A Nebulosa do Anel, designada como M57, se apresenta mais intrincada do que sua aparência através de um telescópio pequeno poderia sugerir. O anel central, facilmente observável, abrange uma distância de aproximadamente um ano-luz. No entanto, o Telescópio Espacial James Webb oferece uma perspectiva cativante desta nebulosa bem conhecida.
Essa visão é alcançada por meio de uma exposição extensa em luz infravermelha. Notáveis nesta imagem aprimorada são as formações de gás que se assemelham a cílios circundando um olho cósmico. Essas extensas faixas de gás são evidentes ao redor da Nebulosa do Anel, e a imagem foi refinada digitalmente para exibir cores distintas para maior clareza.
A origem desses filamentos alongados pode ser atribuída aos efeitos de sombreamento causados por aglomerados de nós de gás denso dentro do anel. A Nebulosa do Anel adquire a forma de uma nebulosa planetária alongada, uma classificação de nuvens gasosas que surgem como resultado da transformação de uma estrela semelhante ao Sol. Essa transformação leva ao descarte de suas camadas exteriores, eventualmente se tornando uma estrela anã branca.
Situada a cerca de 2.500 anos-luz de distância, a oval central dentro da Nebulosa do Anel está posicionada na direção da constelação de Lyra, adicionando um toque musical à sua localização celestial.
Conheça a história da Nebulosa
Descoberta pelo astrônomo francês Charles Messier durante sua busca por cometas no final de janeiro de 1779, a existência dessa nebulosa veio à luz. Charles Messier encontrou independentemente o Cometa Bode e comunicou essa descoberta ao colega astrônomo francês Antoine Darquier de Pellepoix duas semanas depois. Coincidentemente, Darquier também encontrou independentemente a nebulosa enquanto observava o cometa.
Em seu relato, Darquier descreveu a nebulosa como sendo comparável em tamanho a Júpiter e com uma aparência semelhante à de um planeta que estava gradualmente desaparecendo, uma descrição que pode ter influenciado o uso contínuo do termo “nebulosa planetária”. Esta entidade celestial foi posteriormente adicionada como a 57ª entrada no catálogo de Messier. Tanto Messier quanto o astrônomo de origem alemã William Herschel hipotetizaram que a nebulosa poderia ser resultado de várias estrelas fracas que não puderam ser resolvidas através do telescópio de Herschel.
No ano de 1800, o Conde alemão Friedrich von Hahn afirmou ter identificado a estrela central fraca localizada no coração da nebulosa alguns anos antes. Ele também observou mudanças no interior do anel e mencionou sua dificuldade em localizar a estrela central novamente. Foi em 1864 que o astrônomo amador inglês William Huggins iniciou uma análise dos espectros de várias nebulosas.
Seu estudo revelou que certos objetos, incluindo M57, exibiam espectros com linhas de emissão distintas características de gases iluminados e fluorescentes. Huggins concluiu que a maioria das nebulosas planetárias não era uma coleção de estrelas não resolvidas, ao contrário das suposições anteriores, mas sim formações de nebulosidade. Somente em 1886, o astrônomo húngaro Eugene von Gothard conseguiu capturar a primeira fotografia da nebulosa.
Essas descobertas revelaram camadas de compreensão sobre a natureza da Nebulosa do Anel. O trabalho conjunto de astrônomos ao longo dos anos contribuiu para desvendar os mistérios por trás dessa intrigante formação cósmica, enriquecendo nosso conhecimento do universo e suas maravilhas celestiais. [Apod]