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A palavra que os terapeutas dizem que você precisa parar de usar consigo mesmo

Terapeutas afirmam que há uma palavra que você deveria abandonar ao falar consigo mesmo, e você talvez nem perceba o quanto a usa. A insistência em “deveria” – aquele pensamento de que você deveria fazer algo – pode ser um convite sutil para a culpa e a vergonha. Ao repetir frases como “Eu deveria terminar aquele trabalho”, “Deveria estar me exercitando” ou “Já deveria ter superado isso”, você está na verdade se aprisionando, acreditam os especialistas.

Carrie Howard, terapeuta e coach de ansiedade, explica que esse hábito de “se cobrar com o deveria” é uma distorção cognitiva comum, algo que muitos praticam quase automaticamente. Expressões como “Eu não deveria comer isso” ou “Eu deveria ter agido diferente” criam um falso senso de obrigação. Palavras como “preciso” e “tenho que” também fazem parte desse vocabulário, que muitas vezes age sem que percebamos.

O problema está na forma como essas afirmações geram uma sensação de compromisso forçado, não ponderado ou conectado com a realidade. Claro, algumas coisas precisam ser feitas, mas ao sobrecarregar cada ação com o peso do “deveria”, você pode adicionar vergonha e culpa à sua rotina, o que raramente resulta em ações saudáveis. Howard destaca que essa cobrança pode imobilizar, levando à procrastinação, como quando você se obriga a concluir um projeto, mas acaba vagando nas redes sociais.

Meghan Watson, psicóloga clínica, ressalta que esse hábito pode indicar um distanciamento dos próprios desejos. Quando nos perdemos entre o que achamos que devemos fazer e o que realmente queremos, acabamos desconectados de nossa essência. As pressões externas – da família, cultura, amigos ou responsabilidades como pais ou parceiros – podem facilmente nos empurrar para uma vida onde o “deveria” domina as escolhas.

Quando forças externas ditam como deveríamos agir ou sentir, carregamos o peso de cada decisão com uma pressão avassaladora. Ignorar esse processo nos rouba a oportunidade de refletir sobre o que realmente importa, deixando que a vergonha e a culpa conduzam nossas ações. Para Watson, a cada vez que deixamos o “deveria” tomar o controle, perdemos a chance de confiar em nossa capacidade de tomar decisões conscientes e alinhadas com nossos valores e objetivos.

Então, como podemos escapar dessa armadilha? Howard sugere que, em vez de se deixar levar por essa cobrança automática, é preciso retomar o controle do processo. Trocar o “deveria” por “quero” ou “escolho” é um dos caminhos para isso. Ao mudar a narrativa interna, você se recorda de que tem a liberdade de decidir com consciência o que realmente quer fazer.

Ao invés de “Eu deveria fazer isso”, que tal “Eu escolho fazer isso porque me aproxima dos meus objetivos”? Essa simples troca de palavras traz uma energia diferente, uma sensação de poder e autonomia, afastando o peso da culpa e do julgamento.

Claro, nem sempre podemos fazer apenas o que queremos. Existem obrigações legítimas que precisam ser cumpridas, como ir ao trabalho ou cuidar da saúde. No entanto, o ponto chave aqui é a intenção por trás das ações. Se a escolha for feita com clareza e consciência, e não como uma resposta automática a uma obrigação imposta, o peso do “deveria” desaparece.

Quando você troca o “deveria” por uma decisão consciente, está criando um espaço para avaliar o que realmente importa, e é aí que reside a liberdade. [Huff Post]

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