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A personalidade de uma pessoa pode afetar a sua vulnerabilidade a doenças cardíacas

Segundo uma revisão de estudos sobre saúde do coração, os mal humorados e pessimistas podem ter mais dificuldade em se recuperar de algum problema cardíaco.

A revisão analisou os resultados de 49 estudos anteriores, envolvendo mais de 6.000 pacientes, os quais tiveram o coração e a saúde psicológica examinados. Para determinar se os pacientes tinham o tipo de personalidade D, que indica o pessimismo, os pesquisadores se basearam em respostas a um inquérito com 14 perguntas, que perguntou se eles concordavam com afirmações como “sou uma pessoa fechada” ou “me sinto infeliz com frequência”.

As pessoas com personalidade do tipo D apresentaram um risco três vezes maior do que os outros pacientes de ter futuros problemas cardiovasculares, como doença arterial periférica, insuficiência cardíaca e ataque cardíaco. Eles também tinham um risco maior de precisar de um transplante de coração.

Segundo os pesquisadores, os resultados ressaltam a importância das terapias comportamentais, além dos tratamentos tradicionais para doenças cardíacas.

Pessoas com personalidade do tipo D são muitas vezes ansiosas, irritadas, pessimistas e reservadas quando se trata de compartilhar sentimentos. Essas características não causam problemas cardiovasculares por si só, mas o estudo mostrou que os pacientes que têm doenças do coração e um tipo de personalidade D se beneficiam menos dos tratamentos e tem mais probabilidade de ter mais problemas cardíacos do que as pessoas de outros tipos de personalidade.

Isso porque essas características podem influenciar a saúde de várias maneiras. Por exemplo, muitas dessas pessoas guardam as emoções por muito tempo, o que pode levar a estresse crônico, que pode ser prejudicial ao sistema cardiovascular. Em parte, isso se deve porque o estresse pode levar a maus hábitos como tabagismo e sedentarismo.

Elas também são mais prováveis do que os outros a terem pressão arterial elevada ou inflamação crônica, pois podem ter um sistema imunológico hiperativo, ou podem ser menos comunicativas com o seu médico sobre seus problemas de saúde.

Apesar de algumas características da personalidade do tipo D serem semelhantes aos das pessoas com depressão, apenas cerca de 25% das pessoas entrevistadas nos estudos foram classificadas como sendo depressivas e tendo uma personalidade tipo D. Segundo os pesquisadores, a depressão é mais um transtorno emocional, enquanto o tipo D é, em essência, um traço de personalidade normal.

A ideia de classificar os tipos de personalidade surgiu na década de 1970. Segundo os pesquisadores, a personalidade tipo A é de uma pessoa competitiva, hostil, compulsiva. O tipo B representa as pessoas que são descontraídas, sociáveis e não particularmente influenciáveis.

Embora pesquisas iniciais associassem a personalidade do tipo A com doenças cardíacas, a maioria dessas teorias foi posteriormente desmentida. No entanto, a personalidade tipo D, que foi reconhecida pela primeira vez na década de 1990, inclui muitos aspectos da personalidade tipo A que se acreditava serem portadores de problemas cardíacos.

Essa nova revisão de estudos constitui um forte argumento para considerar a personalidade de um indivíduo na prevenção das doenças cardiovasculares, em tratamentos de doenças já desenvolvidas e na prevenção de complicações posteriores.

Especialistas aconselham que os cardiologistas tenham uma noção da personalidade de seu paciente e conversem com eles sobre como as suas tendências poderiam ter um impacto sobre sua saúde, visto que somente os tratamentos tradicionais podem não ser suficientes. [LiveScience]

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