebro como indivíduos.

Porém, conforme domesticamos animais como cães e gatos, nós vimos os seus cérebros encolherem também. Portanto, alguns cientistas pensam que cérebros menores podem significar animais mais pacíficos. [IFLS]

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