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Você mataria uma pessoa para salvar cinco?

Você escolheria tirar a vida de alguém para salvar mais pessoas? Um novo estudo, com simulações 3D, descobriu que nove em cada dez pessoas diriam “sim”.

No experimento, os participantes usaram um sistema que os colocava em um plano 3D com pessoas digitais realísticas. Eles também usaram sensores nas pontas dos dedos, que monitoram a estimulação emocional.

No mundo virtual, as “cobaias” ficavam perto de uma mesa de comando de trilhos de trem. A ideia era que um vagão estava vindo, e os sujeitos deveriam escolher entre fazer nada, e deixar que o trem matasse cinco pessoas, ou puxar uma manivela e mudar a rota do trem para outro trilho, matando apenas uma.

Dos 147 participantes, 14 escolheram a primeira opção; desses, onze nem se mexeram, enquanto três puxaram a manivela, mas mudaram de ideia. Cerca de 90%, ou 133 pessoas, escolheram a segunda opção, matando apenas uma pessoa.

De acordo com os pesquisadores, o estudo sugere que geralmente violamos uma lei moral se isso significa minimizar os danos.

“O que descobrimos é que a lei ‘Não matarás’ pode ser ultrapassada se for por um bem maior”, comenta o pesquisador do estudo, Carlos David Navarrete, psicólogo da Universidade Estadual de Michigan.

Derivado de dilemas morais históricos, o novo experimento usa aspectos visuais e auditivos que tornam as consequências das decisões mais realísticas.

Aqueles que não puxaram a alavanca (e mataram cinco pessoas) foram mais afetados emocionalmente do que os que optaram pela outra opção. Apesar dos pesquisadores não saberem exatamente o porquê da maior atividade emocional, Navarrete sugere que seja causa da sensação de “congelamento” em situações de emergência.

“Penso que os humanos têm uma aversão a machucar os outros, podendo passar por cima de algo”, afirma Navarrete. “Pelo pensamento racional, podemos algumas vezes passar por cima da moral, ao pensar em quem podemos salvar, por exemplo. Mas para algumas pessoas, o aumento da ansiedade pode ser tanto que eles não fazem a escolha utilitarista, aquela para o bem maior”. [LiveScience]

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