Quase 50 anos depois do homem pisar na Lua pela primeira vez, voltamos novamente nosso interesse para o satélite natural. Desta vez, porém, a intenção não é fazer uma breve visita, mas sim fazer de lá nossa segunda casa.
Morar e viver na Lua pode parecer ficção científica, mas a Agência Espacial Europeia (Esa) quer transformar essa ideia ambiciosa em realidade. Essa base na lua tem sido chamada de vilarejo lunar.
“Queremos combinar as capacidades espaciais de diferentes nações para procurar novas atividades como de ciência pura, negócios, turismo ou mineração. Queremos colocá-las no mesmo lugar”, explica Johann-Dietrich Woerner, diretor geral da Esa.
Impressora 3D gigante
A ideia principal é usar os recursos da própria Lua, ao invés de gastar muito dinheiro com o transporte de materiais da Terra. Para construir a primeira estrutura, um domo seria inflado e uma espécie de impressora em 3D robótica poderia usar rochas de lá para construir uma parede ao redor dele. Depois, outras construções similares poderiam ser adicionadas à primeira.
Woerner defende que o início da construção não exigiria investimentos iniciais exorbitantes. “A ideia é que os participantes vejam suas capacidades e seus interesses e tragam apenas a sua parte para o projeto”, argumenta ele.
Onde montar acampamento?
Sem a proteção da atmosfera terrestre, esse vilarejo deve ficar onde há menos incidência de radiação solar e cósmica, assim como micrometeoros. Woerner acredita que os melhores pontos para as construções são os polos.
“No polo sul poderemos encontrar água, que é uma ótima fonte para a produção de oxigênio e nitrogênio. Na parte escura da Lua não há radiação, e um telescópio pode ser construído lá, com materiais de lá”, diz o diretor.
Ele faz questão de enfatizar que a Lua será dos Estados Unidos, mas também da Rússia, do Japão e também de outros países com menores contribuições. “Espero que tenhamos um esquema de exploração global na Lua”.
20 anos para planejar
Apesar de todo o entusiasmo apresentado pela ideia, ainda teremos que esperar 20 anos para ver o início desta construção. Isso porque a tecnologia envolvida no projeto ainda precisa ser desenvolvida. Conforme mais países demonstrarem interesse em voltar à Lua, porém, mais investimento deve ser dedicado à essa missão. [IFLScience]