A ciência sobre “Me avise se eu já te contei isso antes”

Por , em 20.11.2009

Se você sempre tem que pedir que a outra pessoa avise se você já contou essa ou aquela história, agora cientistas têm a explicação para esses pequenos lapsos de memória. De acordo com pesquisdores canadenses, nossos cérebros têm mais facilidade para lembrar a fonte de uma informação do que para quem esta informação foi passada. Além disso, de acordo com esta nova pesquisa realizada na Universidade de Waterloo e do Instituto Rotman de Pesquisa de Toronto, quanto mais desinteressada a pessoa for, ela será pior para lembrar quem ouviu suas histórias.

Os cientistas dos dois centros de pesquisa analisaram a forma com que a informação é processada e passada pelo cérebro. Os humanos têm memórias a curto e a longo prazo, e a nova pesquisa sugere que nossa memória não é tão boa para recordar sobre a saída das informações.

» Coma menos para melhorar sua memória

Para realizar o estudo que fez essas descobertas, os pesquisadores Nigel Gopie e Colin MacLeod realizaram experimentos com 60 estudantes, que foram divididos em dois grupos. Um grupo foi testado para as análises das fontes das lembranças: os participantes olharam para fotos de cinquenta pessoas famosas. Depois de ver as imagens de todas as pessoas, um fato aleatório apareceu na tela do computador que eles observavam. Para o segundo grupo, o teste foi feito com eles contando o fato para as fotos das pessoas que apareciam na tela do computador.

Para testar a memória dos estudantes, os pesquisadores mostraram a eles 20 fotos e 20 fatos – dos quais metade dos estudantes já conheciam e o resto que ainda não sabiam. Os participantes tinham que indicar se já haviam visto aqueles fatos e rostos durante a primeira fase dos testes. Nos dois grupos, os participantes não tiveram problemas para lembrar sobre quais fatos e rostos eles haviam visto.

Quando os cientistas testaram os participantes para lembrar os pares de rostos ligados a certos fatos, o resultado foi diferente: os estudantes que deram informações acertaram 15% menos que aqueles que receberam informações ligadas a uma imagem.

A memória e a preocupação pessoal

De acordo com os pesquisadores, existem muitos fatores que fazem com que as pessoas tenham outras informações enquanto passam informações para outras, como o que ela diz e que impressão ela passa ao interlocutor, por exemplo. Para testar se a preocupação com si mesma é o fator que faz com que as pessoas não lembrem o que disseram a quem, os pesquisadores realizaram o mesmo experimento com um grupo menor, de 40 pessoas.

» A primeira imagem de uma memória sendo criada

A diferença do segundo experimento foi que os participantes lidaram com fatos pessoais, enquanto o primeiro grupo lidou com informações que não tinham a ver com suas vidas diárias. “Quando as pessoas começam a contar fatos pessoais, a memória de destino diminui ainda mais, sugerindo que esta preocupação com o foco pessoal reduz a memória associativa”, afirma Nigel Gopie. Segundo o pesquisador, a queda nos níveis de associação com este segundo grupo foi de quase 15%.

Os cientistas que realizaram o estudo acreditam que isso acontece porque a preocupação com si mesma faz com que o cérebro fique com menos recursos para registrar a informação do que está sendo passado. “Psicólogos acreditam que há um limite de recursos disponíveis pelo cérebro, então quando um pouco disso está ‘ocupado’, não sobra muito para registrar as informações”, explica Gopie. [Live Science]

2 comentários

  • Orlando:

    “De acordo com pesquisdores canadenses..”

    Prezado Redator do Blog,

    Estou te avisando que você esqueceu de colocar o “a” em “pesquisdores”.

    Obrigado.

  • Clement:

    Eu daria uma explicação mais diferentea estas situações:

    -A pessoa que quer contar algo é porque está com o fato “entalacrado na garganta”, ou de não sabe como lidar com a situação, então conta ao outro para ter a solução, ou simplesmente quer desabafar.
    -A pessoa que ouve, simultaneamente já havia captado e capta novamente a situação emocional envolvida na narração, juntamente com o tom de voz e outros pormenores do narrador.

    A pessoa na primeira situação tem o fato gravado em si mesma, isto é acredita como sendo um fato normal de sua vida e assim sendo não sabe se já contou esta situação, já a segunda ao receber esta mesma informação, logo reconhece como sendo uma situação que não é sua, e portanto torna-se mais fácil reconhecer se já ouviu ou não.

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