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Acne pode levar adolescentes a ter pensamentos suicidas

O padrão de beleza criado na nossa sociedade ocidental pode ter efeitos mais nefastos que imaginamos. Frustrados por não ter a pele lisa e macia que desejavam, adolescentes que contraem acne (algo perfeitamente natural para a idade) são duas vezes mais propensos a ter problemas emocionais devido à falta de auto-estima. A crise psicológica pode levar o adolescente, em casos mais graves, a ter até pensamentos suicidas. É o que afirma uma pesquisa da Universidade de Ontario (Canadá).

Adolescentes complexados, segundo os pesquisadores, representam um risco em potencial, que deve ter um tratamento psicológico tão ou mais atencioso do que o físico em si. No caso da pele do rosto, que obrigatoriamente fica sempre exposta ao público, a questão é ainda mais delicada.

Mas alguns cientistas acham que o causador dos problemas psicológicos não é a acne em si, mas o remédio com que ela é tratada. A isotretinoína, nome do fármaco, parece ser uma substância responsável por sintomas de depressão e pensamentos suicidas. Esse composto químico é usado como agente ativo em medicamentos fortíssimos que combatem problemas assim.

Pesquisadores da Universidade de Oslo (Noruega) resolveram tirar essa questão a limpo. Eles examinaram quase 4.000 adolescentes de 18 a 19 anos. Dentre este grupo, 14% foram classificados como tendo muita acne. Quase um quarto desses 14% relataram já haver tido pensamentos suicidas, em comparação com apenas 11% naqueles livres de espinhas.

Outros prejuízos psicológicos e sociais: adolescentes com acne se mostraram menos propensos a fazer amigos, apresentavam notas piores na escola e tinham menos chance de conseguir um namorado (a). Aliás, um dado que pode surpreender: o impacto psicológico da acne parece ser maior nos meninos que nas meninas.

Um dos motivos para isso, no entanto, parece ser o fato de que as meninas geralmente fazem tratamentos mais intensos e agressivos para evitar que a acne avance, e entre os meninos esse cuidado é menor, até mesmo por uma questão social (algo como: “homem que é homem não fica passando creme para a pele”).

Deve-se dar a alguma atenção a isso, especialmente nos países de primeiro mundo. As nações subdesenvolvidas têm mortalidade juvenil relacionada à fome, criminalidade e condições insalubres de trabalho.

Mas nos países ricos o suicídio representa a segunda maior taxa de óbito entre os adolescentes, atrás apenas de acidentes em geral. Realmente, eles têm outras coisas com o que se preocupar. [CNN]

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